O reflexo "UNKEN" e a coloração aposemática nos sapos-de-barriga-vermelha (MELANOPHRYNISCUS GALLARDO, 1961) são estratégias defensivas eficientes contra predadores visualmente orientados ?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bordignon, Debora Wolff
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/184495
Resumo: Os sinais aposemáticos de um indivíduo, assim como a postura corporal, podem ser importantes para sua defesa contra predadores. As espécies do gênero Melanophryniscus caracterizam-se por possuir alcaloides lipofílicos tóxicos na pele e apresentar coloração ventral avermelhada, a qual pode ser exibida a partir da postura defensiva chamada de reflexo “unken”. Ambos comportamento e padrão de coloração são descritos como mecanismos de defesa, contudo, ainda não existem estudos testando a sua eficácia. O presente trabalho buscou avaliar experimentalmente se a coloração conspícua ventral dos membros e a posição de reflexo “unken” em Melanophryniscus cambaraensis funcionam como sinais aposemáticos contra predadores visualmente orientados. Foram utilizados três tipos de modelos de sapo de massa de modelar para simular indivíduos da espécie em estudo: (a) corpos e extremidades verdes em posição normal, (b) corpos e extremidades verdes em posição de reflexo “unken” e (c) corpos verdes e extremidades vermelhas em posição de reflexo “unken”. Os modelos foram distribuídos tanto sobre o sítio reprodutivo da espécie quanto no interior da floresta adjacente. Os resultados demostraram que mais da metade dos ataques nos modelos distribuídos sobre a floresta foram de aves, contudo, não houve preferência por nenhum tipo de modelo. Assim, apenas a presença da coloração vermelha associada à posição estática de reflexo “unken” parece não ser suficiente para evitar o ataque de potenciais predadores. É possível que o sinal aposemático efetivo em Melanophryniscus possa se dar por meio do movimento de reflexo “unken” unido à posterior exibição da coloração de alerta e à secreção de toxinas. Além disso, observou-se uma tendência maior de ataques na região da cabeça nos modelos em posição normal, quando comparados aos modelos em reflexo “unken”, o que sugere que esse comportamento pode confundir o predador. Em relação aos modelos colocados sobre o sítio reprodutivo, não houve tentativa de predação por aves, o que pode indicar que a agregação reprodutiva, em um local específico, pode facilitar o aprendizado e induzir uma resposta mais eficiente nos predadores.
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Foram utilizados três tipos de modelos de sapo de massa de modelar para simular indivíduos da espécie em estudo: (a) corpos e extremidades verdes em posição normal, (b) corpos e extremidades verdes em posição de reflexo “unken” e (c) corpos verdes e extremidades vermelhas em posição de reflexo “unken”. Os modelos foram distribuídos tanto sobre o sítio reprodutivo da espécie quanto no interior da floresta adjacente. Os resultados demostraram que mais da metade dos ataques nos modelos distribuídos sobre a floresta foram de aves, contudo, não houve preferência por nenhum tipo de modelo. Assim, apenas a presença da coloração vermelha associada à posição estática de reflexo “unken” parece não ser suficiente para evitar o ataque de potenciais predadores. É possível que o sinal aposemático efetivo em Melanophryniscus possa se dar por meio do movimento de reflexo “unken” unido à posterior exibição da coloração de alerta e à secreção de toxinas. Além disso, observou-se uma tendência maior de ataques na região da cabeça nos modelos em posição normal, quando comparados aos modelos em reflexo “unken”, o que sugere que esse comportamento pode confundir o predador. Em relação aos modelos colocados sobre o sítio reprodutivo, não houve tentativa de predação por aves, o que pode indicar que a agregação reprodutiva, em um local específico, pode facilitar o aprendizado e induzir uma resposta mais eficiente nos predadores.Aposematic signals as well as body behaviors may be important for its anti-predator defenses. Species of the genus Melanophryniscus are characterized for having toxic lipophilic alkaloids in the skin and also for presenting a red ventral coloration, which can be observed when they perform the defensive behavior called unken reflex. Both the reflex behavior and the coloration pattern are described as defense mechanisms. However, there are no studies testing its effectiveness. This study aimed to evaluate experimentally if both ventral conspicuous coloration of the members and unken reflex in Melanophryniscus cambaraensis work as aposematic signals against the visually oriented predators. We used three types of clay toad models to simulate the species studied: (a) green bodies and extremities in a normal position, (b) green bodies and extremities in unken reflex position and (c) green bodies and red extremities in unken reflex position. All models were distributed on a reproductive site known for the species and inside the adjacent forest. The results have showed that more than a half of the attacks in the models distributed on the forested area were from birds; however, there was no preference for any model type. Thus, just the presence of the red color associated with the motionless unken reflex position does not seem to be enough to prevent attacks from potential predators. It is possible that the effective aposematic signal in Melanophryniscus is achieved through the unken reflex movement attached to the subsequent exhibition of the warning coloration and to the secretion of toxins. Moreover, we observed a greater tendency of attacks in the head of the models in normal position when compared to unken reflex models, suggesting that this behavior may confuse the predator. Regarding the models placed on the reproductive site, there was no attempt to predation by birds. Therefore, this may indicate that the reproductive aggregation, in a specific site, may increase learning and induce a more effective response from the predators.application/pdfporMelanophryniscus Gallardo, 1961AnfíbiosMata AtlânticaMelanophryniscus cambaraensisAmphibianDefensePredationAtlantic forestEndangered speciesO reflexo "UNKEN" e a coloração aposemática nos sapos-de-barriga-vermelha (MELANOPHRYNISCUS GALLARDO, 1961) são estratégias defensivas eficientes contra predadores visualmente orientados ?Are the unken reflex and the aposematic coloration efficient in the red-bellied toads? info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPorto Alegre, BR-RS2016Ciências Biológicas: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001006017.pdf.txt001006017.pdf.txtExtracted Texttext/plain62567http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/184495/2/001006017.pdf.txt10f4397f0b8df56384d48393ab66b7f5MD52ORIGINAL001006017.pdfTexto completoapplication/pdf910127http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/184495/1/001006017.pdf969878d5b705e4bdc0bdacedd69ef74aMD5110183/1844952018-11-10 03:29:05.244831oai:www.lume.ufrgs.br:10183/184495Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-11-10T05:29:05Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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