As duas faces da moeda : heterotopias e emplazamientos curriculares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Veiga-Neto, Alfredo José da
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/100229
Resumo: A partir dos conceitos foucaultianos de heterotopia e episteme, e do conceito de emplazamiento, proposto por Jorge Larrosa, este artigo discute algumas questões acerca das relações entre o espaço e o currículo. O currículo é aqui compreendido como um artefato que contribuiu para um tipo muito particular de representação do espaço, na episteme clássica. O currículo funcionou para que a espacialidade medieval – sensorial, finita e fechada – fosse substituída por uma nova espacialidade – abstrata, infinita e aberta. Mais tarde, na Modernidade, tal espacialidade extensional deu lugar a uma espacialidade posicional e reticular, a favor da qual o currículo continuou trabalhando. Agora, na Pós-Modernidade, o espaço está assumindo novas configurações. Para descrever uma dessas novas configurações, é muito útil o conceito foucaultiano de heterotopia. As heterotopias são lugares reais, mas elas parecem estar em oposição em relação aos lugares comuns em que vivemos. Desse modo, as heterotopias confundem a linguagem e perturbam nosso entendimento, mas, ao mesmo tempo, abrem a possibilidade de novos pensamentos, novas representações e novos insights acerca do mundo que nos rodeia. Este artigo sugere que é possível conceber o emplazamiento de Larrosa como uma heterotopia. Nesse caso, dá-se a própria profanação da Pedagogia, de modo que novas possibilidades abrem-se para as nossas teorizações e práticas educacionais.
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