Automedicação com agentes antimicrobianos em pacientes que procuram atendimento odontológico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/152854 |
Resumo: | Embora diferentes estudos indiquem relação entre o aumento da resistência dos microrganismos e a ampla utilização de agentes antimicrobianos, poucos dados de Farmacoepidemiologia estão disponíveis em Odontologia. O objetivo do presente trabalho foi realizar a comparação do perfil de automedicação com antimicrobianos após terem decorrido dois períodos de tempo distintos – um mais curto (de um ano) e outro mais longo (de dois anos), a partir da publicação da Resolução RDC Nº 44, de 26 de outubro de 2010 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIFILÂNCIA SANITÁRIA, 2010), atualizada pela Resolução Nº 20, de 5 de maio de 2011 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2011). Foi realizado estudo observacional transversal prospectivo, por meio de entrevistas com pacientes que procuraram atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia da UFRGS. Tendo como base questionário estruturado especificamente para a pesquisa, foram entrevistados 295 pacientes, ao longo de dois anos. Foram coletados dados epidemiológicos – gênero, idade, escolaridade e ocupação – e dados relacionados ao uso de antimicrobianos nos 6 meses anteriores à entrevista. Foram analisadas: (a) a frequência de uso de antimicrobianos por automedicação, (b) suas formas de armazenamento e descarte, (c) o motivo do uso daqueles fármacos e (d) a razão da utilização sem prescrição médica e/ou odontológica, (e) a origem do fármaco utilizado para automedicação (modo de aquisição), (f) a duração de tratamento e (g) a frequência de pacientes que permaneceram com sobras dos medicamentos adquiridos. As informações obtidas foram reunidas e codificadas em banco de dados, no Programa Epi-Data, versão 1.5. Foram feitas análises estatísticas descritiva e inferencial (para avaliação de associações entre parâmetros de automedicação e parâmetros demográficos), com o auxílio do Programa SPSS for Windows, versão 18.0. A amostra foi constituída predominantemente por mulheres – 72,5% (n=214), com idade média de 48,77 (±14,82) anos e ocupações variadas. Quanto à escolaridade, a maior parte – 42,4% (n=125) – cursou até o ensino médio. Observou-se que 63,7% (n=188) dos pacientes utilizaram antimicrobianos nos últimos seis meses, sendo que 3,7% (n=11) o fizeram sem prescrição. Tal uso foi relacionado ao difícil acesso ao cuidado médico. Em 41,4% (n=122) dos casos, não houve sobras. A forma de descarte mais comum foi no lixo comum (15,9%), para aqueles que informaram. Comparando-se os dados obtidos nos anos de 2011 com aqueles obtidos em 2012, observou-se redução estatisticamente significativa do uso de antimicrobianos ao longo do tempo, por meio do Teste Exato de Fisher. Os dados sugerem que a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que categorizou os antimicrobianos como medicamentos de uso controlado, está atingindo o seu objetivo. Porém, embora a aquisição destes fármacos só devesse ser feita por meio de prescrição médica ou odontológica, com retenção da receita na farmácia, ainda se verificou a prática da automedicação. Tal comportamento é preocupante, tendo em vista os riscos de reações adversas e de desenvolvimento de resistência microbiana. |
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Paula, Karen Barea deFerreira, Maria Beatriz CardosoMontagner, Francisco2017-02-21T02:26:47Z2013http://hdl.handle.net/10183/152854000899167Embora diferentes estudos indiquem relação entre o aumento da resistência dos microrganismos e a ampla utilização de agentes antimicrobianos, poucos dados de Farmacoepidemiologia estão disponíveis em Odontologia. O objetivo do presente trabalho foi realizar a comparação do perfil de automedicação com antimicrobianos após terem decorrido dois períodos de tempo distintos – um mais curto (de um ano) e outro mais longo (de dois anos), a partir da publicação da Resolução RDC Nº 44, de 26 de outubro de 2010 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIFILÂNCIA SANITÁRIA, 2010), atualizada pela Resolução Nº 20, de 5 de maio de 2011 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2011). Foi realizado estudo observacional transversal prospectivo, por meio de entrevistas com pacientes que procuraram atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia da UFRGS. Tendo como base questionário estruturado especificamente para a pesquisa, foram entrevistados 295 pacientes, ao longo de dois anos. Foram coletados