Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/129311 |
Resumo: | O espiritismo kardecista é uma religião que confere fundamental importância ao estudo de uma literatura própria, entendida como complemento de uma revelação religiosa. Este artigo, realizado a partir de pesquisa etnográfica num tradicional centro espírita de classe média de Porto Alegre, examina e sistematiza alguns modos pelos quais os adeptos espíritas, estruturados em pequenos grupos, relacionam-se com essa tradição escrita.O grupo é fundamental na formação da identidade dos espíritas em dois aspectos: em primeiro lugar por demarcar pertencimentos internos, traduzidos ou não em diferenças de compreensão doutrinária. Em segundo lugar, é uma das instâncias de construção do expositor espírita, que ali aprende a tirar proveito de fórmulas verbais retiradas de um repertório próprio. Inspirado nas discussões sobre oralidade e escrita e na recente proposta de uma etnografia da leitura (Boyarin, 1993) tentarei mostrar que se a fala dos espíritas é construída como uma oralidade sustentada por textos, há também dimensões informais muito importantes a serem consideradas, que contextualizam e atualizam a relação com os textos sagrados nesse grupo. |
id |
UFRGS-2_d5329b8e579f9f60ba13841bda9b90ad |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/129311 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Lewgoy, Bernardo2015-11-09T16:34:02Z20040104-7183http://hdl.handle.net/10183/129311000447756O espiritismo kardecista é uma religião que confere fundamental importância ao estudo de uma literatura própria, entendida como complemento de uma revelação religiosa. Este artigo, realizado a partir de pesquisa etnográfica num tradicional centro espírita de classe média de Porto Alegre, examina e sistematiza alguns modos pelos quais os adeptos espíritas, estruturados em pequenos grupos, relacionam-se com essa tradição escrita.O grupo é fundamental na formação da identidade dos espíritas em dois aspectos: em primeiro lugar por demarcar pertencimentos internos, traduzidos ou não em diferenças de compreensão doutrinária. Em segundo lugar, é uma das instâncias de construção do expositor espírita, que ali aprende a tirar proveito de fórmulas verbais retiradas de um repertório próprio. Inspirado nas discussões sobre oralidade e escrita e na recente proposta de uma etnografia da leitura (Boyarin, 1993) tentarei mostrar que se a fala dos espíritas é construída como uma oralidade sustentada por textos, há também dimensões informais muito importantes a serem consideradas, que contextualizam e atualizam a relação com os textos sagrados nesse grupo.Kardecism is a religion which confers great deal of importance to the study of a specific literature, understood as the complement of a religious revelation. This article, based upon an ethnographic research in a traditional middle-class kardecist center in Porto Alegre, examines some ways through which the kardecists, structured in small groups, relate with this literate tradition. The group is fundamental in the spiritualist identity formation for two reasons: it limits the way people belong and identities, converted into differences of doctrine comprehension. Besides, it is one of the instances of construction of the spiritualist presenter, who learns to profit from the reading of texts aiming to place himself as an orator, helped by formulas extracted from a specific repertoire. Inspired by the discussions on orality and literacy and in the recent proposal of an ethonography of reading (Boyarin, 1993) I will try to show that, if the spiritualists’ speech is built as orality supported by texts, there are also very important informal dimensions to be considered which contextualize and update these group’s relation with sacred texts.application/pdfporHorizontes antropológicos. Porto Alegre. Vol. 10, n. 22 (jul./dez. 2004), p. 255-282Cultura escritaEspiritismoEtnografia da leituraOralidadeEthnography of readingLiteracyOral communicationSpiritualismEtnografia da leitura num grupo de estudos espíritainfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000447756.pdf.txt000447756.pdf.txtExtracted Texttext/plain71933http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129311/2/000447756.pdf.txt00f8c9fe07f803046151156bb94d7b78MD52ORIGINAL000447756.pdf000447756.pdfTexto completoapplication/pdf89093http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129311/1/000447756.pdf1a1bcc87252842f45bb38a00e9d70381MD51THUMBNAIL000447756.pdf.jpg000447756.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1687http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129311/3/000447756.pdf.jpgef4a645149ad9672e936f1096926688bMD5310183/1293112018-10-24 09:13:23.321oai:www.lume.ufrgs.br:10183/129311Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-24T12:13:23Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita |
title |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita |
spellingShingle |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita Lewgoy, Bernardo Cultura escrita Espiritismo Etnografia da leitura Oralidade Ethnography of reading Literacy Oral communication Spiritualism |
title_short |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita |
title_full |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita |
title_fullStr |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita |
title_full_unstemmed |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita |
title_sort |
Etnografia da leitura num grupo de estudos espírita |
author |
Lewgoy, Bernardo |
author_facet |
Lewgoy, Bernardo |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lewgoy, Bernardo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Cultura escrita Espiritismo Etnografia da leitura Oralidade |
topic |
Cultura escrita Espiritismo Etnografia da leitura Oralidade Ethnography of reading Literacy Oral communication Spiritualism |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Ethnography of reading Literacy Oral communication Spiritualism |
description |
O espiritismo kardecista é uma religião que confere fundamental importância ao estudo de uma literatura própria, entendida como complemento de uma revelação religiosa. Este artigo, realizado a partir de pesquisa etnográfica num tradicional centro espírita de classe média de Porto Alegre, examina e sistematiza alguns modos pelos quais os adeptos espíritas, estruturados em pequenos grupos, relacionam-se com essa tradição escrita.O grupo é fundamental na formação da identidade dos espíritas em dois aspectos: em primeiro lugar por demarcar pertencimentos internos, traduzidos ou não em diferenças de compreensão doutrinária. Em segundo lugar, é uma das instâncias de construção do expositor espírita, que ali aprende a tirar proveito de fórmulas verbais retiradas de um repertório próprio. Inspirado nas discussões sobre oralidade e escrita e na recente proposta de uma etnografia da leitura (Boyarin, 1993) tentarei mostrar que se a fala dos espíritas é construída como uma oralidade sustentada por textos, há também dimensões informais muito importantes a serem consideradas, que contextualizam e atualizam a relação com os textos sagrados nesse grupo. |
publishDate |
2004 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2004 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2015-11-09T16:34:02Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/129311 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0104-7183 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000447756 |
identifier_str_mv |
0104-7183 000447756 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/129311 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Horizontes antropológicos. Porto Alegre. Vol. 10, n. 22 (jul./dez. 2004), p. 255-282 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129311/2/000447756.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129311/1/000447756.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129311/3/000447756.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
00f8c9fe07f803046151156bb94d7b78 1a1bcc87252842f45bb38a00e9d70381 ef4a645149ad9672e936f1096926688b |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801224889611321344 |