Elementos de arquitetura como possibilidades notacionais : o exemplo da Villa Malaparte
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/224831 |
Resumo: | Este artigo é um desdobramento de tese de doutorado realizada no Programa de Pós- -Graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Partindo de experiências, tanto no campo da arquitetura quanto das artes visuais, surge a inquietação quanto à notação arquitetônica tradicional, que é capaz de informar os dados de compreensão instrumental do projeto, mas não contempla as relações espaciais desvendadas pela notação que se materializa no espaço construído. Essa construção espacial, entendida como uma notação tridimensional, encontra eco na noção de objeto coreográfico, enunciada pelo coreógrafo William Forsythe. Com base nessa aproximação revela-se o argumento central da tese: o reconhecimento dos elementos de arquitetura e de composição como objetos coreográficos. Esse é o ponto de partida da análise empreendida neste artigo e que se desdobra indicando possíveis eventos de movimento, protagonizados pelos elementos de arquitetura, por sua vez problematizados como objetos coreográficos. Ao tomar os elementos de arquitetura em novo patamar de complexidade, é possível operar diretamente sobre qualidades espaciais que possibilitam ações como ampliar, concentrar, direcionar ou restringir; bem como operar sobre as qualidades rítmicas de deslocamentos empreendidos nos locais onde são inseridos tais elementos de arquitetura. O artigo destaca relações entre representação e sistemas de movimento na composição arquitetônica e apresenta uma alternativa interpretativa do movimento empreendido em uma arquitetura exemplar: a Villa Malaparte. O tema da representação do movimento —busca recorrente no universo da arte e da fotografia— encontra no cinema seu lugar genuíno, no entanto, o cinema não apresenta possibilidades operativas diante do movimento, especialmente no que tange o interesse no projeto arquitetônico. Dessa forma, o estudo notacional apresentado na análise da Villa Malaparte — locação cinematográfica para filme de Godard — apresenta-se como uma alternativa de interpretação possível. |
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Recena, Maria Paula Piazza2021-07-30T04:37:03Z20171679-7604http://hdl.handle.net/10183/224831001092347Este artigo é um desdobramento de tese de doutorado realizada no Programa de Pós- -Graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Partindo de experiências, tanto no campo da arquitetura quanto das artes visuais, surge a inquietação quanto à notação arquitetônica tradicional, que é capaz de informar os dados de compreensão instrumental do projeto, mas não contempla as relações espaciais desvendadas pela notação que se materializa no espaço construído. Essa construção espacial, entendida como uma notação tridimensional, encontra eco na noção de objeto coreográfico, enunciada pelo coreógrafo William Forsythe. Com base nessa aproximação revela-se o argumento central da tese: o reconhecimento dos elementos de arquitetura e de composição como objetos coreográficos. Esse é o ponto de partida da análise empreendida neste artigo e que se desdobra indicando possíveis eventos de movimento, protagonizados pelos elementos de arquitetura, por sua vez problematizados como objetos coreográficos. Ao tomar os elementos de arquitetura em novo patamar de complexidade, é possível operar diretamente sobre qualidades espaciais que possibilitam ações como ampliar, concentrar, direcionar ou restringir; bem como operar sobre as qualidades rítmicas de deslocamentos empreendidos nos locais onde são inseridos tais elementos de arquitetura. O artigo destaca relações entre representação e sistemas de movimento na composição arquitetônica e apresenta uma alternativa interpretativa do movimento empreendido em uma arquitetura exemplar: a Villa Malaparte. O tema da representação do movimento —busca recorrente no universo da arte e da fotografia— encontra no cinema seu lugar genuíno, no entanto, o cinema não apresenta possibilidades operativas diante do movimento, especialmente no que tange o interesse no projeto arquitetônico. Dessa forma, o estudo notacional apresentado na análise da Villa Malaparte — locação cinematográfica para filme de Godard — apresenta-se como uma alternativa de interpretação possível.This article is an unfolding of a doctoral thesis held in the Posgraduate Program in Architecture of the Federal University of Rio Grande do Sul. Based on experiences both in the field of architecture and the visual arts, restlessness arises about the idea that the traditional architectural notation is able to inform the data of instrumental understanding of the project, but does not contemplate the spatial relations