dados epidemiológicos – gênero, idade, escolaridade e ocupação – e dados relacionados ao uso de antimicrobianos nos 6 meses anteriores à entrevista. Foram analisadas: (a) a frequência de uso de antimicrobianos por automedicação, (b) suas formas de armazenamento e descarte, (c) o motivo do uso daqueles fármacos e (d) a razão da utilização sem prescrição médica e/ou odontológica, (e) a origem do fármaco utilizado para automedicação (modo de aquisição), (f) a duração de tratamento e (g) a frequência de pacientes que permaneceram com sobras dos medicamentos adquiridos. As informações obtidas foram reunidas e codificadas em banco de dados, no Programa Epi-Data, versão 1.5. Foram feitas análises estatísticas descritiva e inferencial (para avaliação de associações entre parâmetros de automedicação e parâmetros demográficos), com o auxílio do Programa SPSS for Windows, versão 18.0. A amostra foi constituída predominantemente por mulheres – 72,5% (n=214), com idade média de 48,77 (±14,82) anos e ocupações variadas. Quanto à escolaridade, a maior parte – 42,4% (n=125) – cursou até o ensino médio. Observou-se que 63,7% (n=188) dos pacientes utilizaram antimicrobianos nos últimos seis meses, sendo que 3,7% (n=11) o fizeram sem prescrição. Tal uso foi relacionado ao difícil acesso ao cuidado médico. Em 41,4% (n=122) dos casos, não houve sobras. A forma de descarte mais comum foi no lixo comum (15,9%), para aqueles que informaram. Comparando-se os dados obtidos nos anos de 2011 com aqueles obtidos em 2012, observou-se redução estatisticamente significativa do uso de antimicrobianos ao longo do tempo, por meio do Teste Exato de Fisher. Os dados sugerem que a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que categorizou os antimicrobianos como medicamentos de uso controlado, está atingindo o seu objetivo. Porém, embora a aquisição destes fármacos só devesse ser feita por meio de prescrição médica ou odontológica, com retenção da receita na farmácia, ainda se verificou a prática da automedicação. Tal comportamento é preocupante, tendo em vista os riscos de reações adversas e de desenvolvimento de resistência microbiana.Although different studies indicate the relationship between the increasing resistance of microorganisms and the wide use of antimicrobial agents, few data of Pharmacoepidemiology are available in Dentistry. The aim of this work was to compare the profile of self-medication with antibiotics after the expiration of two distinct time periods - one shorter (one year) and one longer (two years), from the publication of Resolution RDC No.44, dated October 26, 2010 (AGENCY NATIONAL OF SANITARY SURVILLANCE, 2010), and revised by Resolution No. 20, dated May 5, 2011 (AGENCY NATIONAL OF SANITARY SURVEILLANCE, 2011). It was conducted a prospective cross-sectional study, through interviews with patients seeking dental care at the Dental School, UFRGS. Using a questionnaire specifically structured for this research, 295 patients were interviewed over two years. It was collected epidemiological data – gender, age, education and occupation – and data related to the use of antimicrobials in the 6 months preceding the interview. It was analyzed: (a) the frequency of use of antimicrobials as self-medication, (b) their forms of storage and disposal, (c) the reason for the use of those medicines and (d) the reason for the use without prescription, (e) the origin of the drug used for self-medication (acquisition way), (f) the duration of treatment, and (g) the frequency of patients who remain with leftovers. Data were gathered and coded in a specific database, using Epi-Data, version 1.5. Descriptive and inferential statistical analyzes (to assess associations between parameters of self-medication and demographic ones) were performed using the software SPSS for Windows, version 18.0. The sample consisted mostly of women – 72.5% (n=214), with mean age of 48,77 (± 14,82) years and with a variety of occupations. Regarding to the education, the majority – 42.4% (n=125) – attended through high school. It was observed that 63.7% (n=188) of patients received antibiotics in the last six months, and 3.7% (n=11) did so without prescription. Such use was related to difficult access to medical care. In 41.4% (n=122) of the cases, it had no leftovers. The most common form of disposal was trash (15,9%). Comparing the data obtained in the years 2011 to those obtained in 2012, there was a statistically significant reduction in antimicrobial use over time, using Fisher's Exact Test. The data suggest that the