Relação entre o padrão de consumo alimentar e os depósitos de gordura em gestantes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Folador, Amanda Silveira da Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/233325
Resumo: Introdução: O índice de obesidade aumentou nas últimas décadas e o acúmulo específico de gordura na região visceral apresenta maior relação com desfechos negativos na saúde. Foi observado concomitantemente um crescimento no consumo de alimentos ultraprocessados, inclusive durante a gestação. Porém, a relação entre um padrão de consumo alimentar baseado em alimentos ultraprocessados de gestantes e o aumento de depósitos de gordura visceral ainda não é esclarecido. Objetivo: Identificar qual padrão de consumo alimentar gestacional, avaliado a partir da Classificação NOVA, se correlaciona com maiores depósitos de gordura materna medidos por ultrassonografia. Metodologia: Estudo observacional com desenho transversal, parte constituinte de um projeto de pesquisa maior com gestantes de Porto Alegre. Os dados sociodemográficos e clínicos foram coletadas durante uma consulta pré-natal na Unidade de Saúde. Para estimar o padrão de consumo alimentar das gestantes, um recordatório habitual alimentar foi aplicado e os alimentos referidos foram estratificados em grupos de acordo com a classificação NOVA. O percentual do valor energético total (VET) diário que correspondia a cada grupo alimentar foi calculado. Os depósitos de gordura visceral e subcutânea foram aferidos por ultrassonografia através do método preconizado por Armellini. As análises envolvendo o tecido adiposo visceral (TAV) foram feitas tanto de maneira contínua como estratificada em grupos de acordo com o quartil da espessura do TAV. A correlação entre variáveis foi avaliada por correlação de Spearman e a associação entre as variáveis foi avaliada por regressão linear. Para comparação entre grupos, o Teste U Mann-Whitney foi utilizado. O intervalo de confiança determinado foi de 95%. Resultados: Foram incluídas 154 gestantes, sendo a mediana da idade 25 anos [21 – 30] e 62,1% (n= 95) das gestantes apresentavam excesso de peso. As medianas da espessura do TAV e do VET diário das gestantes foram respectivamente 41,75 mm [34,4 – 53,7] e 2149,25 kcal [1676,53 – 3051,72]. Foi encontrada uma correlação positiva significativa (p= 0,049) entre a espessura do TAV e o consumo de ingredientes culinários, que representava uma mediana de 2,1 % do VET. Ao estratificar a amostra em grupos de acordo com o quartil do TAV, foi observado que o quarto quartil consumia um percentual significativamente maior de ingredientes culinários (p <0,001) em relação aos três primeiros quartis. Também foi encontrada uma associação positiva significativa (p= 0,025; R 0,442; IC 0,037 – 0,473) entre o consumo de alimentos processados e a espessura do TAV, no entanto, após o ajuste para as variáveis de confusão, o resultado perdeu significância (p= 0,320). Conclusão: Os dados sugerem que houve uma correlação entre o consumo de ingredientes culinários e os depósitos de TAV em gestantes. Além disso, existe uma associação do maior consumo de alimentos processados com maiores depósitos de TAV em gestantes, onde o aumento de 1 ponto percentual no consumo de alimentos processados pode proporcionar um aumento de 25,61 mm de TAV.
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spelling Folador, Amanda Silveira da SilvaBernardi, Juliana RombaldiKretzer, Daniela Cortés2021-12-22T04:29:09Z2021http://hdl.handle.net/10183/233325001135003Introdução: O índice de obesidade aumentou nas últimas décadas e o acúmulo específico de gordura na região visceral apresenta maior relação com desfechos negativos na saúde. Foi observado concomitantemente um crescimento no consumo de alimentos ultraprocessados, inclusive durante a gestação. Porém, a relação entre um padrão de consumo alimentar baseado em alimentos ultraprocessados de gestantes e o aumento de depósitos de gordura visceral ainda não é esclarecido. Objetivo: Identificar qual padrão de consumo alimentar gestacional, avaliado a partir da Classificação NOVA, se correlaciona com maiores depósitos de gordura materna medidos por ultrassonografia. Metodologia: Estudo observacional com desenho transversal, parte constituinte de um projeto de pesquisa maior com gestantes de Porto Alegre. Os dados sociodemográficos e clínicos foram coletadas durante uma consulta pré-natal na Unidade de Saúde. Para estimar o padrão de consumo alimentar das gestantes, um recordatório habitual alimentar foi aplicado e os alimentos referidos foram estratificados em grupos de acordo com a classificação NOVA. O percentual do valor energético total (VET) diário que correspondia a cada grupo alimentar foi calculado. Os depósitos de gordura visceral e subcutânea foram aferidos por ultrassonografia através do método preconizado por Armellini. As análises envolvendo o tecido adiposo visceral (TAV) foram feitas tanto de maneira contínua como estratificada em grupos de acordo com o quartil da espessura do TAV. A correlação entre variáveis foi avaliada por correlação de Spearman e a associação entre as variáveis foi avaliada por regressão linear. Para comparação entre grupos, o Teste U Mann-Whitney foi utilizado. O intervalo de confiança determinado foi