“Gerente” ou “Linha de frente”: a trajetória de adolescentes envolvidas com o tráfico de drogas, internadas na unidade feminina da FASE-RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Vitória Battisti da
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/200019
Resumo: O presente trabalho analisa o envolvimento de adolescentes do gênero feminino com o tráfico de drogas. A problemática foi desenvolvida a partir da interpretação do tráfico de drogas como estrutura que se assemelha àquela do trabalho formal e que, portanto, reproduz as estruturas pautadas na divisão sexual do trabalho. Ainda, se parte de referenciais teóricos da epistemologia e criminologia feministas de modo a definir a categoria de gênero. Já em relação à adolescência, utilizam-se referenciais da psicanálise para sua definição. Metodologicamente, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com quatro adolescentes internadas na unidade feminina da Fundação de Atendimento Socioeducativo do estado do Rio Grande do Sul, a fim de compreender, a partir de suas próprias narrativas, como ocorreu seu envolvimento com este meio. Também realizou-se entrevistas com seis funcionários que trabalham na instituição, sendo três técnicos e três agentes socioeducadores. A análise foi dividida em três eixos (motivações para o início do envolvimento no tráfico, quais eram as funções desempenhadas pelas adolescentes nesta atividade, e como elas sentiam-se, especialmente quanto àquelas que ocuparam postos considerados de prestígio na hierarquia do crime). Dessa forma, foi possível constatar que é crescente o envolvimento de adolescentes com as facções criminosas, levando-as a envolverem-se com outros delitos que não apenas aquele de tráfico. Ainda, o maior envolvimento possibilita que elas cheguem a postos que não eram comumente ocupados por mulheres, como aqueles de “gerente” e “patrão”. Assim, ainda que muitas estejam na “linha de frente” do tráfico de drogas, desempenhando tarefas de menor prestígio e maior vulnerabilidade, há casos que demonstram ser possível a ascensão de mulheres na estrutura do tráfico de entorpecentes. Dessa forma, elas ocupam cargos antes exclusivamente masculinos, como aqueles de gerência, buscando, da mesma forma que os adolescentes do gênero masculino envolvidos com a atividade, dinheiro e reconhecimento.
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Também realizou-se entrevistas com seis funcionários que trabalham na instituição, sendo três técnicos e três agentes socioeducadores. A análise foi dividida em três eixos (motivações para o início do envolvimento no tráfico, quais eram as funções desempenhadas pelas adolescentes nesta atividade, e como elas sentiam-se, especialmente quanto àquelas que ocuparam postos considerados de prestígio na hierarquia do crime). Dessa forma, foi possível constatar que é crescente o envolvimento de adolescentes com as facções criminosas, levando-as a envolverem-se com outros delitos que não apenas aquele de tráfico. Ainda, o maior envolvimento possibilita que elas cheguem a postos que não eram comumente ocupados por mulheres, como aqueles de “gerente” e “patrão”. Assim, ainda que muitas estejam na “linha de frente” do tráfico de drogas, desempenhando tarefas de menor prestígio e maior vulnerabilidade, há casos que demonstram ser possível a ascensão de mulheres na estrutura do tráfico de entorpecentes. Dessa forma, elas ocupam cargos antes exclusivamente masculinos, como aqueles de gerência, buscando, da mesma forma que os adolescentes do gênero masculino envolvidos com a atividade, dinheiro e reconhecimento.This paper analyzes the involvement of female adolescents with drug trafficking. The problematic was developed from the interpretation that the trafficking activity can be seen as phenomenon which relates to the notion of work, and, therefore reproduces the operation presented in the sexual division of labour. The theoretical frames used to define “gender” are the ones from de feminist criminology and feminist epistemology. For the concept of “adolescence” psychoanalysis elements were used. Methodologically, were executed semi-structured interviews with four adolescents confined at the feminine unit of the Fundação de Atendimento Socioeducativo of Rio Grande do Sul state, with the objective of understanding, from their own narratives, how happened their involvement with this activity. Were also executed interviews with six employees from the institution. The analysis was divided into three axes (reasons why they got involved with the drug trafficking, what were their positions, and how they felt, specially the ones who played prestigious roles at the crime hierarchy). Thus, it was found that the female adolescent involvement with criminal organisations is raising, leading them to practice other crimes, not only the trafficking one. This enable them to play roles not usually occupied by women, as the “manager” and “boss” ones. Therefore, although there are many adolescents on the drug trafficking “front line”, in charge of more vulnerable activities, there are cases that show to be possible the women ascension in the drug traffic structure. Thereby, they reach exclusively male positions, aiming, in the same way as the male adolescents, money and appreciation.application/pdfporMulheresAdolescenteTráfico de drogasCriminologiaWomenYouth offendersDrug traffickingFeminist Criminology“Gerente” ou “Linha de frente”: a trajetória de adolescentes envolvidas com o tráfico de drogas, internadas na unidade feminina da FASE-RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de DireitoPorto Alegre, BR-RS2019Ciências Jurídicas e Sociaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001100526.pdf.txt001100526.pdf.txtExtracted Texttext/plain189899http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/200019/2/001100526.pdf.txtfdd3b4f4f305145028c0654852118eefMD52ORIGINAL001100526.pdfTexto completoapplication/pdf3869759http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/200019/1/001100526.pdfec6876a8559986acedd5db6a9a3d5cfdMD5110183/2000192022-06-12 04:41:57.446388oai:www.lume.ufrgs.br:10183/200019Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-06-12T07:41:57Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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