ANVISA Resolution, which categorized antimicrobials as controlled prescription drugs, is reaching its goal. However, although the acquisition of antimicrobials should only be made by medical or dental prescription, it was still observed self-medication with these medicines. Such behavior is troubling, given the risks of adverse reactions and the development of microbial resistance.application/pdfporMedicamentosSelf-medicationAntimicrobialsDentistryAutomedicação com agentes antimicrobianos em pacientes que procuram atendimento odontológicoSelf-medication with antimicrobials for patients seeking dental care info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de OdontologiaPorto Alegre, BR-RS2013Odontologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000899167.pdf000899167.pdfTexto completoapplication/pdf832245http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152854/1/000899167.pdf2053887f6c5337ad884b551cc245ec63MD51TEXT000899167.pdf.txt000899167.pdf.txtExtracted Texttext/plain84529http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152854/2/000899167.pdf.txtaa93d728c928af3a914d5604089438aeMD5210183/1528542017-02-22 02:27:16.472502oai:www.lume.ufrgs.br:10183/152854Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2017-02-22T05:27:16Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Embora diferentes estudos indiquem relação entre o aumento da resistência dos microrganismos e a ampla utilização de agentes antimicrobianos, poucos dados de Farmacoepidemiologia estão disponíveis em Odontologia. O objetivo do presente trabalho foi realizar a comparação do perfil de automedicação com antimicrobianos após terem decorrido dois períodos de tempo distintos – um mais curto (de um ano) e outro mais longo (de dois anos), a partir da publicação da Resolução RDC Nº 44, de 26 de outubro de 2010 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIFILÂNCIA SANITÁRIA, 2010), atualizada pela Resolução Nº 20, de 5 de maio de 2011 (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2011). Foi realizado estudo observacional transversal prospectivo, por meio de entrevistas com pacientes que procuraram atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia da UFRGS. Tendo como base questionário estruturado especificamente para a pesquisa, foram entrevistados 295 pacientes, ao longo de dois anos. Foram coletados dados epidemiológicos – gênero, idade, escolaridade e ocupação – e dados relacionados ao uso de antimicrobianos nos 6 meses anteriores à entrevista. Foram analisadas: (a) a frequência de uso de antimicrobianos por automedicação, (b) suas formas de armazenamento e descarte, (c) o motivo do uso daqueles fármacos e (d) a razão da utilização sem prescrição médica e/ou odontológica, (e) a origem do fármaco utilizado para automedicação (modo de aquisição), (f) a duração de tratamento e (g) a frequência de pacientes que permaneceram com sobras dos medicamentos adquiridos. As informações obtidas foram reunidas e codificadas em banco de dados, no Programa Epi-Data, versão 1.5. Foram feitas análises estatísticas descritiva e inferencial (para avaliação de associações entre parâmetros de automedicação e parâmetros demográficos), com o auxílio do Programa SPSS for Windows, versão 18.0. A amostra foi constituída predominantemente por mulheres – 72,5% (n=214), com idade média de 48,77 (±14,82) anos e ocupações variadas. Quanto à escolaridade, a maior parte – 42,4% (n=125) – cursou até o ensino médio. Observou-se que 63,7% (n=188) dos pacientes utilizaram antimicrobianos nos últimos seis meses, sendo que 3,7% (n=11) o fizeram sem prescrição. Tal uso foi relacionado ao difícil acesso ao cuidado médico. Em 41,4% (n=122) dos casos, não houve sobras. A forma de descarte mais comum foi no lixo comum (15,9%), para aqueles que informaram. Comparando-se os dados obtidos nos anos de 2011 com aqueles obtidos em 2012, observou-se redução estatisticamente significativa do uso de antimicrobianos ao longo do tempo, por meio do Teste Exato de Fisher. Os dados sugerem que a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que categorizou os antimicrobianos como medicamentos de uso controlado, está atingindo o seu objetivo. Porém, embora a aquisição destes fármacos só devesse ser feita por meio de prescrição médica ou odontológica, com retenção da receita na farmácia, ainda se verificou a prática da automedicação. Tal comportamento é preocupante, tendo em vista os riscos de reações adversas e de desenvolvimento de resistência microbiana. |
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