Traficante não é vagabundo: trabalho lícito, profissionalização e tráfico de drogas na perspectiva de adolescentes internados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barros, Betina Warmling
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/174604
Resumo: O presente trabalho analisa como um grupo de adolescentes do sexo masculino internados em uma Unidade Socioeducativo na FASE-RS e participante do curso profissionalizante do Projeto Pescar compreende a categoria trabalho a partir das atividades do trabalho lícito, da profissionalização e do tráfico de drogas. A problemática foi desenvolvida em razão da hipótese de que a adesão por adolescentes ao tráfico de drogas pode ser mais bem compreendida através da aproximação da atividade ilícita à noção de trabalho. Para tanto, a pesquisa toma o trabalho não só como atividade produtora de bens de uso, mas também como categoria essencial à construção do ser social e como principal responsável pela distinção do indivíduo na hierarquia social. Metodologicamente, realizaram-se grupos focais com dez adolescentes, os quais foram orientados a discutir sobre trabalho, profissionalização e tráfico de drogas. A análise foi dividida em quatro eixos (significado das atividades, como elas são aprendidas e descritas, os prós e os contras de tais atividades, e como elas se relacionam com as competências comportamentais desenvolvidas pelo Projeto Pescar). Assim, observou-se uma percepção ambivalente na relação entre o tráfico de drogas e o trabalho. Por um lado, os adolescentes aproximam o tráfico à noção de trabalho, na medida em que a atividade é indicada como produtora de bens, responsável por possibilitar a materialização de ideações abstratas, e, sobretudo, atuante na distinção dos indivíduos, os quais estariam acima na hierarquia social em relação, por exemplo, ao “vagabundo”. Em contrapartida, o tráfico de drogas é afastado da nocão de trabalho quando a violência da atividade ilícita é exaltada, sobretudo a violência letal e a sua ameaça produzida pelos sujeitos pertencentes aos grupos rivais no mercado de drogas.
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Metodologicamente, realizaram-se grupos focais com dez adolescentes, os quais foram orientados a discutir sobre trabalho, profissionalização e tráfico de drogas. A análise foi dividida em quatro eixos (significado das atividades, como elas são aprendidas e descritas, os prós e os contras de tais atividades, e como elas se relacionam com as competências comportamentais desenvolvidas pelo Projeto Pescar). Assim, observou-se uma percepção ambivalente na relação entre o tráfico de drogas e o trabalho. Por um lado, os adolescentes aproximam o tráfico à noção de trabalho, na medida em que a atividade é indicada como produtora de bens, responsável por possibilitar a materialização de ideações abstratas, e, sobretudo, atuante na distinção dos indivíduos, os quais estariam acima na hierarquia social em relação, por exemplo, ao “vagabundo”. Em contrapartida, o tráfico de drogas é afastado da nocão de trabalho quando a violência da atividade ilícita é exaltada, sobretudo a violência letal e a sua ameaça produzida pelos sujeitos pertencentes aos grupos rivais no mercado de drogas.This paper analyzes how a group of male adolescents confined at a house arrest and participant in the professionalizing course of the Pescar Project comprises the category of work based on the activities of legal work, professionalization and drug trafficking. The problematic was developed from the hypothesis that the adhesion by adolescents to the drug traffic can be better understood through the approximation of the illicit activity to the notion of work. Therefore, research takes work not only as an activity producing goods of use, but also as a category essential to the construction of the social being and as the main responsible for the distinction of the individual in the social hierarchy. Methodologically, focus groups were executed with ten adolescents, who were instructed to discuss work, professionalization and drug trafficking. The analysis was divided into four axes (meaning of activities, how they are learned and described, the pros and cons of such activities, and how they relate to the behavioral competencies developed at Pescar Project). Thus, there was an ambivalent perception of the relationship between drug trafficking and work. On the one hand, adolescents approach trafficking to the notion of work, once the activity is indicated as a producer of goods, responsible for enabling the materialization of abstract ideas and, above all, acting on the distinction of individuals, which would be above in the social hierarchy in comparison with the "tramp", for example. On the other hand, drug trafficking is kept away from the notion of work when the violence of the illicit activity is exalted, especially the lethal violence and its threat produced by the subjects belonging to the rival groups in the drug market.application/pdfporMedida socioeducativa de internaçãoTráfico de drogasAdolescente infratorYouth offendersWorkProfessionalizationJuvenile measuresDrug traffickingTraficante não é vagabundo: trabalho lícito, profissionalização e tráfico de drogas na perspectiva de adolescentes internadosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de DireitoPorto Alegre, BR-RS2018Ciências Jurídicas e Sociaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001061391.pdf001061391.pdfTexto completoapplication/pdf1650747http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174604/1/001061391.pdf2806781312452045b111931259beba46MD51TEXT001061391.pdf.txt001061391.pdf.txtExtracted Texttext/plain468210http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174604/2/001061391.pdf.txt983a8280741fa6c547a8522565713ed7MD52THUMBNAIL001061391.pdf.jpg001061391.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1023http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/174604/3/001061391.pdf.jpg832c72644dd32e96755a22fc50480fd3MD5310183/1746042018-10-29 08:24:49.132oai:www.lume.ufrgs.br:10183/174604Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-29T11:24:49Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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