Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/206777 |
Resumo: | A pesca amadora no Brasil tem apresentado um forte crescimento nos últimos anos, movimentando uma indústria mundial milionária em diversos segmentos. No litoral do Rio Grande do Sul, a pesca amadora é caracterizada pela simplicidade e facilidade de acesso, sendo predominantemente desembarcada e realizada tanto em plataformas de pesca quanto na beira de praia. Este estudo procurou analisar a composição de espécies e estrutura de tamanho das capturas realizadas pela pesca amadora na Plataforma Marítima de Tramandaí (RS), em diferentes turnos do dia. Foram realizadas 35 visitas buscando avaliar a abundância e identificar a frequência das espécies capturadas, bem como a variação desses padrões nos períodos de temporada e pós-temporada. Durante a pesquisa, foram capturados 844 exemplares, que foram identificados em nível de espécie, medidos o comprimento total (CT mm) e registrados a massa (g). Durante as visitas, 271 pescadores foram amostrados, sendo o maior número de pescadores no mês de janeiro (n = 70). A riqueza total foi de 16 espécies, sendo 15 espécies identificadas na temporada e 12 na pós-temporada. Menticirrhus littoralis e Odontesthes argentinensis foram os mais abundantes e, junto com Stellifer rastrifer e Genidens barbus, foram as espécies frequentes e abundantes durante o estudo. A espécie mais abundante da temporada foi O. argentinensis (n = 140), e durante a pós-temporada M. littoralis (n = 151). A temporada foi caracterizada pelo maior número de pescadores presentes, devido ao maior movimento no litoral neste período. A maior CPUE foi registrada durante a pós-temporada. Duas espécies ameaçadas de extinção foram capturadas no período, o bagre G. barbus que foi abundante (n = 104) e frequente e o cação-martelo Sphyrna lewini que teve apenas quatro exemplares capturados. Do total capturado, 22 % (n = 186) das capturas foi liberada de volta ao mar, ainda com vida. Todos os exemplares de G. barbus estavam abaixo do tamanho mínimo de captura (TMC), sendo 74% destes liberados de volta ao mar. Os quatro indivíduos de S. lewini capturados eram neonatos ainda no primeiro ano de vida e estavam abaixo do TMC, sendo que apenas um foi devolvido ao mar. Quanto ao local de captura, os bagres e papa-terras estiveram mais associados aos setores 1 e 2, o peixe-rei aos setores 2 e 4, e as pescadas ao setor 5. Em relação a variação nictemeral, a maior CPUE ocorreu no turno da tarde e a menor durante a noite. Stellifer rastrifer foi a espécie mais abundante na manhã, o peixe-rei foi dominante durante a tarde, e o maior número de capturas noturnas foi de M. litorallis. A pesca amadora no Litoral Norte do Rio Grande do Sul ainda é pouco estudada de forma contínua, sendo evidente a necessidade de dados temporais para melhor compreensão da magnitude da atividade e os impactos causados aos estoques pesqueiros. A liberação dos peixes pelos pescadores parece ser mais estimulada pelo tamanho que pelo fato de ser uma espécie ameaçada, sendo importante um trabalho de conscientização buscando a conservação das espécies ameaçadas de extinção. |
id |
UFRGS-2_b4b3a68814bed803402b48b49ff65444 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/206777 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Rocha Neto, Antônio Barth daRodrigues, Fábio Lameiro2020-03-14T04:17:16Z2020http://hdl.handle.net/10183/206777001113296A pesca amadora no Brasil tem apresentado um forte crescimento nos últimos anos, movimentando uma indústria mundial milionária em diversos segmentos. No litoral do Rio Grande do Sul, a pesca amadora é caracterizada pela simplicidade e facilidade de acesso, sendo predominantemente desembarcada e realizada tanto em plataformas de pesca quanto na beira de praia. Este estudo procurou analisar a composição de espécies e estrutura de tamanho das capturas realizadas pela pesca amadora na Plataforma Marítima de Tramandaí (RS), em diferentes turnos do dia. Foram realizadas 35 visitas buscando avaliar a abundância e identificar a frequência das espécies capturadas, bem como a variação desses padrões nos períodos de temporada e pós-temporada. Durante a pesquisa, foram capturados 844 exemplares, que foram identificados em nível de espécie, medidos o comprimento total (CT mm) e registrados a massa (g). Durante as visitas, 271 pescadores foram amostrados, sendo o maior número de pescadores no mês de janeiro (n = 70). A riqueza total foi de 16 espécies, sendo 15 espécies identificadas na temporada e 12 na pós-temporada. Menticirrhus littoralis e Odontesthes argentinensis foram os mais abundantes e, junto com Stellifer rastrifer e Genidens barbus, foram as espécies frequentes e abundantes durante o estudo. A espécie mais abundante da temporada foi O. argentinensis (n = 140), e durante a pós-temporada M. littoralis (n = 151). A temporada foi caracterizada pelo maior número de pescadores presentes, devido ao maior movimento no litoral neste período. A maior CPUE foi registrada durante a pós-temporada. Duas espécies ameaçadas