Caracterização da transmissão de um dicistrovírus na abelha sem ferrão Mandaçaia (Melipona quadrifasciata Lepeleiter, 1836)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/224268 |
Resumo: | Melipona quadrifasciata é uma abelha sem ferrão nativa do Brasil, chamada popularmente de “mandaçaia”. Uma doença acomete esta espécie todos os anos no final de março em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conhecida pelos meliponicultores como “mal de março”. Diversos fatores estão relacionados à síndrome anual da mandaçaia, que ocasionam a queda da imunidade dos indivíduos. As abelhas adultas são encontradas rastejando com a probóscide evertida, com sintomas de paralisia ou mortas no interior ou no entorno da colônia. Dentre os vírus que infectam as mandaçaias, o vírus da família Dicistroviridae Melipona quadrifasciata Virus 1 b (MqV1b) é encontrado em indivíduos da cidade de Boqueirão do Leão (RS), local onde também foram detectados sintomas em mandaçaias. Sintomas similares são relatados em abelhas Apis mellifera infectadas pelos vírus Israeli Acute Paralisys Virus (IAPV) e Acute Bee Paralisys Virus (ABPV), da mesma família. O propósito deste estudo foi caracterizar o mecanismo de transmissão viral do vírus MqV1b entre os estágios de desenvolvimento da abelha mandaçaia e o papel dos recursos alimentares na transmissão horizontal. Uma colônia de M. quadrifasciata foi coletada na cidade de Boqueirão do Leão (RS), a qual se encontrava debilitada, apresentando sintomas característicos do “mal de março”. Extraiu-se RNA de 47 amostras representando todos os estágios de desenvolvimento da mandaçaia, bem como o mel e pólen estocados na colônia. A detecção do vírus MqV1b foi executada por PCR. Todos os estágios de desenvolvimento apresentaram infecção viral (29 de 45 amostras) e o vírus esteve presente no mel e no pólen estocados na colônia. A transmissão do vírus MqV1b pode ocorrer horizontalmente entre as abelhas adultas, provavelmente por trofalaxia e pela ingestão do mel e pólen estocados. Outro mecanismo de transmissão horizontal pode acontecer por meio do alimento larval, em que as abelhas nutrizes transferem partículas virais para a prole em desenvolvimento. Além disso, a rainha pode transmitir o vírus verticalmente depositando ovos com partículas do vírus MqV1b e causando a infecção da prole. Desta forma, colônias de mandaçaia acometidas pelo “mal de março” estão suscetíveis a infecções virais que podem agravar a síndrome e ocasionar o colapso da colônia. A presença do vírus MqV1b nos potes de mel e pólen estocados é um mecanismo de permanência do vírus na colônia, representando uma fonte recorrente de transmissão horizontal. |
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Pozzobon, Luciano CesarHaag, Karen LuisaKonzen, Enéas Ricardo2021-07-21T04:24:05Z2021http://hdl.handle.net/10183/224268001127615Melipona quadrifasciata é uma abelha sem ferrão nativa do Brasil, chamada popularmente de “mandaçaia”. Uma doença acomete esta espécie todos os anos no final de março em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, conhecida pelos meliponicultores como “mal de março”. Diversos fatores estão relacionados à síndrome anual da mandaçaia, que ocasionam a queda da imunidade dos indivíduos. As abelhas adultas são encontradas rastejando com a probóscide evertida, com sintomas de paralisia ou mortas no interior ou no entorno da colônia. Dentre os vírus que infectam as mandaçaias, o vírus da família Dicistroviridae Melipona quadrifasciata Virus 1 b (MqV1b) é encontrado em indivíduos da cidade de Boqueirão do Leão (RS), local onde também foram detectados sintomas em mandaçaias. Sintomas similares são relatados em abelhas Apis mellifera infectadas pelos vírus Israeli Acute Paralisys Virus (IAPV) e Acute Bee Paralisys Virus (ABPV), da mesma família. O propósito deste estudo foi caracterizar o mecanismo de transmissão viral do vírus MqV1b entre os estágios de desenvolvimento da abelha mandaçaia e o papel dos recursos alimentares na transmissão horizontal. Uma colônia de M. quadrifasciata foi coletada na cidade de Boqueirão do Leão (RS), a qual se encontrava debilitada, apresentando sintomas característicos do “mal de março”. Extraiu-se RNA de 47 amostras representando todos os estágios de desenvolvimento da mandaçaia, bem como o mel e pólen estocados na colônia. A detecção