Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Klein, Isadora Peres
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/152808
Resumo: A Leucoplasia bucal é uma lesão predominantemente branca com risco de transformação maligna. Clinicamente, essa lesão apresenta-se como mancha ou placa branca que pode mostrar áreas avermelhadas. A transformação maligna pode ocorrer na própria leucoplasia, na mucosa perilesional ou em mucosas distantes, nas quais não se observavam inicialmente alterações clinicamente. Em função disso, pacientes com leucoplasia podem sofrer malignização em uma mucosa que em um primeiro momento parecia saudável e não estava associada à leucoplasia. O objetivo do presente estudo foi verificar se existe correlação entre a taxa proliferativa avaliada a partir de esfregaços citológicos obtidos da mucosa clinicamente saudável e a taxa proliferativa avaliada na lesão propriamente dita. Os esfregaços citológicos foram obtidos da mucosa perilesional clinicamente normal e da mucosa do sítio anatômico contralateral. As células obtidas foram espalhadas em lâminas histológicas, fixadas em etanol à 96% e submetidas à técnica de impregnação pela prata para quantificação das AgNORs. Os espécimes biopsiados foram fixados em formalina neutra tamponada à 10%, emblocados em parafina. Dois cortes histológicos foram obtidos e submetidos a diferentes técnicas histoquímicas: hematoxilina e eosina (HE) para análise das alterações morfológicas do tecido epitelial e o outro à técnica de impregnação pela prata para quantificação das AgNORs e avaliação da taxa proliferativa. Os parâmetros utilizados foram média do número de AgNORs por núcleo (mAgNOR) e do percentual de células com mais do que 3 AgNORs/núcleo (pAgNOR>3). Os resultados mostraram que houve correlação significativa (R=0.852, p<0.05) entre mAgNORs das células esfoliadas da mucosa perilesional quando comparada às células obtidas da mucosa contralateral. Da mesma forma, um correlação significativa (R=0.720, p<0.05) foi encontrada comparando os valores de mAgNOR entre as células da camada basal e da camada suprabasal do epitélio das leucoplasias. Não houve correlação entre os diferentes métodos - citopatologia e histologia – para a avaliação da taxa proliferativa. Pode-se concluir que os estágios subclínicos da progressão tumoral apresentam comportamento proliferativo semelhante, o que parece estar relacionado à teoria do campo de cancerização. Além disso, os resultados obtidos a partir das diferentes técnicas não apresentaram correlação, mostrando que comparações diretas devem ser evitadas. Entretanto, considerando que a citologia bucal associada à quantificação das AgNORs é informativa com relação à taxa proliferativa, esta abordagem é potencialmente útil para o monitoramento da mucosa clinicamente normal de pacientes portadores de leucoplasia.
id UFRGS-2_9991d12f22180ef4a9f8d5b38382884e
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/152808
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Klein, Isadora PeresCarrard, Vinícius Coelho2017-02-21T02:26:27Z2013http://hdl.handle.net/10183/152808000899178A Leucoplasia bucal é uma lesão predominantemente branca com risco de transformação maligna. Clinicamente, essa lesão apresenta-se como mancha ou placa branca que pode mostrar áreas avermelhadas. A transformação maligna pode ocorrer na própria leucoplasia, na mucosa perilesional ou em mucosas distantes, nas quais não se observavam inicialmente alterações clinicamente. Em função disso, pacientes com leucoplasia podem sofrer malignização em uma mucosa que em um primeiro momento parecia saudável e não estava associada à leucoplasia. O objetivo do presente estudo foi verificar se existe correlação entre a taxa proliferativa avaliada a partir de esfregaços citológicos obtidos da mucosa clinicamente saudável e a taxa proliferativa avaliada na lesão propriamente dita. Os esfregaços citológicos foram obtidos da mucosa perilesional clinicamente normal e da mucosa do sítio anatômico contralateral. As células obtidas foram espalhadas em lâminas histológicas, fixadas em etanol à 96% e submetidas à técnica de impregnação pela prata para quantificação das AgNORs. Os espécimes biopsiados foram fixados em formalina neutra tamponada à 10%, emblocados em parafina. Dois cortes histológicos foram obtidos e submetidos a diferentes técnicas histoquímicas: hematoxilina e eosina (HE) para análise das alterações morfológicas do tecido epitelial e o outro à técnica de impregnação pela prata para quantificação das