Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kuentzer, Julia Roberta Buboltz
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/196718
Resumo: Um estilo de vida mais saudável está associado ao hábito de realizar desjejum e a escolha por alimentos mais saudáveis, podendo prevenir o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade, que são comumente observados no primeiro ano pós-transplante renal. Essas complicações metabólicas podem ser fatores de risco para doenças cardiovasculares e demais desfechos negativos. Objetivo: Avaliar a associação do hábito de realizar o desjejum e a qualidade desta refeição com a prevalência de sobrepeso e obesidade em pacientes pós-transplante renal. Métodos: Foram incluídos 119 pacientes, os quais foram avaliados 60 dias após a realização do transplante renal no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS. O presente estudo trata-se de uma análise secundária de um ensaio clínico randomizado (NCT 02883777). Foram coletados dados sócio demográficos, clínicos, laboratoriais e antropométricos. A realização de desjejum foi avaliada através de um questionário específico de desjejum. Para análise das características clínicas e laboratoriais entre os grupos foram utilizados teste t de Student e qui-quadrado. Para avaliar a qualidade do desjejum, foi utilizado o coeficiente da correlação de Spearman. Resultados: Os grupos foram classificados como consumidores de desjejum (CD) e não consumidores (NCD). Dos 119 pacientes, 74 (62,2%) foram classificados como CD. Os grupos não diferiram quanto à idade (51,1±13,6 anos vs. 46,6 ± 12,6 anos, p=0,075), estado civil (casados) (48; 65,8% vs. 22; 51,2%, p=0,175) e sexo masculino (45; 60,8% vs. 29; 64,4%, p=0,840). Não houve diferença na prevalência de excesso de peso entre os grupos de CD e NCD (38; 51,35% vs. 28; 62,22%, p=0,541) e nos valores de peso (70,0 ± 12,6kg vs. 75,6 ± 16,2kg, p=0,051). Entretanto, a média de índice de massa corporal (IMC) foi maior entre os indivíduos que não realizavam desjejum (25,7 ± 4,1 kg/m2 vs. 27,6 ± 4,7 kg/m2, p=0,025). Contudo, os pacientes que realizavam a primeira refeição do dia, apresentaram taxa metabólica basal mais baixa (1301,1 ± 331,6 kcal vs. 1729,0 ± 499,1 kcal, <0,001). Em relação à qualidade do carboidrato, verificou-se uma carga glicêmica diária classificada como média em ambos os grupos, sendo 107,8g (39,1 – 320,5) vs. 105,6g (52,5 – 210,6), p<0,910, para CD e NCD, respectivamente. A mesma classificação foi encontrada na carga glicêmica do desjejum do grupo dos CD, apresentando-se em 27,2g (±14,9). Quanto ao consumo de fibras diárias do grupo de CD, o valor apresentado foi de 19,2g (±9,2) e dos NCD foi de 18,5g (±11,5), não havendo diferença. Entretanto, o consumo de fibras no desjejum, correlacionou-se positivamente com o consumo diário desse nutriente (r= 0,309; p=0,007), enquanto o consumo energético matinal apresentou correlação negativa com o VET diário (r= -0,389; p <0,001). Conclusão: O presente estudo sugere que o hábito de omitir o desjejum pode estar associado a valores basais mais altos de IMC e que a qualidade do carboidrato e de fibras do desjejum pode repercutir nas escolhas alimentares ao longo do dia.
id UFRGS-2_8a6cb98c5d907bd8c4e1d95ce3d848ad
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196718
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Kuentzer, Julia Roberta BuboltzSouza, Gabriela CorrêaPedrollo, Elis Forcellini2019-07-09T02:39:02Z2018http://hdl.handle.net/10183/196718001093836Um estilo de vida mais saudável está associado ao hábito de realizar desjejum e a escolha por alimentos mais saudáveis, podendo prevenir o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade, que são comumente observados no primeiro ano pós-transplante renal. Essas complicações metabólicas podem ser fatores de risco para doenças cardiovasculares e demais desfechos negativos. Objetivo: Avaliar a associação do hábito de realizar o desjejum e a qualidade desta refeição com a prevalência de sobrepeso e obesidade em pacientes pós-transplante renal. Métodos: Foram incluídos 119 pacientes, os quais foram avaliados 60 dias após a realização do transplante renal no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS. O presente estudo trata-se de uma análise secundária de um ensaio clínico randomizado (NCT 02883777). Foram coletados dados sócio demográficos, clínicos, laboratoriais e antropométricos. A realização de desjejum foi avaliada através de um questionário específico de desjejum. Para análise das características clínicas e laboratoriais entre os grupos foram utilizados teste t de Student e qui-quadrado. Para avaliar a qualidade do desjejum, foi utilizado o coeficiente da correlação de Spearman. Resultados: Os grupos foram classificados como consumidores de desjejum (CD) e não consumidores (NCD). Dos 119 pacientes, 74 (62,2%) foram classificados como CD. Os grupos não diferiram quanto à idade (51,1±13,6 anos vs. 46,6 ± 12,6 anos, p=0,075), estado civil (casados) (48; 65,8% vs. 22; 51,2%, p=0,175) e sexo masculino (45; 60,8% vs. 