do vírus MqV1b foi executada por PCR. Todos os estágios de desenvolvimento apresentaram infecção viral (29 de 45 amostras) e o vírus esteve presente no mel e no pólen estocados na colônia. A transmissão do vírus MqV1b pode ocorrer horizontalmente entre as abelhas adultas, provavelmente por trofalaxia e pela ingestão do mel e pólen estocados. Outro mecanismo de transmissão horizontal pode acontecer por meio do alimento larval, em que as abelhas nutrizes transferem partículas virais para a prole em desenvolvimento. Além disso, a rainha pode transmitir o vírus verticalmente depositando ovos com partículas do vírus MqV1b e causando a infecção da prole. Desta forma, colônias de mandaçaia acometidas pelo “mal de março” estão suscetíveis a infecções virais que podem agravar a síndrome e ocasionar o colapso da colônia. A presença do vírus MqV1b nos potes de mel e pólen estocados é um mecanismo de permanência do vírus na colônia, representando uma fonte recorrente de transmissão horizontal.Melipona quadrifasciata is a stingless bee native to Brazil, popularly known as “mandaçaia”. A disease affects this species every year at the end of March in Santa Catarina and Rio Grande do Sul, known by beekeepers as “evil of March”. Several factors are related to the annual mandaçaia syndrome, which causes a decrease in the immunity of individuals. Adult bees are found crawling with the everted probocis, showing symptoms of paralysis or dead inside or nearby the colony. Among the viruses that infect Melipona quadrifasciata, a virus from the Dicistroviridae family Melipona quadrifasciata Virus 1 b (MqV1b) is found in individuals from the city of Boqueirão do Leão (RS), the same place where symptoms were detected in mandaçaia stingless bees. Similar symptoms have been reported for Apis mellifera infected by the Israeli Acute Paralisys Virus (IAPV) and Acute Bee Paralisys Virus (ABPV) viruses from the same family. The purpose of this study is to characterize the transmission mechanism of the MqV1b virus between developmental stages of Melipona quadrifasciata and the role of food resources in horizontal transmission. One weakened colony of M. quadrifasciata showing symptoms of the “evil of March” was collected in the city of Boqueirão do Leão (RS). RNA was extracted from 47 samples representing all developmental stages as well as honey and pollen resources stored inside the colony. The detection of MqV1b virus was performed by PCR. All developmental stages showed viral infection (29 out of 45 samples), and the virus was present also in the honey and pollen stored inside the colony. Viral transmission of MqV1b occurs horizontally among adult bees, probably by trophalaxis and by feeding on stored resources. Another mechanism of horizontal transmission takes place through the larval food, by which adult bees transmit viral particles to the developing offspring. Moreover, the queen may transmit the virus vertically to the offspring, by lay eggs containing MqV1b particles. Thus, mandaçaia colonies affected by the "evil of March" disease are susceptible to viral infections that may aggravate the syndrome and cause the colony to collapse. The presence of MqV1b virus in the stored honey and pollen pots constitutes a persistence mechanism, representing a recurrent source of horizontal virus transmission.application/pdfporMelipona quadrifasciataAbelhas nativas sem ferrãoCaracterização da transmissão de um dicistrovírus na abelha sem ferrão Mandaçaia (Melipona quadrifasciata Lepeleiter, 1836)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulCampus Litoral NortePorto Alegre, BR-RS2021Ciências Biológicas: Ênfase em Biologia Marinha e Costeira: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001127615.pdf.txt001127615.pdf.txtExtracted Texttext/plain57233http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224268/2/001127615.pdf.txta2269d2fdbf2951fee7c961bf81b4912MD52ORIGINAL001127615.pdfTexto completoapplication/pdf1169555http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224268/1/001127615.pdf9c3ce146d74f28de293fb94f96d74320MD5110183/2242682022-06-15 04:47:02.002906oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224268Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-06-15T07:47:02Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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