Bilinguismo, vantagem cognitiva e reserva cognitiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bier, Luísa Rodegheri
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/200277
Resumo: Nosso objetivo neste trabalho é fazer um apanhado histórico e conceitual do que se entende por Bilinguismo, relacionando este conceito com Vantagem Cognitiva Bilíngue e com Reserva Cognitiva. Existem diversos aspectos a serem considerados na definição do bilinguismo e ainda não parece existir um consenso entre os pesquisadores da área sobre a definição do termo. No entanto, percebemos que há cada vez uma maior valorização do processo que leva as pessoas a tornarem-se bilíngues, em detrimento de uma classificação dicotômica entre ser ou não bilíngue. Uma discussão recorrente na área relaciona-se a como a experiência bilíngue pode afetar a cognição, com diversos autores defendendo que as mentes dos indivíduos bilíngues são diferentes das dos monolíngues. Essa diferença se dá não porque o bilinguismo em si crie uma vantagem ou desvantagem cognitiva, mas porque os bilíngues precisam recrutar seus recursos mentais de maneira diferente dos falantes de uma única língua. As vantagens têm sido apontadas principalmente no que se refere ao funcionamento executivo em indivíduos bilíngues. A necessidade do controle de ativação das línguas é a base para a hipótese de uma vantagem cognitiva bilíngue. Além disso, estudos recentes apontam uma possível relação entre bilinguismo e maior reserva cognitiva em idosos. O bilinguismo poderia ser um dos fatores que ajudariam a proteger a cognição de danos cerebrais na velhice, tendo em vista que os estudos sobre vantagens cognitivas bilíngues já demonstravam uma melhor performance em tarefas que avaliam funções executivas por parte de idosos bilíngues, quando comparados a idosos monolíngues. Concluímos que a área da psicologia pode se beneficiar de uma aproximação com a temática do bilinguismo como mais uma maneira de estudar as particularidades da cognição humana e a fim de buscar garantir uma maior sensibilidade para os instrumentos que avaliam aspectos neuropsicológicos.
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Essa diferença se dá não porque o bilinguismo em si crie uma vantagem ou desvantagem cognitiva, mas porque os bilíngues precisam recrutar seus recursos mentais de maneira diferente dos falantes de uma única língua. As vantagens têm sido apontadas principalmente no que se refere ao funcionamento executivo em indivíduos bilíngues. A necessidade do controle de ativação das línguas é a base para a hipótese de uma vantagem cognitiva bilíngue. Além disso, estudos recentes apontam uma possível relação entre bilinguismo e maior reserva cognitiva em idosos. O bilinguismo poderia ser um dos fatores que ajudariam a proteger a cognição de danos cerebrais na velhice, tendo em vista que os estudos sobre vantagens cognitivas bilíngues já demonstravam uma melhor performance em tarefas que avaliam funções executivas por parte de idosos bilíngues, quando comparados a idosos monolíngues. Concluímos que a área da psicologia pode se beneficiar de uma aproximação com a temática do bilinguismo como mais uma maneira de estudar as particularidades da cognição humana e a fim de buscar garantir uma maior sensibilidade para os instrumentos que avaliam aspectos neuropsicológicos.Our aim with this work is to review the literature on Bilingualism and its relations with Bilingual Cognitive Advantage and Cognitive Reserve. There are various aspects that need to be considered when one is aiming to define bilingualism and there seems to be no consensus among the researchers about the characteristics to be considered in such a definition. Nonetheless, there appears to be a tendency of focusing more on the processes that lead one to become bilingual rather than focusing on dichotomous classifications of whether someone is bilingual or not. A rather recurrent discussion in the area relates to how the bilingual experience can affect cognition, with several authors defending the proposition that bilingual minds are different from monolinguals’. This difference exists not because bilingualism itself creates advantages or disadvantages but because bilingual speakers need to recruit their mental resources in a different manner in comparison to single language speakers. These advantages can be seen mainly in the executive functioning of bilingual speakers. The need to manage the joint activation of two languages is the basis of the hypothesis of a bilingual cognitive advantage. Moreover, recent studies point to a possible relation between bilingualism and enhanced cognitive reserve in the elderly. Bilingualism could be one of the factors that would help protect cognitive damages in older ages, since the studies about bilingual cognitive advantages have demonstrated a better performance by older bilinguals in tasks that evaluate executive functioning when compared to older monolinguals. We conclude that psychology researchers can benefit from a closer look at bilingualism as another means of studying the particularities of human cognition and as a way of ensuring more accuracy to the instruments that assess neuropsychological aspects.application/pdfporBilingüismoFunção executivaCogniçãoBilingualismBilingual cognitionCognitive advantageCognitive reserveExecutive functionBilinguismo, vantagem cognitiva e reserva cognitivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPorto Alegre, BR-RS2016Psicologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001018625.pdf.txt001018625.pdf.txtExtracted Texttext/plain77627http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/200277/2/001018625.pdf.txt52ba5e59134fe20ec8d6013b38df86c3MD52ORIGINAL001018625.pdfTexto completoapplication/pdf225132http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/200277/1/001018625.pdf1ccc3e2b4a12f717b35ef4fd0c145e27MD5110183/2002772019-10-10 03:50:33.421159oai:www.lume.ufrgs.br:10183/200277Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-10-10T06:50:33Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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