Um olhar discursivo para a forma histórica dos protestos : retorno aos protestos pós-junho de 2013
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/273435 |
Resumo: | O Brasil do século XXI é sócio-historicamente constituído por diferentes embates no campo político-ideológico, começando com a eleição de Lula, em 2002, e, atualmente, com o governo de Bolsonaro. A partir de 2013, durante o primeiro governo de Dilma Rousseff, é possível afirmar que os protestos se intensificaram no país, aparecendo como ponto simbólico que inaugura a disputa nas ruas na última década. O presente artigo trabalha sobre os protestos como uma forma histórica, designada como forma-protesto, embasando-se nas jornadas de junho de 2013 para delimitar a teorização. A visada teórico-analítica a partir da qual o trabalho é desenvolvido é a Análise Materialista de Discurso, que, com sua sustentação no materialismo histórico-dialético, garante os elementos necessários para a observação da forma-protesto, considerando, especialmente, as modalidades de subjetivação proposta em Pêcheux (2014). Desde a circulação do enunciado “O gigante acordou” é possível afirmar que os manifestantes representam a posição da burguesia liberal, como bom sujeito, não rompendo com a formação social capitalista, ao passo que as manifestações posteriores, a partir das que pediam pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff passaram a se identificar com uma posição que sustenta o fim das instituições democráticas, em um funcionamento fascista. A reivindicação pelo fim do capitalismo ainda não tem força nos protestos do Brasil contemporâneo, resultando em posições contraditórias entre direita e esquerda. |
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Lopes, Tiago Alves da SilvaVinhas, Luciana Iost2024-03-13T05:03:40Z20210102-9576http://hdl.handle.net/10183/273435001197159O Brasil do século XXI é sócio-historicamente constituído por diferentes embates no campo político-ideológico, começando com a eleição de Lula, em 2002, e, atualmente, com o governo de Bolsonaro. A partir de 2013, durante o primeiro governo de Dilma Rousseff, é possível afirmar que os protestos se intensificaram no país, aparecendo como ponto simbólico que inaugura a disputa nas ruas na última década. O presente artigo trabalha sobre os protestos como uma forma histórica, designada como forma-protesto, embasando-se nas jornadas de junho de 2013 para delimitar a teorização. A visada teórico-analítica a partir da qual o trabalho é desenvolvido é a Análise Materialista de Discurso, que, com sua sustentação no materialismo histórico-dialético, garante os elementos necessários para a observação da forma-protesto, considerando, especialmente, as modalidades de subjetivação proposta em Pêcheux (2014). Desde a circulação do enunciado “O gigante acordou” é possível afirmar que os manifestantes representam a posição da burguesia liberal, como bom sujeito, não rompendo com a formação social capitalista, ao passo que as manifestações posteriores, a partir das que pediam pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff passaram a se identificar com uma posição que sustenta o fim das instituições democráticas, em um funcionamento fascista. A reivindicação pelo fim do capitalismo ainda não tem força nos protestos do Brasil contemporâneo, resultando em posições contraditórias entre direita e esquerda.Brazil, in the 21st century, is socio-historically constituted by different conflicts in the political-ideological field, starting with Lula's election in 2002 and, currently, with Bolsonaro's government. From 2013, during the first government of Dilma Rousseff, it is possible to say that protests have intensified in the country, appearing as a symbolic point that inaugurates the dispute in the streets in the last decade. This article talks about protests as a historical form, which are designated as protest-form, based on the June 2013 journeys. The theoretical-analytical aim from which the work is developed is the Materialist Discourse Analysis, which, based on the historical-dialectical materialism, guarantees the necessary elements for the observation of the protest-form, considering, especially, the modalities of subjectivation proposed in Pêcheux (2014). From the circulation of the statement "The giant woke up" it is possible to affirm that the protesters represent the position of the liberal bourgeoisie, as a good subject, not breaking with the capitalist social formation, while the later demonstrations, from those calling for the impeachment of the President Dilma Rousseff, began to identify with a position that supports the end of democratic institutions, in a fascist functioning. The demand for the end of capitalism is still not strong in contemporary Brazil's protests, resulting in contradictory positions between right and left.application/pdfporCaderno de letras (Pelotas). Pelotas, RS. N. 41 (set./dez. 2021), p. [403]-419IdeologiaAnálise do discursoProtestoBrasil : Aspectos políticosIdeologyJune journeysSpeech analysisProtestsUm olhar discursivo para a forma histórica dos protestos : retorno aos protestos pós-junho de 2013A discursive look at the historical form of protests : a return to the post-june 2013 protestsinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001197159.pdf.txt001197159.pdf.txtExtracted Texttext/plain62759http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273435/2/001197159.pdf.txta41d0c5cdde3e28c5922a265b9ba2c28MD52ORIGINAL001197159.pdfTexto completoapplication/pdf944995http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273435/1/001197159.pdffcff9fef7b2d97e1e0d30b842685dca0MD5110183/2734352024-03-14 04:56:43.726629oai:www.lume.ufrgs.br:10183/273435Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-03-14T07:56:43Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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