Via de parto preferida por puérperas de um hospital universitário do sul do país

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kottwitz, Fernanda
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/206963
Resumo: O nascimento é historicamente um evento natural, assim como é indiscutivelmente um fenômeno mobilizador. Porém, a forma de parir vem sofrendo grandes mudanças. Até o século XVIII, o parto era um ritual feminino e ficava a cargo das parteiras. Com o aumento progressivo de tecnologias no campo da Medicina, o parto sofreu mudanças e passou a ser tratado como uma situação que exige intervenção médica em ambiente hospitalar. Os cuidados à gestante atualmente dão origem a vários questionamentos sobre os efeitos do uso excessivo desta medicalização. Acredita-se que para evitá-la seja necessário reaver a autonomia da gestante sobre a escolha do tipo de parto. As preferências da gestante sobre as vias de parto se dão a partir do seu empoderamento, formado com o conhecimento que a mulher possui e as informações que ela terá durante a gravidez. Os objetivos deste estudo foram conhecer a preferência das mulheres quanto à via de parto e suas motivações; identificar o conhecimento que elas possuem sobre os riscos para sua saúde e para o recém-nascido do parto a que foram submetidas; verificar se participaram do processo de decisão sobre a via de parto e verificar as possíveis associações entre as características sócio-demográficas e as histórias obstétricas das entrevistadas com o tipo de parto desejado. Tratou-se de um estudo descritivo quantitativo de corte transversal, realizado com 361 puérperas submetidas à cesariana ou parto normal no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Todas as participantes assinaram TCLE. Este estudo é uma subanálise da pesquisa “Fatores associados à realização de cesariana em Hospital Universitário”. Os resultados deste estudo foram que 77,6% das mulheres preferiram o parto vaginal. O motivo mais frequente desta preferência, para 80,7% foi a melhor recuperação pós-parto e, para as que preferiram a cesariana, a motivação mais frequente foi não quererem sentir a dor do parto. Apenas 79 puérperas foram questionadas e acreditam terem participado da decisão sobre o seu parto. Das entrevistadas, 64,5% acreditavam que o parto ao qual foram submetidas não envolveu riscos para si e apenas 21,9% achavam que havia riscos para o recém-nascido. Houve associação estatística positiva entre número de gestações e parto anterior com a via de parto preferida. Conclui-se que a maioria das mulheres preferiram o parto vaginal, motivadas principalmente, pela melhor e mais rápida recuperação. Uma minoria das mulheres acreditou ter sido questionada e ter participado da decisão da via de parto ao qual foram submetidas. A maioria das entrevistadas afirmou que o tipo de parto ao qual foram submetidas não provoca riscos sobre si e sobre o recém-nascido, o que faz acreditar que estas mulheres não estão empoderadas para exercer sua autonomia na decisão sobre a via de parto. Sendo assim, recomenda-se que os profissionais de saúde ampliem os conteúdos relacionados com a via de parto, riscos e benefícios, possibilitando desta forma, que as mulheres tenham mais informações para fazerem escolhas adequadas para o desfecho de sua gestação. Sugere-se novos estudos acerca do tema.
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