Origem e evolução da pecuária de corte no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sagrilo, Lauro Pereira Zago
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/127079
Resumo: A pecuária de corte, juntamente com sua indústria, foi a principal atividade econômica do Rio Grande do Sul (RS) até os últimos anos do século XIX. Nos dias de hoje, continua a ocupar lugar de destaque na economia sul-rio-grandense. Almeja, o presente estudo, elaborar uma sintética pesquisa histórica, acompanhada de análise, dos fatos mais relevantes relativos à origem e à evolução da criação de gado bovino no Rio Grande do Sul. Os jesuítas introduziram grandes quantidades de gado vacum no RS no ano de 1634. Esses animais se espalharam para o sul do RS, e também para o Uruguai, onde se multiplicaram e se tornaram selvagens. Grandes quantidades de bovinos eram caçados, tanto no território uruguaio quanto no território rio-grandense, por nômades coureadores de diferentes etnias, que se dirigiam aos mercados do Prata (Colônia do Sacramento, Montevideo e Buenos Aires), onde comercializavam o couro. A estância luso-brasileira, propriedade privada com fins comerciais, emergiu, no Rio Grande do Sul, com o advento do instituto da sesmaria, ocorrido no ano de 1732. Obviamente, as estâncias fundadas naquele século não possuíam aramados – a principal tarefa da mão de obra (escravos, assalariados e agregados) era amansar os animais selvagens e os vigiar, trazendo-os de volta quando extraviavam para pastagens de fazendas vizinhas. Outras tarefas incluíam marcação, castração e curativos primitivos. Em 1779, surgiram as charqueadas em Pelotas, as quais prosperaram ao produzir o alimento que abastecia as senzalas de outras regiões do país. No século XIX, a maior parte do gado bovino rio-grandense era abatido nas charqueadas pelotenses. O aramado apareceu nas estâncias da Campanha no ano de 1870, mas foi generalizar-se somente 20 anos depois. A partir dos últimos anos do século XIX, criadores gaúchos começaram a importar reprodutores estrangeiros, melhorando a qualidade do rebanho bovino rio-grandense. Espécies de pastagens exóticas já existiam no RS desde o século XIX, mas sua difusão, em larga escala, nas fazendas de criação de gado, só ocorreu a partir de meados da década de 1960. A aplicação dessas três tecnologias (alambrado, reprodutores superiores e pastagens artificiais), nas propriedades rurais rio-grandenses, contribuiu para vultosos avanços na produtividade do rebanho bovino. No entanto, relativamente ao gado de cria, os índices de produtividade atuais do RS (e.g. 57 terneiros para cada 100 vacas) estão muito aquém do potencial desejável e atingível.
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Grandes quantidades de bovinos eram caçados, tanto no território uruguaio quanto no território rio-grandense, por nômades coureadores de diferentes etnias, que se dirigiam aos mercados do Prata (Colônia do Sacramento, Montevideo e Buenos Aires), onde comercializavam o couro. A estância luso-brasileira, propriedade privada com fins comerciais, emergiu, no Rio Grande do Sul, com o advento do instituto da sesmaria, ocorrido no ano de 1732. Obviamente, as estâncias fundadas naquele século não possuíam aramados – a principal tarefa da mão de obra (escravos, assalariados e agregados) era amansar os animais selvagens e os vigiar, trazendo-os de volta quando extraviavam para pastagens de fazendas vizinhas. Outras tarefas incluíam marcação, castração e curativos primitivos. Em 1779, surgiram as charqueadas em Pelotas, as quais prosperaram ao produzir o alimento que abastecia as senzalas de outras regiões do país. No século XIX, a maior parte do gado bovino rio-grandense era abatido nas charqueadas pelotenses. O aramado apareceu nas estâncias da Campanha no ano de 1870, mas foi generalizar-se somente 20 anos depois. A partir dos últimos anos do século XIX, criadores gaúchos começaram a importar reprodutores estrangeiros, melhorando a qualidade do rebanho bovino rio-grandense. Espécies de pastagens exóticas já existiam no RS desde o século XIX, mas sua difusão, em larga escala, nas fazendas de criação de gado, só ocorreu a partir de meados da década de 1960. A aplicação dessas três tecnologias (alambrado, reprodutores superiores e pastagens artificiais), nas propriedades rurais rio-grandenses, contribuiu para vultosos avanços na produtividade do rebanho bovino. No entanto, relativamente ao gado de cria, os índices de produtividade atuais do RS (e.g. 57 terneiros para cada 100 vacas) estão muito aquém do potencial desejável e atingível.Beef cattle production is one of the most important economic activities in Rio Grande do Sul State (RS), in southern Brazil. The objective of the present work is to analyse its origins and evolution through more than 300 years of history. The Jesuits first introduced large quantities of cattle into RS in 1634, which spread to the southern RS and to Uruguay, where they proliferated to large quantities and became wild. In 1680, Portuguese troops founded the city of Colonia do Sacramento (located in the current territory of Uruguay), which attracted cattle hunters, traders and settlers from other regions. Colonia do Sacramento became the major trade hub of rawhide in South America – the product destination was mostly Europe. This period is known as the “leather age”, which lasted until late XVIII century. The beef cattle property, as a private business establishment, emerged after the year 1732, when the Portuguese institute of sesmaria was implemented in RS. Obviously, wire fences were not available for cattle ranchers at that time, and the main roles of the labour (slaves and wage earners) was to domesticate the wild cattle and to monitor it, bringing them back whenever they escaped to neighbouring pastures. Other roles included branding, castrating and, after 1779, separating the cattle for selling it to industry of salted beef (charqueadas). The advent of wire fences in our beef cattle properties started on 1870, but the technology became widespread only 20 years later. At that point, cattle producers also started importing British breeds of beef cattle, improving the quality of our primitive crioulo cattle breed. Exotic species of pastures existed in RS since the XIX century, but its diffusion in our beef cattle properties only started to rise substantially in the 1960s. These three technologies (fencing, genetically superior breeds and artificial pastures) allowed great advances on beef productivity in RS. Nevertheless, the current productivity rates of the breeding herd (e.g. weaning rate of 57%) are well below the achievable potential.application/pdfporPecuária de corte : Análise econômicaBovinocultura : Origem : DesenvolvimentoEconomia regional : Brasil, Região SulBovinos : RaçaCattle raising historyBeef productionOriginEvolutionCattleSouthern BrazilHistoryEconomyOrigem e evolução da pecuária de corte no Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2015/1Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000973450.pdf000973450.pdfTexto completoapplication/pdf948201http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/127079/1/000973450.pdff8efbe5fa76e3cb8726295599423220eMD51TEXT000973450.pdf.txt000973450.pdf.txtExtracted Texttext/plain187874http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/127079/2/000973450.pdf.txtb2fcbe9a358e57482503922828eae4a7MD52THUMBNAIL000973450.pdf.jpg000973450.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg930http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/127079/3/000973450.pdf.jpgfade032bb643d53d1be59f3eb729016cMD5310183/1270792018-10-24 09:00:17.796oai:www.lume.ufrgs.br:10183/127079Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-24T12:00:17Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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