de extinção foram capturadas no período, o bagre G. barbus que foi abundante (n = 104) e frequente e o cação-martelo Sphyrna lewini que teve apenas quatro exemplares capturados. Do total capturado, 22 % (n = 186) das capturas foi liberada de volta ao mar, ainda com vida. Todos os exemplares de G. barbus estavam abaixo do tamanho mínimo de captura (TMC), sendo 74% destes liberados de volta ao mar. Os quatro indivíduos de S. lewini capturados eram neonatos ainda no primeiro ano de vida e estavam abaixo do TMC, sendo que apenas um foi devolvido ao mar. Quanto ao local de captura, os bagres e papa-terras estiveram mais associados aos setores 1 e 2, o peixe-rei aos setores 2 e 4, e as pescadas ao setor 5. Em relação a variação nictemeral, a maior CPUE ocorreu no turno da tarde e a menor durante a noite. Stellifer rastrifer foi a espécie mais abundante na manhã, o peixe-rei foi dominante durante a tarde, e o maior número de capturas noturnas foi de M. litorallis. A pesca amadora no Litoral Norte do Rio Grande do Sul ainda é pouco estudada de forma contínua, sendo evidente a necessidade de dados temporais para melhor compreensão da magnitude da atividade e os impactos causados aos estoques pesqueiros. A liberação dos peixes pelos pescadores parece ser mais estimulada pelo tamanho que pelo fato de ser uma espécie ameaçada, sendo importante um trabalho de conscientização buscando a conservação das espécies ameaçadas de extinção.Recreational fishing in Brazil has shown a strong growth in recent years, driving a millionaire industry in a lot of segments. On the coast of Rio Grande do Sul the recreational fishing is characterized by simplicity and ease of access, being predominantly landed and carried out both on fishing pier and on the beach. This study aimed to analyze the species composition and catch size structure of fishes caught by recreational fishery in Tramandaí Pier (RS), in different times of the day. Thirty-five visits were made to evaluate the abundance and identify the frequency of the catches, as well the variation of these patterns during the “season” and “post-season”. During the study, 844 specimens were caught, which were identified at species level, measured total length (TL mm) and recorded the weight (g). During the visits, 271 fishermens were sampled, with the largest number of fishers in January (n = 70). The total richness was 16 species, 15 species identified in the “season” and 12 in the “post-season”. Menticirrhus littoralis and Odontesthes argentinensis were the most abundant, and together whit Stellifer rastrifer and Genidens barbus were frequent and abundant during the study. The most abundant species of the “season” was O. argentinensis (n = 140), and during the “post-season” M. littoralis (n = 151). The “season” was characterized by the largest number of fishers present, due to the greater movement in the coast in this period. The highest CPUE was recorded during the “post-season”. Two endangered species were caught in this period, the G. barbus catfish that was abundant (n = 140) and frequente, and the hammerhead shark Sphyrna lewini that had only four specimens caught. Of the total, 22% (n = 186) of the catch was release back to sea, still alive. All the G. barbus specimens were caught below the Minimum Catch Size (MCS), 74% of which were release back to sea. The four S. lewini caught were neonates in the first year of life and were below the MCS, with only one released to the sea. Regarding the catch location, catfish and the Gukf kingcroaker were more associated with sectors 1 and 2, silversides with sectors 2 and 4, and weakfishes with sector 5. Regarding nictemeral variation, the highest CPUE occurred in the afternoon and the smallest at night. Stellifer rastrifer was the most abundant in the morning, the silversides were dominant in the afternoon and the largest numbers of nocturnal catches was from M. littoralis. Recreational fishing in the North Coast of Rio Grande do Sul is still little studied continuously, and it is necessary a temporal research to better understand the magnitud of the fishery and the impacts caused to fish stocks. The release of fish by fishermens seems to be more stimulate by the size of fish than by the conservation status, and an important effort to raise awareness of the conservations of endangered species.application/pdfporPesca amadoraPeixesLitoral Norte, Região (RS)Peixe-reiTramandaí, Rio (RS)Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulCampus Litoral NortePorto Alegre, BR-RS2020Ciências Biológicas: Ênfase em Gestão Ambiental, Marinha e Costeira: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001113296.pdf.txt001113296.pdf.txtExtracted Texttext/plain83039http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206777/2/001113296.pdf.txtb3eb45806e9e7b7ce46d4bda4cd95a74MD52ORIGINAL001113296.pdfTexto completoapplication/pdf1174902http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206777/1/001113296.pdf9247b245d7e89ccac5f5be20ae80ecbdMD5110183/2067772022-06-15 04:42:56.092271oai:www.lume.ufrgs.br:10183/206777Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-06-15T07:42:56Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil |
title |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil |
spellingShingle |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil Rocha Neto, Antônio Barth da Pesca amadora Peixes Litoral Norte, Região (RS) Peixe-rei Tramandaí, Rio (RS) |
title_short |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil |
title_full |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil |
title_fullStr |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil |
title_full_unstemmed |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil |
title_sort |
Composição e estrutura de tamanhos das capturas da pesca amadora realizada na plataforma de pesca de Tramandaí, RS, Brasil |
author |
Rocha Neto, Antônio Barth da |
author_facet |
Rocha Neto, Antônio Barth da |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rocha Neto, Antônio Barth da |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Rodrigues, Fábio Lameiro |
contributor_str_mv |
Rodrigues, Fábio Lameiro |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Pesca amadora Peixes Litoral Norte, Região (RS) Peixe-rei Tramandaí, Rio (RS) |
topic |
Pesca amadora Peixes Litoral Norte, Região (RS) Peixe-rei Tramandaí, Rio (RS) |
description |
A pesca amadora no Brasil tem apresentado um forte crescimento nos últimos anos, movimentando uma indústria mundial milionária em diversos segmentos. No litoral do Rio Grande do Sul, a pesca amadora é caracterizada pela simplicidade e facilidade de acesso, sendo predominantemente desembarcada e realizada tanto em plataformas de pesca quanto na beira de praia. Este estudo procurou analisar a composição de espécies e estrutura de tamanho das capturas realizadas pela pesca amadora na Plataforma Marítima de Tramandaí (RS), em diferentes turnos do dia. Foram realizadas 35 visitas buscando avaliar a abundância e identificar a frequência das espécies capturadas, bem como a variação desses padrões nos períodos de temporada e pós-temporada. Durante a pesquisa, foram capturados 844 exemplares, que foram identificados em nível de espécie, medidos o comprimento total (CT mm) e registrados a massa (g). Durante as visitas, 271 pescadores foram amostrados, sendo o maior número de pescadores no mês de janeiro (n = 70). A riqueza total foi de 16 espécies, sendo 15 espécies identificadas na temporada e 12 na pós-temporada. Menticirrhus littoralis e Odontesthes argentinensis foram os mais abundantes e, junto com Stellifer rastrifer e Genidens barbus, foram as espécies frequentes e abundantes durante o estudo. A espécie mais abundante da temporada foi O. argentinensis (n = 140), e durante a pós-temporada M. littoralis (n = 151). A temporada foi caracterizada pelo maior número de pescadores presentes, devido ao maior movimento no litoral neste período. A maior CPUE foi registrada durante a pós-temporada. Duas espécies ameaçadas de extinção foram capturadas no período, o bagre G. barbus que foi abundante (n = 104) e frequente e o cação-martelo Sphyrna lewini que teve apenas quatro exemplares capturados. Do total capturado, 22 % (n = 186) das capturas foi liberada de volta ao mar, ainda com vida. Todos os exemplares de G. barbus estavam abaixo do tamanho mínimo de captura (TMC), sendo 74% destes liberados de volta ao mar. Os quatro indivíduos de S. lewini capturados eram neonatos ainda no primeiro ano de vida e estavam abaixo do TMC, sendo que apenas um foi devolvido ao mar. Quanto ao local de captura, os bagres e papa-terras estiveram mais associados aos setores 1 e 2, o peixe-rei aos setores 2 e 4, e as pescadas ao setor 5. Em relação a variação nictemeral, a maior CPUE ocorreu no turno da tarde e a menor durante a noite. Stellifer rastrifer foi a espécie mais abundante na manhã, o peixe-rei foi dominante durante a tarde, e o maior número de capturas noturnas foi de M. litorallis. A pesca amadora no Litoral Norte do Rio Grande do Sul ainda é pouco estudada de forma contínua, sendo evidente a necessidade de dados temporais para melhor compreensão da magnitude da atividade e os impactos causados aos estoques pesqueiros. A liberação dos peixes pelos pescadores parece ser mais estimulada pelo tamanho que pelo fato de ser uma espécie ameaçada, sendo importante um trabalho de conscientização buscando a conservação das espécies ameaçadas de extinção. |
publishDate |
2020 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-03-14T04:17:16Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/206777 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001113296 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/206777 |
identifier_str_mv |
001113296 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206777/2/001113296.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/206777/1/001113296.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
b3eb45806e9e7b7ce46d4bda4cd95a74 9247b245d7e89ccac5f5be20ae80ecbd |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1815447263731777536 |