Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Alice da Silva
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/241526
Resumo: O estudo do romance histórico Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, justifica-se pela necessidade de visibilizar e legitimar narrativas literárias e históricas ignoradas pelo pensamento hegemônico ocidental. O Discurso sobre o colonialismo (1955), de Aimé Césaire, nos leva a compreender o regime escravista como base do colonialismo e a contestar na obra sociológica Casa-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, a perspectiva que, a partir da casa-grande, romantizou as relações entre senhores e negros escravizados e fortaleceu o mito da democracia racial. Assim, tentamos desmistificar essas relações coloniais pautadas pela violência com base nas formulações acerca do devir negro do filósofo Achille Mbembe (2014) e nos conceitos de lugar de fala, da socióloga Djamila Ribeiro (2017) e de escrevivência, da escritora Conceição Evaristo (2017). Apresentamos, ainda, um debate sobre a literatura negro-brasileira ou afro-brasileira conforme os termos do escritor Cuti (2010) e do professor e crítico literário Eduardo de Assis Duarte. Por fim, compreendo a escrita de Ana Maria Gonçalves como uma resposta descolonial (MIGNOLO, 2017) e contra colonial (SANTOS, 2015) ao apagamento no cânone literário nacional das resistências de grupos historicamente oprimidos. Como resultado, consideramos o romance de Gonçalves uma escrita que, sob a perspectiva da mulher negra, foca na construção da protagonista Kehinde como ato decolonial sobre a história do Brasil.
id UFRGS-2_c425b9de3309b9195b016395fa87a072
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/241526
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Moreira, Alice da SilvaTettamanzy, Ana Lúcia Liberato2022-06-30T04:52:48Z2019http://hdl.handle.net/10183/241526001143062O estudo do romance histórico Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, justifica-se pela necessidade de visibilizar e legitimar narrativas literárias e históricas ignoradas pelo pensamento hegemônico ocidental. O Discurso sobre o colonialismo (1955), de Aimé Césaire, nos leva a compreender o regime escravista como base do colonialismo e a contestar na obra sociológica Casa-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, a perspectiva que, a partir da casa-grande, romantizou as relações entre senhores e negros escravizados e fortaleceu o mito da democracia racial. Assim, tentamos desmistificar essas relações coloniais pautadas pela violência com base nas formulações acerca do devir negro do filósofo Achille Mbembe (2014) e nos conceitos de lugar de fala, da socióloga Djamila Ribeiro (2017) e de escrevivência, da escritora Conceição Evaristo (2017). Apresentamos, ainda, um debate sobre a literatura negro-brasileira ou afro-brasileira conforme os termos do escritor Cuti (2010) e do professor e crítico literário Eduardo de Assis Duarte. Por fim, compreendo a escrita de Ana Maria Gonçalves como uma resposta descolonial (MIGNOLO, 2017) e contra colonial (SANTOS, 2015) ao apagamento no cânone literário nacional das resistências de grupos historicamente oprimidos. Como resultado, consideramos o romance de Gonçalves uma escrita que, sob a perspectiva da mulher negra, foca na construção da protagonista Kehinde como ato decolonial sobre a história do Brasil.El estudio de la novela histórica Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, se justifica por la necesidad de visibilizar y legitimar narrativas literarias y históricas ignoradas por el pensamiento hegemónico occidental. El Discurso sobre o colonialismo (1955), de Aimé Césaire, nos lleva a comprender el régimen esclavista como la base del colonialismo y al contestar la obra sociológica Cas-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, la perspectiva que, desde la casa-grande, romantizó las relaciones entre los señores y negros esclavizados y fortaleció el mito de la democracia racial. Por tanto, intentaremos desmitificar tales relaciones coloniales pautadas por la violencia basado en las formulaciones sobre el devir negro del filósofo Achille Mbembe (2014) y en los conceptos de lugar de fala, de la socióloga Djamila Ribeiro (2017) y de escrevivência, de la escritora Conceição Evaristo (2017). Presentaremos aún un diálogo sobre la literatura negro brasileña o afro-brasileña de acuerdo con los términos del escritor Cuti (2010) y del profesor y crítico literario Eduardo Assis Duarte. Por fin, comprendemos la escritura de Ana Maria Gonçalves como una respuesta descolonial (MIGNOLO, 2017) y contra colonial (SANTOS, 2015) a la desaparición del canon literario nacional de la resistencia de grupos históricamente oprimidos. De esta forma, pasamos a considerar el romance de Gonçalves como una escritura que, bajo la perspectiva