A história da ciência nos livros didáticos de Biologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pasquetti, Mayara Vendramin
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/35323
Resumo: Não deveria ser difícil saber do que trata a História da Ciência, visto que aparentemente o nome se explica, mas pensando nas aplicações e implicações desse conhecimento, percebemos que não estamos lidando com algo simples. Embora o presente trabalho leve no título somente o termo “História da Ciência”, vertentes consideram quase impossível separála de seu cunho filosófico. Outras tentam estabelecer distinção entre as tarefas da Filosofia e da História da Ciência. A melhor maneira de entender do que trata a História da Ciência seria estudar sua própria história, mas para esse trabalho basta entender seus fins, para pensar modos de incluí-la no ensino. Pesquisas enfatizam a necessidade de uma educação mais humanística e significativa, transcendendo o ensino clássico. A introdução da dimensão histórica pode tornar o conteúdo interessante e compreensível ao aproximá-lo do universo cognitivo, sendo a inclusão da perspectiva histórica no ensino defendida por muitos. Há estudos sobre didáticas e o modo como os conteúdos são ensinados, mas a qualidade da informação é determinante para o sucesso da metodologia aplicada. Sabemos que a maioria dos professores centram suas aulas nos Livros Didáticos. Para uma formação científica completa é fundamental que esse mediador do aprendizado apresente o processo de formação do conhecimento científico. O problema parte do pressuposto de que a História da Ciência pode ser uma ferramenta útil para o ensino de Biologia. Uma vez que ela é apresentada nos livros, objetiva-se analisar como isso está sendo feito, observando como aparece nos Livros Didáticos de Biologia, evidenciando onde está mais bem representada, analisando sua apresentação e contextualização. Foram analisados quatro livros de Biologia, dois títulos em volume único e dois em edições de três volumes, sendo considerados como História da Ciência trechos com: referência temporal, os sujeitos envolvidos e o avanço científico. A História da Ciência é reduzida a nomes e datas, em afirmações isoladas, dando a falsa impressão de que a ciência é feita por grandes personagens, constituída de episódios marcantes. Tem-se a impressão de que a ciência ocorre em um instante exato, determinado. A maioria das referências aparece na introdução dos capítulos ou em quadros separados. Em nenhum dos livros temos evidenciado o contexto histórico em si. A ciência parece ser realizada em outro plano, à parte do mundo. Aparecem quase sempre os mesmos nomes, e os conteúdos de genética e evolução são os mais bem apresentados. Muitas vezes a História da Ciência é utilizada para impor conhecimentos científicos ou para ressaltar algum ponto de interesse. Em geral não aparece o nome completo do pesquisador, logo não há certeza a quem o autor se refere. A escolha das referências históricas parece não ter muito nexo, não havendo como saber por que é enfatizada esta ou aquela referência histórica. Ao que parece, os autores entendem como História da Ciência citar um nome importante e acompanhá-lo de uma data. Além de mal apresentadas, as referências têm reducionismos, repetições, erros e contradições e não evidenciam a constante quebra de paradigmas da ciência. Julgam-se crenças, caindo no equívoco do presentismo. Os autores partem de informações errôneas, fazendo relações equivocadas, e culminam em conclusões erradas. A História da Ciência deveria ser trabalhada como um método de ensino dos conceitos científicos. O ideal seria um trabalho mútuo entre professores, especialistas em História da Ciência e autores dos Livros Didáticos. O ensino precisa se reformular, saindo dos métodos clássicos de memorização e a História da Ciência pode ser uma importante ferramenta para que isso ocorra.
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A introdução da dimensão histórica pode tornar o conteúdo interessante e compreensível ao aproximá-lo do universo cognitivo, sendo a inclusão da perspectiva histórica no ensino defendida por muitos. Há estudos sobre didáticas e o modo como os conteúdos são ensinados, mas a qualidade da informação é determinante para o sucesso da metodologia aplicada. Sabemos que a maioria dos professores centram suas aulas nos Livros Didáticos. Para uma formação científica completa é fundamental que esse mediador do aprendizado apresente o processo de formação do conhecimento científico. O problema parte do pressuposto de que a História da Ciência pode ser uma ferramenta útil para o ensino de Biologia. Uma vez que ela é apresentada nos livros, objetiva-se analisar como isso está sendo feito, observando como aparece nos Livros Didáticos de Biologia, evidenciando onde está mais bem representada, analisando sua apresentação e contextualização. 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Em geral não aparece o nome completo do pesquisador, logo não há certeza a quem o autor se refere. A escolha das referências históricas parece não ter muito nexo, não havendo como saber por que é enfatizada esta ou aquela referência histórica. Ao que parece, os autores entendem como História da Ciência citar um nome importante e acompanhá-lo de uma data. Além de mal apresentadas, as referências têm reducionismos, repetições, erros e contradições e não evidenciam a constante quebra de paradigmas da ciência. Julgam-se crenças, caindo no equívoco do presentismo. Os autores partem de informações errôneas, fazendo relações equivocadas, e culminam em conclusões erradas. A História da Ciência deveria ser trabalhada como um método de ensino dos conceitos científicos. O ideal seria um trabalho mútuo entre professores, especialistas em História da Ciência e autores dos Livros Didáticos. 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