Abaixo as verdades bíblicas : uma análise crítica aos discursos da Bíblia a partir de paratextos de tradução

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Cyrano da Rosa
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/241508
Resumo: Este trabalho é uma análise crítica aos discursos, não lembrados, que envolvem o advento bíblico. O autor entende que é através dos discursos enunciados pela tradução bíblica, que a religião cristã advoga suas liturgias, dogmas e estruturas. A análise faz uso dos postulados criados por Henri Meschonnic no livro Poética do Traduzir (2010) como alicerce teórico-reflexivo. A poética do traduzir caracteriza-se como uma teoria crítica de tradução, que leva em consideração fatores políticos, históricos e sociais, vinculados ao autor/texto original e ao tradutor, com o propósito de analisar, não somente, aspectos estruturais, mas também, as implicações discursivas e enunciativas. Dessa forma, o traduzir se coloca como um observatório da linguagem, um terreno de experimentação para teoria do sujeito, para a teoria da sociedade. Por isso, esta análise crítica leva em consideração a historicidade da sociedade contemporânea, para entender quais são as relações das estruturas sociais dominantes com o discurso da Bíblia traduzida no Brasil. Entrementes, há, neste trabalho, uma crítica tanto para os discursos que envolvem o traduzir bíblico, como para os discursos que as traduções geram. Para fundamentar esta investigação, foi utilizado como método a leitura crítica dos paratextos presentes nas edições selecionadas. Entende-se como paratextos, os textos que compõem as obras literárias “aquilo por meio do qual um texto se torna livro e se propõe como tal a seus leitores, e de maneira mais geral, ao público” (GENETTE, 2009, p. 9). Sendo estes textos os prefácios de tradução, os prefácios editoriais, as informações de capa e contracapa, as notas e notas de rodapé. Para objeto de análise foram selecionadas as edições da Bíblia Ave Maria (1967), a Bíblia de Jerusalém (2002), a Nova Tradução na Linguagem de Hoje ― Edição com notas para jovens (2009) e a Nova Almeida Atualizada (2017). A análise conclui que a cultura de apagamentos que envolve o texto bíblico não está somente na ocultação dos processos e decisões de sua tradução. O apagamento é generalizado, existem discursos não problematizados em toda cultura textual cristã. Atentar para esses discursos é fundamental para compreender que nossa historicidade contemporânea é baseada, em grau elevado, pelo que a tradução do texto bíblico coloca como certo e errado, moral e imoral.
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Por isso, esta análise crítica leva em consideração a historicidade da sociedade contemporânea, para entender quais são as relações das estruturas sociais dominantes com o discurso da Bíblia traduzida no Brasil. Entrementes, há, neste trabalho, uma crítica tanto para os discursos que envolvem o traduzir bíblico, como para os discursos que as traduções geram. Para fundamentar esta investigação, foi utilizado como método a leitura crítica dos paratextos presentes nas edições selecionadas. Entende-se como paratextos, os textos que compõem as obras literárias “aquilo por meio do qual um texto se torna livro e se propõe como tal a seus leitores, e de maneira mais geral, ao público” (GENETTE, 2009, p. 9). Sendo estes textos os prefácios de tradução, os prefácios editoriais, as informações de capa e contracapa, as notas e notas de rodapé. Para objeto de análise foram selecionadas as edições da Bíblia Ave Maria (1967), a Bíblia de Jerusalém (2002), a Nova Tradução na Linguagem de Hoje ― Edição com notas para jovens (2009) e a Nova Almeida Atualizada (2017). A análise conclui que a cultura de apagamentos que envolve o texto bíblico não está somente na ocultação dos processos e decisões de sua tradução. O apagamento é generalizado, existem discursos não problematizados em toda cultura textual cristã. Atentar para esses discursos é fundamental para compreender que nossa historicidade contemporânea é baseada, em grau elevado, pelo que a tradução do texto bíblico coloca como certo e errado, moral e imoral.Este trabajo es un análisis crítico de los discursos, no recordados, que involucran el advenimiento bíblico. El autor comprende que es por medio de los discursos enunciados por la traducción bíblica que la religión cristiana defiende sus liturgias, dogmas y estructuras. El análisis utiliza los postulados creados por Henri Meschonnic en el libro Poética del Traducir (2010) como base teórica y reflexiva. La poética del traducir se caracteriza como una teoría crítica de la traducción, que tiene en cuenta factores políticos, históricos y sociales, vinculados al autor/texto original y al traductor, con el propósito de analizar no solo aspectos estructurales, sino también las implicaciones discursivas y enunciativas. De esta manera, la traducción se erige como un observatorio del lenguaje, un terreno de experimentación para la teoría del sujeto, para la teoría de la sociedad. Por lo tanto, este análisis crítico considera la historicidad de la sociedad contemporánea, para comprender cuáles son las relaciones de las estructuras sociales dominantes con el discurso de la Biblia traducida en Brasil. Mientras tanto, en este trabajo hay una crítica tanto de los discursos relacionados con la traducción bíblica, como de los discursos que se generan por las traducciones. Para basar esta investigación, se utilizó como método la lectura crítica de los paratextos presentes en las ediciones elegidas. Se comprende como paratexto los textos que componen obras literarias "por los cuales un texto se convierte en un libro y se propone como tal para sus lectores y, en general, al público" (GENETTE, 2009, p. 9). Estos textos son prefacios de traducción, prefacios editoriales, información de portada y contraportada, notas y notas de pie de página. Para el análisis, se han elegido las ediciones de la Biblia Ave María (1967), la Biblia de Jerusalén (2002), la Nueva Traducción en el Lenguaje de Hoy - Edición con notas para Jóvenes (2009) y la Nueva Almeida Actualizada (2017). El análisis concluye que la cultura de borradura que rodea el texto bíblico no solo oculta los procesos y las decisiones de su traducción. La borradura es generalizada, hay discursos no discutidos en toda la cultura textual cristiana. La atención a estos discursos es fundamental para comprender que nuestra historicidad contemporánea está basada, en gran medida, en lo que la traducción del texto bíblico considera correcto e incorrecto, moral e inmoral.application/pdfporBíbliaAnálise do discurso religiosoPoéticaTraduçãoTraducción de la BibliaBibliaAnálisis del discursoPoéticaPoética del TraducirAbaixo as verdades bíblicas : uma análise crítica aos discursos da Bíblia a partir de paratextos de traduçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2019Letras: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001143249.pdf.txt001143249.pdf.txtExtracted Texttext/plain245449http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241508/2/001143249.pdf.txt4a6b6e89bef64186ec5f0a611a94dfb6MD52ORIGINAL001143249.pdfTexto completoapplication/pdf5954817http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241508/1/001143249.pdf27b04b35929f3c2a90541c6d3d2d0844MD5110183/2415082022-08-06 04:44:51.758219oai:www.lume.ufrgs.br:10183/241508Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-06T07:44:51Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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