Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Schneider, Ana Paula Krauthein
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/130554
Resumo: A terapia de reposição enzimática para MPS I (Mucopolissacaridose tipo I) foi aprovada a mais de uma década, e vem sendo amplamente aplicada. Embora seja eficiente em corrigir alguns aspectos da doença, os pacientes precisam obter a enzima pelo Sistema Público de Saúde, um processo que envolve demandas judiciais, e eventualmente acarreta na interrupção do tratamento. Portanto, nesse trabalho buscamos avaliar os efeitos da interrupção do tratamento de TRE (Terapia de Reposição Enzimática) e sua posterior reintrodução em camundongos com MPS I. Para isso, analisamos quatro grupos de animais. No primeiro grupo, os camundongos MPS I foram tratados com TRE (Laronidase®, 1,2 mg / kg a cada 2 semanas) desde o nascimento, sem interrupção. Um segundo grupo de camundongos teve o mesmo tratamento, porém com interrupção dos 2 aos 4 meses. Estes camundongos foram comparados a camundongos normais e MPS I não tratados. Analisamos os níveis de GAGs (glicosaminoglicanos) urinários e teciduais, a função cardíaca, o comportamento, a distensão da parede da aorta, a presença de neuroinflamação e a formação de anticorpos. Todos os animais foram eutanasiados aos 6 meses. Nossos resultados mostraram que os níveis de GAGs apresentaram redução considerável em todos os órgãos com o tratamento iniciado logo após o nascimento. Porém, também vimos que em certos órgãos como o coração, o córtex cerebral e a aorta, a interrupção do tratamento levou à perda parcial dos efeitos benéficos do mesmo. Aos 6 meses, os animais com o tratamento interrompido e reintroduzido apresentaram testes comportamentais, parâmetros de funções cardíacas e espessura da parede da aorta piores, quando comparados aos animais sem interrupção. A interrupção do tratamento não conduziu à formação de anticorpos após a sua reintrodução, sugerindo que a TRE neonatal induz uma tolerância imunológica que foi mantida. Esses dados sugerem que a interrupção do tratamento pode ter efeitos deletérios sobre os órgãos que, durante o curso da doença, sofrem mudanças estruturais, tais como as aortas. Além disso, os níveis de GAGs urinários podem não refletir com precisão o estado da doença, uma vez que não se apresentaram alterados mesmo depois de algumas semanas de interrupção, independentemente da existência de efeitos deletérios nos outros órgãos.
id UFRGS-2_d9ff7dbe97c4035beca6ea684273f5bd
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/130554
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Schneider, Ana Paula KrautheinMatte, Ursula da SilveiraBaldo, Guilherme2015-12-01T02:40:34Z2015http://hdl.handle.net/10183/130554000978364A terapia de reposição enzimática para MPS I (Mucopolissacaridose tipo I) foi aprovada a mais de uma década, e vem sendo amplamente aplicada. Embora seja eficiente em corrigir alguns aspectos da doença, os pacientes precisam obter a enzima pelo Sistema Público de Saúde, um processo que envolve demandas judiciais, e eventualmente acarreta na interrupção do tratamento. Portanto, nesse trabalho buscamos avaliar os efeitos da interrupção do tratamento de TRE (Terapia de Reposição Enzimática) e sua posterior reintrodução em camundongos com MPS I. Para isso, analisamos quatro grupos de animais. No primeiro grupo, os camundongos MPS I foram tratados com TRE (Laronidase®, 1,2 mg / kg a cada 2 semanas) desde o nascimento, sem interrupção. Um segundo grupo de camundongos teve o mesmo tratamento, porém com interrupção dos 2 aos 4 meses. Estes camundongos foram comparados a camundongos normais e MPS I não tratados. Analisamos os níveis de GAGs (glicosaminoglicanos) urinários e teciduais, a função cardíaca, o comportamento, a distensão da parede da aorta, a presença de neuroinflamação e a formação de anticorpos. Todos os animais foram eutanasiados aos 6 meses. Nossos resultados mostraram que os níveis de GAGs apresentaram redução considerável em todos os órgãos com o tratamento iniciado logo após o nascimento. Porém, também vimos que em certos órgãos como o coração, o córtex cerebral e a aorta, a interrupção do tratamento levou à perda parcial dos efeitos benéficos do mesmo. Aos 6 meses, os animais com o tratamento interrompido e reintroduzido apresentaram testes comportamentais, parâmetros de funções cardíacas e espessura da parede da aorta piores, quando comparados aos animais sem interrupção. A interrupção do tratamento não conduziu à formação de anticorpos após a sua reintrodução, sugerindo que a TRE neonatal induz uma tolerância imunológica que foi mantida. Esses dados sugerem que a interrupção do tratamento pode ter efeitos deletérios sobre os órgãos que, durante o curso da doença, sofrem mudanças estruturais, tais como as aortas. Além disso, os níveis de GAGs urinários podem não refletir com precisão o estado da doença, uma vez que não se apresentaram alterados mesmo depois de algumas semanas de interrupção, independentemente da existência de efeitos deletérios nos outros órgãos.application/pdfporTerapia de reposição de enzimasMucopolissacaridose IGlicosaminoglicanasInflamaçãoEfeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePorto Alegre, BR-RS2015Biomedicinagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000978364.pdf.txt000978364.pdf.txtExtracted Texttext/plain68634http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130554/2/000978364.pdf.txt252f4e8a0b18247355eebd550af5a9e0MD52ORIGINAL000978364.pdf000978364.pdfTexto completoapplication/pdf1486814http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130554/1/000978364.pdfe3dc61500747e434e491f38e5b92bf2dMD51THUMBNAIL000978364.pdf.jpg000978364.