AgNORs e avaliação da taxa proliferativa. Os parâmetros utilizados foram média do número de AgNORs por núcleo (mAgNOR) e do percentual de células com mais do que 3 AgNORs/núcleo (pAgNOR>3). Os resultados mostraram que houve correlação significativa (R=0.852, p<0.05) entre mAgNORs das células esfoliadas da mucosa perilesional quando comparada às células obtidas da mucosa contralateral. Da mesma forma, um correlação significativa (R=0.720, p<0.05) foi encontrada comparando os valores de mAgNOR entre as células da camada basal e da camada suprabasal do epitélio das leucoplasias. Não houve correlação entre os diferentes métodos - citopatologia e histologia – para a avaliação da taxa proliferativa. Pode-se concluir que os estágios subclínicos da progressão tumoral apresentam comportamento proliferativo semelhante, o que parece estar relacionado à teoria do campo de cancerização. Além disso, os resultados obtidos a partir das diferentes técnicas não apresentaram correlação, mostrando que comparações diretas devem ser evitadas. Entretanto, considerando que a citologia bucal associada à quantificação das AgNORs é informativa com relação à taxa proliferativa, esta abordagem é potencialmente útil para o monitoramento da mucosa clinicamente normal de pacientes portadores de leucoplasia.Leukoplakia is defined as a lesion predominantly white in color that shows risk of malignization. Clinically, this lesion appears as a white patch or plaque that might present reddish areas. Malignant transformation may occur in the leukoplakia, in adjacent mucosa or in distant mucosae in which initially clinical changes were not noticed. Therefore, oral leukoplakia patients may transform in anatomic sites non-related to leukoplakia or that appears healthy previously. The aim of the present study was to verify if there is correlation between cell proliferation rate evaluated in biopsies and oral smears. Oral smears were obtained from mucosa adjacent to leukoplakia and from contralateral site. The samples were spread onto histological slides, fixed in 96% ethanol and silver-stained for AgNOR quantification. The biopsied specimens were fixed in 10% neutral buffered formalin, paraffin-embedded. Two histological slides were obtained and were submitted to different histochemical techniques: hematoxylin-eosin (HE) for morphological analysis of the epithelial tissue and silver-stained for AgNOR quantification for proliferation rate evaluation. The parameters were the mean number of AgNORs per nucleus (mAgNOR) and the percentage of cells with more than 3 AgNORs/nucleus (pAgNOR > 3). The results have shown a statistically significant correlation (R=0.852, p<0.05) between the mAgNORs of exfoliated cells obtained from adjacent mucosa when compared to the cells obtained from the mucosa contralateral. In the same way, a significant correlation (R=0.720, p<0.05) was found comparing mAgNOR values from basal layer cells and suprabasal layer cells of epithelium from biopsied leukoplakias. There was no correlation between the two different methods – cytopathology and histology – for proliferation rate evaluation. It may be concluded that subclinical stages of tumor progression show similar proliferative behavior, which seems to be related to the field cancerization theory. Besides, the results obtained from different techniques do not present correlation, showing that direct comparisons should be avoided. However, considering that oral cytology associated to AgNOR quantification is informative about proliferation rate, this approach is potencially useful for monitoring normal appearing mucosa of oral leukoplakia patients.application/pdfporLeucoplasia bucalCitopatologiaExfoliative cytologyPrecancerous lesionsAgNORValidação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucalValidation of cytology as a technique for monitoring patients with oral leukoplakia info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de OdontologiaPorto Alegre, BR-RS2013Odontologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000899178.pdf000899178.pdfTexto completoapplication/pdf1823598http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152808/1/000899178.pdfd5da2a6d0e8c0d485cc35a083f350f44MD51TEXT000899178.pdf.txt000899178.pdf.txtExtracted Texttext/plain80499http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152808/2/000899178.pdf.txt9f2e1b78d6e0de6611cb7cc19b93507eMD5210183/1528082017-02-22 02:26:41.31938oai:www.lume.ufrgs.br:10183/152808Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2017-02-22T05:26:41Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Validation of cytology as a technique for monitoring patients with oral leukoplakia
title Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
spellingShingle Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
Klein, Isadora Peres
Leucoplasia bucal
Citopatologia
Exfoliative cytology
Precancerous lesions
AgNOR
title_short Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
title_full Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
title_fullStr Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
title_full_unstemmed Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
title_sort Validação da citopatologia como técnica para monitoramento de pacientes com leucoplasia bucal
author Klein, Isadora Peres
author_facet Klein, Isadora Peres
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Klein, Isadora Peres
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Carrard, Vinícius Coelho
contributor_str_mv Carrard, Vinícius Coelho
dc.subject.por.fl_str_mv Leucoplasia bucal
Citopatologia
topic Leucoplasia bucal
Citopatologia
Exfoliative cytology
Precancerous lesions
AgNOR
dc.subject.eng.fl_str_mv Exfoliative cytology
Precancerous lesions
AgNOR
description A Leucoplasia bucal é uma lesão predominantemente branca com risco de transformação maligna. Clinicamente, essa lesão apresenta-se como mancha ou placa branca que pode mostrar áreas avermelhadas. A transformação maligna pode ocorrer na própria leucoplasia, na mucosa perilesional ou em mucosas distantes, nas quais não se observavam inicialmente alterações clinicamente. Em função disso, pacientes com leucoplasia podem sofrer malignização em uma mucosa que em um primeiro momento parecia saudável e não estava associada à leucoplasia. O objetivo do presente estudo foi verificar se existe correlação entre a taxa proliferativa avaliada a partir de esfregaços citológicos obtidos da mucosa clinicamente saudável e a taxa proliferativa avaliada na lesão propriamente dita. Os esfregaços citológicos foram obtidos da mucosa perilesional clinicamente normal e da mucosa do sítio anatômico contralateral. As células obtidas foram espalhadas em lâminas histológicas, fixadas em etanol à 96% e submetidas à técnica de impregnação pela prata para quantificação das AgNORs. Os espécimes biopsiados foram fixados em formalina neutra tamponada à 10%, emblocados em parafina. Dois cortes histológicos foram obtidos e submetidos a diferentes técnicas histoquímicas: hematoxilina e eosina (HE) para análise das alterações morfológicas do tecido epitelial e o outro à técnica de impregnação pela prata para quantificação das AgNORs e avaliação da taxa proliferativa. Os parâmetros utilizados foram média do número de AgNORs por núcleo (mAgNOR) e do percentual de células com mais do que 3 AgNORs/núcleo (pAgNOR>3). Os resultados mostraram que houve correlação significativa (R=0.852, p<0.05) entre mAgNORs das células esfoliadas da mucosa perilesional quando comparada às células obtidas da mucosa contralateral. Da mesma forma, um correlação significativa (R=0.720, p<0.05) foi encontrada comparando os valores de mAgNOR entre as células da camada basal e da camada suprabasal do epitélio das leucoplasias. Não houve correlação entre os diferentes métodos - citopatologia e histologia – para a avaliação da taxa proliferativa. Pode-se concluir que os estágios subclínicos da progressão tumoral apresentam comportamento proliferativo semelhante, o que parece estar relacionado à teoria do campo de cancerização. Além disso, os resultados obtidos a partir das diferentes técnicas não apresentaram correlação, mostrando que comparações diretas devem ser evitadas. Entretanto, considerando que a citologia bucal associada à quantificação das AgNORs é informativa com relação à taxa proliferativa, esta abordagem é potencialmente útil para o monitoramento da mucosa clinicamente normal de pacientes portadores de leucoplasia.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-02-21T02:26:27Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/152808
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000899178
url http://hdl.handle.net/10183/152808
identifier_str_mv 000899178
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152808/1/000899178.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152808/2/000899178.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv d5da2a6d0e8c0d485cc35a083f350f44
9f2e1b78d6e0de6611cb7cc19b93507e
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224524102893568