de la mujer negra, enfoca en la construcción de la protagonista Kehinde como acción decolonial sobre la historia de Brasil.application/pdfporDecolonialidadeLiteratura afro-brasileiraRomance históricoRomance : Crítica e interpretaçãoNarrativa literáriaNarrativa históricaUm defeito de corDecolonialidadeLiteratura Negro y/o Afro-brasileñaKehinde/Luísa MahinHistoria do BrasilNarrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de corinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2019Letras: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001143062.pdf.txt001143062.pdf.txtExtracted Texttext/plain101323http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241526/2/001143062.pdf.txtbe3bf94d2b0870cb5c11aa4296738451MD52ORIGINAL001143062.pdfTexto completoapplication/pdf785976http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241526/1/001143062.pdf20ad3bd180008a5124da34c9e717de9dMD5110183/2415262022-08-06 04:49:52.006117oai:www.lume.ufrgs.br:10183/241526Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-06T07:49:52Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
title Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
spellingShingle Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
Moreira, Alice da Silva
Decolonialidade
Literatura afro-brasileira
Romance histórico
Romance : Crítica e interpretação
Narrativa literária
Narrativa histórica
Um defeito de cor
Decolonialidade
Literatura Negro y/o Afro-brasileña
Kehinde/Luísa Mahin
Historia do Brasil
title_short Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
title_full Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
title_fullStr Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
title_full_unstemmed Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
title_sort Narrativas que se confundem : um olhar decolonial sobre a história do Brasil a partir da protagonista Kehinde/Luísa Mahin, do romance Um defeito de cor
author Moreira, Alice da Silva
author_facet Moreira, Alice da Silva
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Moreira, Alice da Silva
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato
contributor_str_mv Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato
dc.subject.por.fl_str_mv Decolonialidade
Literatura afro-brasileira
Romance histórico
Romance : Crítica e interpretação
Narrativa literária
Narrativa histórica
topic Decolonialidade
Literatura afro-brasileira
Romance histórico
Romance : Crítica e interpretação
Narrativa literária
Narrativa histórica
Um defeito de cor
Decolonialidade
Literatura Negro y/o Afro-brasileña
Kehinde/Luísa Mahin
Historia do Brasil
dc.subject.spa.fl_str_mv Um defeito de cor
Decolonialidade
Literatura Negro y/o Afro-brasileña
Kehinde/Luísa Mahin
Historia do Brasil
description O estudo do romance histórico Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, justifica-se pela necessidade de visibilizar e legitimar narrativas literárias e históricas ignoradas pelo pensamento hegemônico ocidental. O Discurso sobre o colonialismo (1955), de Aimé Césaire, nos leva a compreender o regime escravista como base do colonialismo e a contestar na obra sociológica Casa-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre, a perspectiva que, a partir da casa-grande, romantizou as relações entre senhores e negros escravizados e fortaleceu o mito da democracia racial. Assim, tentamos desmistificar essas relações coloniais pautadas pela violência com base nas formulações acerca do devir negro do filósofo Achille Mbembe (2014) e nos conceitos de lugar de fala, da socióloga Djamila Ribeiro (2017) e de escrevivência, da escritora Conceição Evaristo (2017). Apresentamos, ainda, um debate sobre a literatura negro-brasileira ou afro-brasileira conforme os termos do escritor Cuti (2010) e do professor e crítico literário Eduardo de Assis Duarte. Por fim, compreendo a escrita de Ana Maria Gonçalves como uma resposta descolonial (MIGNOLO, 2017) e contra colonial (SANTOS, 2015) ao apagamento no cânone literário nacional das resistências de grupos historicamente oprimidos. Como resultado, consideramos o romance de Gonçalves uma escrita que, sob a perspectiva da mulher negra, foca na construção da protagonista Kehinde como ato decolonial sobre a história do Brasil.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-06-30T04:52:48Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/241526
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001143062
url http://hdl.handle.net/10183/241526
identifier_str_mv 001143062
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241526/2/001143062.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/241526/1/001143062.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv be3bf94d2b0870cb5c11aa4296738451
20ad3bd180008a5124da34c9e717de9d
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224636354002944