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1112http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130554/3/000978364.pdf.jpg9600fc9d2c20364774630325fcc2f920MD5310183/1305542023-06-22 03:31:53.069091oai:www.lume.ufrgs.br:10183/130554Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-06-22T06:31:53Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
title Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
spellingShingle Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
Schneider, Ana Paula Krauthein
Terapia de reposição de enzimas
Mucopolissacaridose I
Glicosaminoglicanas
Inflamação
title_short Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
title_full Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
title_fullStr Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
title_full_unstemmed Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
title_sort Efeitos da interrupção da terapia de reposição enzimática (TRE) em modelo murino de mucopolissacaridose tipo 1
author Schneider, Ana Paula Krauthein
author_facet Schneider, Ana Paula Krauthein
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Schneider, Ana Paula Krauthein
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Matte, Ursula da Silveira
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Baldo, Guilherme
contributor_str_mv Matte, Ursula da Silveira
Baldo, Guilherme
dc.subject.por.fl_str_mv Terapia de reposição de enzimas
Mucopolissacaridose I
Glicosaminoglicanas
Inflamação
topic Terapia de reposição de enzimas
Mucopolissacaridose I
Glicosaminoglicanas
Inflamação
description A terapia de reposição enzimática para MPS I (Mucopolissacaridose tipo I) foi aprovada a mais de uma década, e vem sendo amplamente aplicada. Embora seja eficiente em corrigir alguns aspectos da doença, os pacientes precisam obter a enzima pelo Sistema Público de Saúde, um processo que envolve demandas judiciais, e eventualmente acarreta na interrupção do tratamento. Portanto, nesse trabalho buscamos avaliar os efeitos da interrupção do tratamento de TRE (Terapia de Reposição Enzimática) e sua posterior reintrodução em camundongos com MPS I. Para isso, analisamos quatro grupos de animais. No primeiro grupo, os camundongos MPS I foram tratados com TRE (Laronidase®, 1,2 mg / kg a cada 2 semanas) desde o nascimento, sem interrupção. Um segundo grupo de camundongos teve o mesmo tratamento, porém com interrupção dos 2 aos 4 meses. Estes camundongos foram comparados a camundongos normais e MPS I não tratados. Analisamos os níveis de GAGs (glicosaminoglicanos) urinários e teciduais, a função cardíaca, o comportamento, a distensão da parede da aorta, a presença de neuroinflamação e a formação de anticorpos. Todos os animais foram eutanasiados aos 6 meses. Nossos resultados mostraram que os níveis de GAGs apresentaram redução considerável em todos os órgãos com o tratamento iniciado logo após o nascimento. Porém, também vimos que em certos órgãos como o coração, o córtex cerebral e a aorta, a interrupção do tratamento levou à perda parcial dos efeitos benéficos do mesmo. Aos 6 meses, os animais com o tratamento interrompido e reintroduzido apresentaram testes comportamentais, parâmetros de funções cardíacas e espessura da parede da aorta piores, quando comparados aos animais sem interrupção. A interrupção do tratamento não conduziu à formação de anticorpos após a sua reintrodução, sugerindo que a TRE neonatal induz uma tolerância imunológica que foi mantida. Esses dados sugerem que a interrupção do tratamento pode ter efeitos deletérios sobre os órgãos que, durante o curso da doença, sofrem mudanças estruturais, tais como as aortas. Além disso, os níveis de GAGs urinários podem não refletir com precisão o estado da doença, uma vez que não se apresentaram alterados mesmo depois de algumas semanas de interrupção, independentemente da existência de efeitos deletérios nos outros órgãos.
publishDate 2015
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-12-01T02:40:34Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2015
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/130554
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000978364
url http://hdl.handle.net/10183/130554
identifier_str_mv 000978364
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130554/2/000978364.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130554/1/000978364.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/130554/3/000978364.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 252f4e8a0b18247355eebd550af5a9e0
e3dc61500747e434e491f38e5b92bf2d
9600fc9d2c20364774630325fcc2f920
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224494617985024