unveiled by the notation that materializes in the constructed space. This spatial construction, in turn, taken as a three-dimensional notation, finds echo in the notion of choreographic object, enunciated by choreographer William Forsythe. From this approximation, the central argument of the thesis is revealed: the recognition of the elements of architecture and composition as choreographic objects. This is the starting point of the analysis undertaken in this article and that unfolds indicating possible events of movement, protagonized by the elements of architecture problematized as choreographic objects. By taking the architectural elements to a new level of complexity, is possible to operate directly on spatial qualities that enable actions such as zooming, focusing, directing, or restraining; as well as to operate on the rhythmic qualities of displacements undertaken in the places where such architectural elements are inserted. The article highlights the relations between representation and systems of movement in the architectural composition and presents an alternative interpretation of the movement undertaken in an exemplary architecture: Villa Malaparte. The theme of representation of the movement, a recurrent search in the universe of art and photography, finds on the cinema its genuine place, however, the cinema does not present operational possibilities before the movement, especially in what concerns the interest in the architectural project. Thus, the notational study presented in the analysis of Villa Malaparte — film location for Godard’s film — presents itself as a possible alternative interpretation.application/pdfporCadernos do Proarq. Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Arquitetura [da UFRJ]. n. 29 (dez. 2017), p. 175-197MovimentoComposição arquitetônicaCoreografiaCasa Malaparte, Edifício (Ilha de Capri, Itália)MovementChoreographyNotationVilla MalaparteElementos de arquitetura como possibilidades notacionais : o exemplo da Villa MalaparteArchitectural elements as notational possibilities : the example of Villa Malaparteinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001092347.pdf.txt001092347.pdf.txtExtracted Texttext/plain52066http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224831/2/001092347.pdf.txt6efc450972f8e051f4c0e9ea77a235b4MD52ORIGINAL001092347.pdfTexto completoapplication/pdf2757511http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/224831/1/001092347.pdfb45442c76f03c6f427c4fb7573d902afMD5110183/2248312021-08-18 04:50:08.193427oai:www.lume.ufrgs.br:10183/224831Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-08-18T07:50:08Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Este artigo é um desdobramento de tese de doutorado realizada no Programa de Pós- -Graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Partindo de experiências, tanto no campo da arquitetura quanto das artes visuais, surge a inquietação quanto à notação arquitetônica tradicional, que é capaz de informar os dados de compreensão instrumental do projeto, mas não contempla as relações espaciais desvendadas pela notação que se materializa no espaço construído. Essa construção espacial, entendida como uma notação tridimensional, encontra eco na noção de objeto coreográfico, enunciada pelo coreógrafo William Forsythe. Com base nessa aproximação revela-se o argumento central da tese: o reconhecimento dos elementos de arquitetura e de composição como objetos coreográficos. Esse é o ponto de partida da análise empreendida neste artigo e que se desdobra indicando possíveis eventos de movimento, protagonizados pelos elementos de arquitetura, por sua vez problematizados como objetos coreográficos. Ao tomar os elementos de arquitetura em novo patamar de complexidade, é possível operar diretamente sobre qualidades espaciais que possibilitam ações como ampliar, concentrar, direcionar ou restringir; bem como operar sobre as qualidades rítmicas de deslocamentos empreendidos nos locais onde são inseridos tais elementos de arquitetura. O artigo destaca relações entre representação e sistemas de movimento na composição arquitetônica e apresenta uma alternativa interpretativa do movimento empreendido em uma arquitetura exemplar: a Villa Malaparte. O tema da representação do movimento —busca recorrente no universo da arte e da fotografia— encontra no cinema seu lugar genuíno, no entanto, o cinema não apresenta possibilidades operativas diante do movimento, especialmente no que tange o interesse no projeto arquitetônico. Dessa forma, o estudo notacional apresentado na análise da Villa Malaparte — locação cinematográfica para filme de Godard — apresenta-se como uma alternativa de interpretação possível. |
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