Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/213783 |
Resumo: | Apesar de ter sua legitimidade contestada nas últimas décadas por defensores de animais, juristas e veterinários que defendem o direito à vida e ao tratamento, assim como por pesquisadores da área da saúde que duvidam de sua eficácia, a “eutanásia profilática” massiva de cães testados como soropositivos para leishmaniose visceral mantém-se firme como política sanitária no Brasil. A partir da análise de documentos oficiais, revisão da literatura, comentários sobre processos judiciais colhidos na imprensa e da etnografia dos impactos do surto de leishmaniose visceral em Porto Alegre, este artigo visa compreender o que está em jogo nessa controvérsia, considerando seus aspectos discursivos na construção de moralidades e práticas biopolíticas. Sugere-se a existência de dois regimes de governo da vida na gestão dos reservatórios caninos da leishmaniose visceral: um tanatopolítico, ligado ao poder público; o outro, um dispositivo emergente de biossegurança, ligado ao mercado farmacêutico e acessível apenas para tratamento privado. |
id |
UFRGS-2_bc3cc408387b1c18f4eaf8a5e7d8bb0c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/213783 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Lewgoy, BernardoMastrangelo, AndreaBeck, Luiza2020-09-26T04:09:07Z20200104-7183http://hdl.handle.net/10183/213783001116858Apesar de ter sua legitimidade contestada nas últimas décadas por defensores de animais, juristas e veterinários que defendem o direito à vida e ao tratamento, assim como por pesquisadores da área da saúde que duvidam de sua eficácia, a “eutanásia profilática” massiva de cães testados como soropositivos para leishmaniose visceral mantém-se firme como política sanitária no Brasil. A partir da análise de documentos oficiais, revisão da literatura, comentários sobre processos judiciais colhidos na imprensa e da etnografia dos impactos do surto de leishmaniose visceral em Porto Alegre, este artigo visa compreender o que está em jogo nessa controvérsia, considerando seus aspectos discursivos na construção de moralidades e práticas biopolíticas. Sugere-se a existência de dois regimes de governo da vida na gestão dos reservatórios caninos da leishmaniose visceral: um tanatopolítico, ligado ao poder público; o outro, um dispositivo emergente de biossegurança, ligado ao mercado farmacêutico e acessível apenas para tratamento privado.Despite having its legitimacy contested during the last decades by animal rights activists, legal experts, and veterinarians who defend the right to life and to treatment, as well as by researchers in health and social care who point out its inefficacy and even its perverse effects as a public policy, the massive “prophylactic euthanasia” of dogs seropositive for Visceral Leishmaniasis (dog culling) is still persistent in Brazil. Based on the analysis of official documents and of the media coverage of certain lawsuits, literature review, and an ethnography of the impact of the outbreak of Visceral Leishmaniasis in Porto Alegre, this paper aims to understand what is at stake in this controversy, considering the discursive aspects of the construction of morals and of biopolitical practices. The existence of two regimes of government of life in the management of canine reservoirs of Visceral Leishmaniasis is suggested: one is thanatopolitical, connected to the public authorities; the second one is an emerging biosecurity apparatus, associated with the pharmaceutical market, and only available for private treatment.application/pdfporHorizontes antropológicos. Porto Alegre, RS. Vol. 26, n. 57 (maio/ago. 2020), p. [145]-176Leishmaniose visceralBiossegurançaAntropologia socialAnimaisLeishmaniasisZoonosisAnimal rightsBiosecurityTanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no BrasilThanatopolitics and biosecurity : two regimes of governing life in Canine Visceral Leishmaniasis in Brazilinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001116858.pdf.txt001116858.pdf.txtExtracted Texttext/plain85371http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213783/2/001116858.pdf.txtcbc25630049f558db5c5273f85cff781MD52ORIGINAL001116858.pdfTexto completoapplication/pdf330872http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213783/1/001116858.pdf03bc00641b63bacf92a40ad5ca124e85MD5110183/2137832023-08-23 03:32:59.710032oai:www.lume.ufrgs.br:10183/213783Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-08-23T06:32:59Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Thanatopolitics and biosecurity : two regimes of governing life in Canine Visceral Leishmaniasis in Brazil |
title |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil |
spellingShingle |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil Lewgoy, Bernardo Leishmaniose visceral Biossegurança Antropologia social Animais Leishmaniasis Zoonosis Animal rights Biosecurity |
title_short |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil |
title_full |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil |
title_fullStr |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil |
title_full_unstemmed |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil |
title_sort |
Tanatopolítica e biossegurança : dois regimes de governo da vida para a leishmaniose visceral canina no Brasil |
author |
Lewgoy, Bernardo |
author_facet |
Lewgoy, Bernardo Mastrangelo, Andrea Beck, Luiza |
author_role |
author |
author2 |
Mastrangelo, Andrea Beck, Luiza |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lewgoy, Bernardo Mastrangelo, Andrea Beck, Luiza |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Leishmaniose visceral Biossegurança Antropologia social Animais |
topic |
Leishmaniose visceral Biossegurança Antropologia social Animais Leishmaniasis Zoonosis Animal rights Biosecurity |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Leishmaniasis Zoonosis Animal rights Biosecurity |
description |
Apesar de ter sua legitimidade contestada nas últimas décadas por defensores de animais, juristas e veterinários que defendem o direito à vida e ao tratamento, assim como por pesquisadores da área da saúde que duvidam de sua eficácia, a “eutanásia profilática” massiva de cães testados como soropositivos para leishmaniose visceral mantém-se firme como política sanitária no Brasil. A partir da análise de documentos oficiais, revisão da literatura, comentários sobre processos judiciais colhidos na imprensa e da etnografia dos impactos do surto de leishmaniose visceral em Porto Alegre, este artigo visa compreender o que está em jogo nessa controvérsia, considerando seus aspectos discursivos na construção de moralidades e práticas biopolíticas. Sugere-se a existência de dois regimes de governo da vida na gestão dos reservatórios caninos da leishmaniose visceral: um tanatopolítico, ligado ao poder público; o outro, um dispositivo emergente de biossegurança, ligado ao mercado farmacêutico e acessível apenas para tratamento privado. |
publishDate |
2020 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-09-26T04:09:07Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2020 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/213783 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0104-7183 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001116858 |
identifier_str_mv |
0104-7183 001116858 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/213783 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Horizontes antropológicos. Porto Alegre, RS. Vol. 26, n. 57 (maio/ago. 2020), p. [145]-176 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213783/2/001116858.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213783/1/001116858.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
cbc25630049f558db5c5273f85cff781 03bc00641b63bacf92a40ad5ca124e85 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801224998190317568 |