A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha, Andrei dos Santos
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Reis, Leonardo Pinto dos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/246738
Resumo: A imaginação da catástrofe tem uma longa história na cultura japonesa. A começar pelo Kojiki (século VIII), os desastres naturais foram associados aos deuses e vários rituais foram desenvolvidos para tentar aplacar a fúria da natureza. Essa conceptualização da natureza como algo provido de personalidade, majestosa e temível, é retomada nas artes — seja no século XIX, na obra de Hokusai, como no século XX, em filmes como Godzilla ou nos títulos do Estúdio Ghibli. Kamo no Chômei, no século XII, busca refletir sobre as catástrofes como indícios da fragilidade da condição humana. A natureza, no Japão, não é vista como um inimigo a ser aniquilado — ainda que seja respeitada como perigosa e formidável. A guerra, as epidemias e a destruição do meio-ambiente são temas recorrentes da literatura japonesa, a começar pelos autores imbuídos do conceito de mappô, na Idade Média, até os dias de hoje, na obra de escritoras como Ogawa Yôko, por exemplo — sem esquecer importantes nomes, como Ibuse Masuji, Ôe Kenzaburô e Miyazawa Kenji. As atitudes japonesas tradicionais e as reflexões contemporâneas sobre esses temas são um interessante tópico a abordar nesta era em que vivemos, quando o luto, a catástrofe e o desequilíbrio do meio-ambiente são cada vez mais fenômenos de alcance global.
id UFRGS-2_d437d37e5005706665c37b14de373ebd
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/246738
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Cunha, Andrei dos SantosReis, Leonardo Pinto dos2022-08-12T04:49:05Z2020http://hdl.handle.net/10183/246738001147500A imaginação da catástrofe tem uma longa história na cultura japonesa. A começar pelo Kojiki (século VIII), os desastres naturais foram associados aos deuses e vários rituais foram desenvolvidos para tentar aplacar a fúria da natureza. Essa conceptualização da natureza como algo provido de personalidade, majestosa e temível, é retomada nas artes — seja no século XIX, na obra de Hokusai, como no século XX, em filmes como Godzilla ou nos títulos do Estúdio Ghibli. Kamo no Chômei, no século XII, busca refletir sobre as catástrofes como indícios da fragilidade da condição humana. A natureza, no Japão, não é vista como um inimigo a ser aniquilado — ainda que seja respeitada como perigosa e formidável. A guerra, as epidemias e a destruição do meio-ambiente são temas recorrentes da literatura japonesa, a começar pelos autores imbuídos do conceito de mappô, na Idade Média, até os dias de hoje, na obra de escritoras como Ogawa Yôko, por exemplo — sem esquecer importantes nomes, como Ibuse Masuji, Ôe Kenzaburô e Miyazawa Kenji. As atitudes japonesas tradicionais e as reflexões contemporâneas sobre esses temas são um interessante tópico a abordar nesta era em que vivemos, quando o luto, a catástrofe e o desequilíbrio do meio-ambiente são cada vez mais fenômenos de alcance global.application/pdfporFundação Japão. São Paulo, SP. (5 ago. 2020), p. 1-13CatástrofesImaginaçãoCultura japonesaJapão : Aspectos históricosJapão : Aspectos sociaisA cultura japonesa e a imaginação da catástrofeinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001147500.pdf.txt001147500.pdf.txtExtracted Texttext/plain40391http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/246738/2/001147500.pdf.txt2347cf26b7564721fd3264d0ab7f9fadMD52ORIGINAL001147500.pdfTexto completoapplication/pdf353898http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/246738/1/001147500.pdfc36e050a1b30b10681747eb2b928d4bdMD5110183/2467382022-08-13 05:01:40.383098oai:www.lume.ufrgs.br:10183/246738Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-13T08:01:40Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
title A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
spellingShingle A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
Cunha, Andrei dos Santos
Catástrofes
Imaginação
Cultura japonesa
Japão : Aspectos históricos
Japão : Aspectos sociais
title_short A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
title_full A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
title_fullStr A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
title_full_unstemmed A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
title_sort A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe
author Cunha, Andrei dos Santos
author_facet Cunha, Andrei dos Santos
Reis, Leonardo Pinto dos
author_role author
author2 Reis, Leonardo Pinto dos
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cunha, Andrei dos Santos
Reis, Leonardo Pinto dos
dc.subject.por.fl_str_mv Catástrofes
Imaginação
Cultura japonesa
Japão : Aspectos históricos
Japão : Aspectos sociais
topic Catástrofes
Imaginação
Cultura japonesa
Japão : Aspectos históricos
Japão : Aspectos sociais
description A imaginação da catástrofe tem uma longa história na cultura japonesa. A começar pelo Kojiki (século VIII), os desastres naturais foram associados aos deuses e vários rituais foram desenvolvidos para tentar aplacar a fúria da natureza. Essa conceptualização da natureza como algo provido de personalidade, majestosa e temível, é retomada nas artes — seja no século XIX, na obra de Hokusai, como no século XX, em filmes como Godzilla ou nos títulos do Estúdio Ghibli. Kamo no Chômei, no século XII, busca refletir sobre as catástrofes como indícios da fragilidade da condição humana. A natureza, no Japão, não é vista como um inimigo a ser aniquilado — ainda que seja respeitada como perigosa e formidável. A guerra, as epidemias e a destruição do meio-ambiente são temas recorrentes da literatura japonesa, a começar pelos autores imbuídos do conceito de mappô, na Idade Média, até os dias de hoje, na obra de escritoras como Ogawa Yôko, por exemplo — sem esquecer importantes nomes, como Ibuse Masuji, Ôe Kenzaburô e Miyazawa Kenji. As atitudes japonesas tradicionais e as reflexões contemporâneas sobre esses temas são um interessante tópico a abordar nesta era em que vivemos, quando o luto, a catástrofe e o desequilíbrio do meio-ambiente são cada vez mais fenômenos de alcance global.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-08-12T04:49:05Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/246738
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001147500
url http://hdl.handle.net/10183/246738
identifier_str_mv 001147500
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Fundação Japão. São Paulo, SP. (5 ago. 2020), p. 1-13
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/246738/2/001147500.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/246738/1/001147500.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 2347cf26b7564721fd3264d0ab7f9fad
c36e050a1b30b10681747eb2b928d4bd
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801225064309325824