de 95%. Resultados: Foram incluídas 154 gestantes, sendo a mediana da idade 25 anos [21 – 30] e 62,1% (n= 95) das gestantes apresentavam excesso de peso. As medianas da espessura do TAV e do VET diário das gestantes foram respectivamente 41,75 mm [34,4 – 53,7] e 2149,25 kcal [1676,53 – 3051,72]. Foi encontrada uma correlação positiva significativa (p= 0,049) entre a espessura do TAV e o consumo de ingredientes culinários, que representava uma mediana de 2,1 % do VET. Ao estratificar a amostra em grupos de acordo com o quartil do TAV, foi observado que o quarto quartil consumia um percentual significativamente maior de ingredientes culinários (p <0,001) em relação aos três primeiros quartis. Também foi encontrada uma associação positiva significativa (p= 0,025; R 0,442; IC 0,037 – 0,473) entre o consumo de alimentos processados e a espessura do TAV, no entanto, após o ajuste para as variáveis de confusão, o resultado perdeu significância (p= 0,320). Conclusão: Os dados sugerem que houve uma correlação entre o consumo de ingredientes culinários e os depósitos de TAV em gestantes. Além disso, existe uma associação do maior consumo de alimentos processados com maiores depósitos de TAV em gestantes, onde o aumento de 1 ponto percentual no consumo de alimentos processados pode proporcionar um aumento de 25,61 mm de TAV.Introduction: The obesity rate has increased in recent decades and fat accumulation specifically in the visceral region has a greater effect on negative health outcomes. Concomitantly, an increase in the consumption of ultra-processed foods was observed, including during pregnancy. However, the relationship between eating pattern based on ultra-processed foods and the increase in visceral fat deposits in pregnant women remains unclear. Objective: To identify which gestational eating pattern, assessed using the NOVA classification, correlates with greater maternal fat deposits measured by ultrasound. Design and method: Observational study with a cross-sectional design based on a previous research project with pregnant women carried out in Porto Alegre. Sociodemographic and clinical data were collected during a prenatal consultation at the Health Unit. To estimate the gestational eating pattern, a habitual dietary recall was used and the referred foods were stratified into groups according to the NOVA classification. The percentage of the daily total energy intake (TEI) corresponding to each food group was calculated. Visceral and subcutaneous fat deposits were measured by ultrasonography using the method described by Armellini et al. Statistic analyzes involving visceral adipose tissue (VAT) were performed both continuously and stratified into groups according to the quartile of VAT thickness. Correlation between variables was assessed using Spearman's correlation and association between variables was assessed using linear regression. For comparison between groups, the Mann-Whitney Test was used. The confidence interval determined was 95%. Results: A total of 154 pregnant women were included in the sample, the median age was 25 years [21 – 30] and 62.1% (n= 95) of the pregnant women were overweight or obese. The medians of TAV thickness and the daily TEI of the pregnant women were, respectively, 41.75 mm [34.4 – 53.7] and 2149.25 kcal [1676.53 – 3051.72]. A significant positive correlation (p=0.049) was found between TAV thickness and the consumption of culinary ingredients, which represented a median of 2,1 % of TEI. When stratifying the sample into groups according to the VAT quartile, it was observed that the fourth quartile consumed a significantly higher percentage of culinary ingredients (p <0.001) compared to the first three quartiles. A significant positive association was also found (p= 0.025; R 0.442; CI 0.037 – 0.473) between consumption of processed foods and TAV thickness, however, after adjusting for confounding variables, the result no longer showed significance (p = 0.320). Conclusion: The data suggest the existence of a correlation between consumption of culinary ingredients and VAT deposits in pregnant women. In addition, there is an association of higher consumption of processed foods with higher VAT deposits in pregnant women, where a 1 percentage point increase in processed food consumption can provide a 25.61 mm increase in VAT.application/pdfporObesidadeGordura intra-abdominalIngestão de alimentosAlimento processadoGravidezObesityIntra-abdominal fatEating patternProcessed foodsPregnancyRelação entre o padrão de consumo alimentar e os depósitos de gordura em gestantesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2021Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001135003.pdf.txt001135003.pdf.txtExtracted Texttext/plain100268http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/233325/2/001135003.pdf.txt946d0c01279300d7950c624ad9e82fe1MD52ORIGINAL001135003.pdfTexto completoapplication/pdf678940http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/233325/1/001135003.pdff8c1ca97f92b9b68cdf713760e16da68MD5110183/2333252023-11-01 03:25:05.382202oai:www.lume.ufrgs.br:10183/233325Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-11-01T06:25:05Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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