Distrito mineiro do Salto do Jacuí : estudo do potencial uso dos rejeitos da exploração de ágata como remineralizadores do solo agrícola

• Autor(a) principal: Simons, Janina Patricio
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234826
• topic: Geoquímica; Petrologia; Rejeito de mineração; Remineralização do solo; Agriminerals; Agrogeology; Remineralizers; Soils

O processo de fertilização do solo agrícola brasileiro está intrinsicamente ligado ao uso dos tradicionais fertilizantes solúveis, e esse método é agressivo ao meio ambiente e ao solo em que é empregado. Paralelamente ao uso desses fertilizantes, está técnica de remineralização, que consiste no uso do pó de rocha como remineralizador de solos, e que apesar de ser usada há alguns anos no país, essa técnica ainda sofre dificuldades de ser amplamente aceita no meio rural. No Brasil, a mineração e a agricultura são dois dos principais pilares da economia do país. Com isso, os remineralizadores são de grande valia ambiental e econômica tanto para os agricultores como para as mineradoras, visto que se trata de uma técnica de baixo custo, eficiente e que se torna um destino adequado para os resíduos de mineração formados pela exploração mineral. O principal objetivo desse trabalho foi o de analisar se as rochas vulcânicas da Formação da Serra Geral (FSG) provindas de pilhas de resíduos de exploração de ágata do Distrito Mineiro do Salto do Jacuí (DMSJ), que fica localizado na região central do estado do Rio Grande do Sul, se encaixariam nos requisitos para serem consideradas remineralizadores agrícolas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), fornece os dados técnicos que devem ser seguidos para a obtenção de remineralizadores no Brasil, e nesse trabalho, esses dados foram usados de base para a pesquisa. Foram feitas análises petrográficas, mineralógicas e químicas das rochas da Formação Serra Geral. Os resultados apontam que as litologias estudadas são basaltos e dacitos, que apresentam grau de alteração elevado e uma grande quantidade de vidro vulcânico na sua matriz, com esses fatores, a abertura da rede cristalina dos minerais é facilitada e agilizada (pela presença do vidro), ajudando no processo de transição dos nutrientes do pó de rocha para o substrato. Sobre os quatro critérios do MAPA, todas as amostras se enquadraram perfeitamente nos quesitos de teor de SiO2, soma de bases (CaO+K2O+MgO) e teor de óxidos de potássio, e apenas três amostras tiveram valores superiores aos aceitos nos elementos potencialmente tóxicos (EPT), mais precisamente, nos elementos As e Pb. Algumas amostras obtiveram valores de Pb discrepantes, o que indica que as amostras sofreram algum processo de contaminação. Logo, recomenda-se que sejam feitos mais estudos aprofundados nas litologias locais, para determinar o pH de abrasão, as granulometrias mais adequadas para uso e que seja refeita as análises dos EPT para que não reste nenhuma dúvida sobre os valores obtidos. Testes agronômicos em casa de vegetação também são recomendáveis para que se observe o real potencial remineralizador dessas rochas.