Significante escola : um outro lugar de subjetivação possível?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fasolo, Liege Bertolini
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/17914
Resumo: No Brasil, poucos são os estudos, tanto no campo da saúde quanto na educação, sobre os sujeitos que apresentam autismo. Quando se fala na inclusão de crianças com transtornos graves na estruturação psíquica, entre eles, os chamados autistas, a discussão em relação á escolarização permanece em segundo plano. As intervenções priorizam atendimentos clínicos individualizados ou atendimentos educacionais reeducativos, visando a mudança de comportamentos considerados inadequados. Estas diferenças de comportamento obstaculizam a escolarização destas crianças. Considerando a importância da escola como potencializadora na estruturação psíquica destes sujeitos, a inclusão destas crianças desde a educação infantil é fundamental no resgate das possibilidades destes sujeitos. Para sustentar esta proposição da pesquisa, retoma-se historicamente a questão do autismo, a estruturação do sujeito na abordagem psicanalítica, a conceituação do autismo para a psicanálise lacaniana, entendendo a estrutura autista sob o ângulo de falha na função materna. Como no período da infância as estruturas não estão ainda decididas, propõe-se que a educação poderia ser outro meio de tratar estas crianças e que a escola, ou melhor, alguém que faz parte do corpo escolar, pode fazer a suplência da função materna, de algo que falhou na relação primeira do bebê com sua mãe. Espera-se que este trabalho possa contribuir na construção de um olhar sobre estes sujeitos com transtornos graves na estruturação psíquica e as possibilidades subjetivas educacionais, apostando nos ganhos referentes à escolarização precoce, no sentido de oportunizar um espaço onde estas crianças possam se posicionar diferente no campo da linguagem. O encontro com estes sujeitos, coloca em jogo os limites do nosso saber, os pontos de "ignorância" e a importância de abandonarmos nossas verdades absolutas e estarmos abertos a escutar outros discursos para tentar transpor os impasses que se estabelecem no encontro com esses sujeitos. A partir das observações e constatações feitas no percurso do atendimento clínico de uma criança autista e a tentativa de inclusão numa creche municipal, apostando que a escola possa fazer a suplência da função materna, foi realizada uma reflexão sobre as possibilidades e impasses na escolarização de crianças autistas nas educação infantil.
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