29; 64,4%, p=0,840). Não houve diferença na prevalência de excesso de peso entre os grupos de CD e NCD (38; 51,35% vs. 28; 62,22%, p=0,541) e nos valores de peso (70,0 ± 12,6kg vs. 75,6 ± 16,2kg, p=0,051). Entretanto, a média de índice de massa corporal (IMC) foi maior entre os indivíduos que não realizavam desjejum (25,7 ± 4,1 kg/m2 vs. 27,6 ± 4,7 kg/m2, p=0,025). Contudo, os pacientes que realizavam a primeira refeição do dia, apresentaram taxa metabólica basal mais baixa (1301,1 ± 331,6 kcal vs. 1729,0 ± 499,1 kcal, <0,001). Em relação à qualidade do carboidrato, verificou-se uma carga glicêmica diária classificada como média em ambos os grupos, sendo 107,8g (39,1 – 320,5) vs. 105,6g (52,5 – 210,6), p<0,910, para CD e NCD, respectivamente. A mesma classificação foi encontrada na carga glicêmica do desjejum do grupo dos CD, apresentando-se em 27,2g (±14,9). Quanto ao consumo de fibras diárias do grupo de CD, o valor apresentado foi de 19,2g (±9,2) e dos NCD foi de 18,5g (±11,5), não havendo diferença. Entretanto, o consumo de fibras no desjejum, correlacionou-se positivamente com o consumo diário desse nutriente (r= 0,309; p=0,007), enquanto o consumo energético matinal apresentou correlação negativa com o VET diário (r= -0,389; p <0,001). Conclusão: O presente estudo sugere que o hábito de omitir o desjejum pode estar associado a valores basais mais altos de IMC e que a qualidade do carboidrato e de fibras do desjejum pode repercutir nas escolhas alimentares ao longo do dia.A healthier lifestyle is associated with breakfast eating habit and choosing healthier foods, which can prevent the development of overweight and obesity, both conditions very often observed at the first year after kidney transplantation. These metabolic complications are traditional risk factors for cardiovascular diseases and other negative outcomes. Objective: To evaluate the relationship between of breakfast eating habit and the quality of this meal with the prevalence of overweight and obesity in post-renal transplant patients. Methods: A sample of 119 patients were included and evaluated 60 days after renal transplantation at Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS. The present study is a secondary analysis of a randomized clinical trial (NCT 02883777). For the statistical analysis of clinical and laboratory characteristics between the groups, Student's t-test and chi-square test were used. To evaluate the impact of breakfast quality, the Spearman rank correlation was used. Results: The patients were classified as breakfast consumers (BC) and breakfast skippers (BS). Of the 119 patients, 74 (62.2%) patients were classified as BC. The groups did not differ in age (51.1 ± 13.6 years vs. 46.6 ± 12.6 years, p = 0.075), civil status (48; 65.8% vs. 22; 51.2 %, p = 0.175) and gender (Males: 45, 60.8% vs. 29, 64.4%, p = 0.840). There was no difference in the prevalence of overweight between the groups of BC and BS (38, 51.35% vs. 28, 62.22%, p = 0.541) and body weight values (70.05 ± 12 .6kg vs. 75.6 ± 16.2kg, p = 0.051), while mean body mass index (BMI) was higher among subjects who did not eat breakfast (25.7 ± 4.1 kg/m2 vs. 27. 6 ± 4.7 kg/m2, p = 0.025). However, the patients who performed the first meal of the day presented lower TMB (1301.1 ± 331.6 kcal vs. 1729.0 ± 499.1 kcal, <0.001). Regarding the quality of the carbohydrate, a daily glycemic load was classified as average in both groups, being 107.8g (39.1 – 320.5) vs. 105.6g (52.5 - 210.6), p <0.910, for BC and BS, respectively. The same classification was found in the glycemic load of the group of consumers, presenting in 27.2g (± 14.9). Regarding the daily fiber consumption of the BC group, the value presented was 19.2g (± 9.2) and non-consumers was 18.5g (± 11.5), and there was no difference. However, the consumption of fiber in the breakfast was positively correlated with the daily consumption of this nutrient (r= 0.309, p=0.007), while the morning energy consumption presented a negative correlation with the daily energy consumption (r= -0.389, p <0.001). Conclusion: The present study with kidney transplant patients suggests that the habit of skipping breakfast may be associated with an increased baseline values of BMI and that the carbohydrate and fiber quality of the breakfast can affect food choices throughout the day.application/pdfporDesjejumTransplante de rimMetabolismoAntropometriaKidney transplantationBody mass indexBreakfastAssociação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2018Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001093836.pdf.txt001093836.pdf.txtExtracted Texttext/plain110323http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196718/2/001093836.pdf.txtb2cb66c3704f4925c5eb6db3751b49beMD52ORIGINAL001093836.pdfTexto completoapplication/pdf896532http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196718/1/001093836.pdfe0458a951259311dc245902af3bba7a6MD5110183/1967182022-02-22 05:16:01.603871oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196718Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-02-22T08:16:01Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
title Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
spellingShingle Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
Kuentzer, Julia Roberta Buboltz
Desjejum
Transplante de rim
Metabolismo
Antropometria
Kidney transplantation
Body mass index
Breakfast
title_short Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
title_full Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
title_fullStr Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
title_full_unstemmed Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
title_sort Associação do hábito de realizar desjejum com parâmetros antropométricos e metabólicos em pacientes pós-transplante renal
author Kuentzer, Julia Roberta Buboltz
author_facet Kuentzer, Julia Roberta Buboltz
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Kuentzer, Julia Roberta Buboltz
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Souza, Gabriela Corrêa
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Pedrollo, Elis Forcellini
contributor_str_mv Souza, Gabriela Corrêa
Pedrollo, Elis Forcellini
dc.subject.por.fl_str_mv Desjejum
Transplante de rim
Metabolismo
Antropometria
topic Desjejum
Transplante de rim
Metabolismo
Antropometria
Kidney transplantation
Body mass index
Breakfast
dc.subject.eng.fl_str_mv Kidney transplantation
Body mass index
Breakfast
description Um estilo de vida mais saudável está associado ao hábito de realizar desjejum e a escolha por alimentos mais saudáveis, podendo prevenir o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade, que são comumente observados no primeiro ano pós-transplante renal. Essas complicações metabólicas podem ser fatores de risco para doenças cardiovasculares e demais desfechos negativos. Objetivo: Avaliar a associação do hábito de realizar o desjejum e a qualidade desta refeição com a prevalência de sobrepeso e obesidade em pacientes pós-transplante renal. Métodos: Foram incluídos 119 pacientes, os quais foram avaliados 60 dias após a realização do transplante renal no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS. O presente estudo trata-se de uma análise secundária de um ensaio clínico randomizado (NCT 02883777). Foram coletados dados sócio demográficos, clínicos, laboratoriais e antropométricos. A realização de desjejum foi avaliada através de um questionário específico de desjejum. Para análise das características clínicas e laboratoriais entre os grupos foram utilizados teste t de Student e qui-quadrado. Para avaliar a qualidade do desjejum, foi utilizado o coeficiente da correlação de Spearman. Resultados: Os grupos foram classificados como consumidores de desjejum (CD) e não consumidores (NCD). Dos 119 pacientes, 74 (62,2%) foram classificados como CD. Os grupos não diferiram quanto à idade (51,1±13,6 anos vs. 46,6 ± 12,6 anos, p=0,075), estado civil (casados) (48; 65,8% vs. 22; 51,2%, p=0,175) e sexo masculino (45; 60,8% vs. 29; 64,4%, p=0,840). Não houve diferença na prevalência de excesso de peso entre os grupos de CD e NCD (38; 51,35% vs. 28; 62,22%, p=0,541) e nos valores de peso (70,0 ± 12,6kg vs. 75,6 ± 16,2kg, p=0,051). Entretanto, a média de índice de massa corporal (IMC) foi maior entre os indivíduos que não realizavam desjejum (25,7 ± 4,1 kg/m2 vs. 27,6 ± 4,7 kg/m2, p=0,025). Contudo, os pacientes que realizavam a primeira refeição do dia, apresentaram taxa metabólica basal mais baixa (1301,1 ± 331,6 kcal vs. 1729,0 ± 499,1 kcal, <0,001). Em relação à qualidade do carboidrato, verificou-se uma carga glicêmica diária classificada como média em ambos os grupos, sendo 107,8g (39,1 – 320,5) vs. 105,6g (52,5 – 210,6), p<0,910, para CD e NCD, respectivamente. A mesma classificação foi encontrada na carga glicêmica do desjejum do grupo dos CD, apresentando-se em 27,2g (±14,9). Quanto ao consumo de fibras diárias do grupo de CD, o valor apresentado foi de 19,2g (±9,2) e dos NCD foi de 18,5g (±11,5), não havendo diferença. Entretanto, o consumo de fibras no desjejum, correlacionou-se positivamente com o consumo diário desse nutriente (r= 0,309; p=0,007), enquanto o consumo energético matinal apresentou correlação negativa com o VET diário (r= -0,389; p <0,001). Conclusão: O presente estudo sugere que o hábito de omitir o desjejum pode estar associado a valores basais mais altos de IMC e que a qualidade do carboidrato e de fibras do desjejum pode repercutir nas escolhas alimentares ao longo do dia.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-07-09T02:39:02Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/196718
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001093836
url http://hdl.handle.net/10183/196718
identifier_str_mv 001093836
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196718/2/001093836.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196718/1/001093836.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv b2cb66c3704f4925c5eb6db3751b49be
e0458a951259311dc245902af3bba7a6
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224575695978496