O ingresso da África do Sul nos BRICS: a reinserção de uma potência média africana frente a um contexto multipolar modulável
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/196139 |
Resumo: | O presente trabalho versa sobre a inserção internacional do moderno Estado sul-africano. O estrato colonial manifesto ambos no assentamento holandês no Cabo e posteriormente na presença imperial inglesa é a marca mais determinante que resultou no concerto anglo-bôer intitulado União Sul-Africana. Ante a contestada participação na Segunda Guerra Mundial apoiando a Inglaterra, o Partido Nacional assegura a vitória eleitoral na África do Sul e introduz o Apartheid, regime de segregação racial institucionalizado. Com a revelação de um ideário africâner, o país atinge o último requisito formal para sua soberania completa: a adoção de uma república rescindida da tutela dos ingleses e da Commonwealth. Alicerçada num modelo de capitalismo nacional, a África do Sul tem um crescimento econômico rápido e estabelece um polo de poder regional na África Austral. Ambiciona, a partir da década de 1960, um programa nuclear efetivo, o que transforma o regime em ator contestador, ao mesmo tempo em que é contestada pela comunidade internacional por suas sistemáticas violações de direitos humanos por conta do acirramento das tensões raciais, promovidas pelas políticas de desenvolvimento separado que criavam os bantustões, territórios quase-falidos para as populações negras. A pressão internacional pela mudança de regime numa realidade de fim de Guerra Fria levou a África do Sul a libertar seus presos políticos e a adotar eleições livres pela primeira vez em 1994. As circunstâncias para a transição de regime não se mostravam favoráveis, em que pese o fato de que para se enquadrar na nova ordem mundial, a África do Sul abriu mão de um projeto nacional mais consistente em favor do ativismo global que prometia harmonia através da defesa interminável da paz e prosperidade com a adoção de acordos de livre-comércio. O ingresso nos BRICS corresponde a uma reação afirmativa à possibilidade de transição para um cenário multipolar modulável que se projeta no sistema internacional. A projeção internacional sul-africana qualifica-se enquanto esforço de se consolidar como potência média no meridiano africano e apresentas novas possibilidades bem como desafios ao país. |
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Alicerçada num modelo de capitalismo nacional, a África do Sul tem um crescimento econômico rápido e estabelece um polo de poder regional na África Austral. Ambiciona, a partir da década de 1960, um programa nuclear efetivo, o que transforma o regime em ator contestador, ao mesmo tempo em que é contestada pela comunidade internacional por suas sistemáticas violações de direitos humanos por conta do acirramento das tensões raciais, promovidas pelas políticas de desenvolvimento separado que criavam os bantustões, territórios quase-falidos para as populações negras. A pressão internacional pela mudança de regime numa realidade de fim de Guerra Fria levou a África do Sul a libertar seus presos políticos e a adotar eleições livres pela primeira vez em 1994. As circunstâncias para a transição de regime não se mostravam favoráveis, em que pese o fato de que para se enquadrar na nova ordem mundial, a África do Sul abriu mão de um projeto nacional mais consistente em favor do ativismo global que prometia harmonia através da defesa interminável da paz e prosperidade com a adoção de acordos de livre-comércio. O ingresso nos BRICS corresponde a uma reação afirmativa à possibilidade de transição para um cenário multipolar modulável que se projeta no sistema internacional. A projeção internacional sul-africana qualifica-se enquanto esforço de se consolidar como potência média no meridiano africano e apresentas novas possibilidades bem como desafios ao país.The current work points out the international insertion of South Africa’s modern state. The colonial stratum unfolded by both the Dutch settlement in the Cape and the later imperial English presence is the most determining mark which resulted in an Anglo-Boer order entitled Union of South Africa. In view of the disputed participation during World War II backing England, the National Party ensures electoral victory over South Africa and introduces the Apartheid, an institutionalized regime of racial segregation. With the disclosure of an Afrikaner ideal, the country accomplishes its last formal requirement to complete sovereignty: the introducing of a republic discarding British and Commonwealth custody. Based on a model of national capitalism, South Africa sees a rapid economic growth and establishes itself as a pole of regional power in Southern Africa. It aims from the late sixties an effective nuclear program by which it becomes a contesting actor, while it is contested itself by the international community because of its systematic human rights violations related to the sharpening of racial tensions, promoted by the policies of “separate development” that established the Bantustans, quasi-failed territories for the living of black population. The international pressure for regime change in an ending Cold War lead South Africa to free its political prisoners and adopt its first free elections in 1994. The circumstances for regime change didn’t appeared favorable, so that if South Africa wanted to belong to the new world order it had to abandon its most consistent national project in favor of a global activism that promised harmony through the endless vindication of peace and prosperity by adopting free trade agreements. Joining the BRICS group corresponds to an affirmative reaction to the possibility of a shaping multipolar reality that settles itself in the international system. South African international projection qualifies itself as an effort to cement the country as a middle power in Southern Africa and presents new possibilities as well as challenges to it.application/pdfporRelações internacionaisBRICS (Agrupamento Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul)GlobalizaçãoÁfrica do SulSouth AfricaSouth-South relationsBRICSSouth African foreign policyGlobalizationO ingresso da África do Sul nos BRICS: a reinserção de uma potência média africana frente a um contexto multipolar modulávelinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPorto Alegre, BR-RS2018Relações Internacionaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001092974.pdf.txt001092974.pdf.txtExtracted Texttext/plain160186http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196139/2/001092974.pdf.txt15bbf5c7c94b437949fb2d3409a651b8MD52ORIGINAL001092974.pdfTexto completoapplication/pdf1089922http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196139/1/001092974.pdf8e3acfe3f765b92dc349ecb0b037f3a0MD5110183/1961392019-06-23 02:34:04.474262oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196139Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-06-23T05:34:04Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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