"“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ornelas, Ana Beatriz Ribeiro
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234207
Resumo: Esta pesquisa discute como o RAP, enquanto produção de saber periférico, atua na descolonização do currículo sociológico no Ensino Médio. São analisados materiais coletados (planos de aula, avaliações e observações) no campo empírico da pesquisa, delimitado a partir de uma prática de regência da Residência Pedagógica, em contexto pandêmico, com estudantes do ensino médio de uma escola municipal de Porto Alegre, onde se apresentou o trabalho da rapper Souto MC, "Retorno". Partindo das reflexões contidas na letra da música, atrelou-se questõesmotivadoras fundamentadas em conceitos sociológicos – como colonialidade do ser, saber e poder –, tecendo, por meio da transcriação curricular, conhecimentos que são gestados em lugares socialmente distintos – o RAP e a sociologia – mas que compartilham um mesmo objeto de observação e reflexão, a sociedade. Conclui-se que as reflexões e produções dos estudantes que participaram dessa exploração sonora, apontam para uma descolonização curricular a partir da junção entre RAP e sociologia. Tal descolonização é apresentada a partir de categorias analíticas que surgiram durante os encontros, que versam sobre as representações simbólicas das populações indígenas, disputas de narrativas coloniais e processos de exotização que permeiam os currículos escolares. Em todas as categorias que emergiram da prática, surgiram críticas direcionadas ao papel da própria escola na perpetuação da colonialidade. Através de currículos que cristalizam as populações indígenas, vistas por lentes enviesadas e estereotipadas, encerradas num passado colonial romantizado e que exotiza a alteridade segundo um ideal imaginado e etnocêntrico. Foram propostas algumas reflexões dialógicas buscando a desconstrução deste estereótipos.
id UFRGS-2_dd421647c9b7a4dca20bf2f901ebdc63
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234207
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Ornelas, Ana Beatriz RibeiroCosta, Cristiano Bedin da2022-01-19T04:36:55Z2021http://hdl.handle.net/10183/234207001135905Esta pesquisa discute como o RAP, enquanto produção de saber periférico, atua na descolonização do currículo sociológico no Ensino Médio. São analisados materiais coletados (planos de aula, avaliações e observações) no campo empírico da pesquisa, delimitado a partir de uma prática de regência da Residência Pedagógica, em contexto pandêmico, com estudantes do ensino médio de uma escola municipal de Porto Alegre, onde se apresentou o trabalho da rapper Souto MC, "Retorno". Partindo das reflexões contidas na letra da música, atrelou-se questõesmotivadoras fundamentadas em conceitos sociológicos – como colonialidade do ser, saber e poder –, tecendo, por meio da transcriação curricular, conhecimentos que são gestados em lugares socialmente distintos – o RAP e a sociologia – mas que compartilham um mesmo objeto de observação e reflexão, a sociedade. Conclui-se que as reflexões e produções dos estudantes que participaram dessa exploração sonora, apontam para uma descolonização curricular a partir da junção entre RAP e sociologia. Tal descolonização é apresentada a partir de categorias analíticas que surgiram durante os encontros, que versam sobre as representações simbólicas das populações indígenas, disputas de narrativas coloniais e processos de exotização que permeiam os currículos escolares. Em todas as categorias que emergiram da prática, surgiram críticas direcionadas ao papel da própria escola na perpetuação da colonialidade. Através de currículos que cristalizam as populações indígenas, vistas por lentes enviesadas e estereotipadas, encerradas num passado colonial romantizado e que exotiza a alteridade segundo um ideal imaginado e etnocêntrico. Foram propostas algumas reflexões dialógicas buscando a desconstrução deste estereótipos.Esta investigación discute cómo el RAP, como producción de conocimiento periférico, actúa en la descolonización del currículo sociológico en el Bachillerato. Los materiales recolectados (planes de clase, evaluaciones y observaciones) son analizados en el campo empírico de investigación, delimitado desde una práctica de conducción de la Residencia Pedagógica, en un contexto de pandemia, con estudiantes de secundaria de una escuela municipal de Porto Alegre, donde se presentó la obra de la rapera Souto MC, "Retorno". A partir de las reflexiones contenidas en la letra de la canción, las preguntas motivadoras se vinculan a conceptos sociológicos - como colonialidad del ser, conocimiento y poder - tejiendo, a través de la transcreación curricular, conocimientos que se generan en lugares socialmente diferenciados - el RAP y la sociología - pero que comparten el mismo objeto de observación y reflexión, la sociedad. Se concluye que las reflexiones y producciones de los estudiantes que participaron en esta exploración sonora apuntan a una descolonización curricular basada en la unión entre RAP y sociología. Tal descolonización se presenta a partir de categorías analíticas surgidas durante los encuentros, que abordan representaciones simbólicas de poblaciones indígenas, disputas sobre narrativas coloniales y procesos de exotización que permean los currículos escolares. En todas las categorías que surgieron de la práctica, surgieron críticas dirigidas al papel de la escuela misma en la perpetuación de la colonialidad, a través de currículos que cristalizan poblaciones indígenas. Vistas a través de lentes sesgadas y estereotipadas, encerradas en un pasado colonial romantizado que exotiza la alteridad según a un ideal imaginado y etnocéntrico. Se propusieron algunas reflexiones dialógicas, buscando deconstruir estos estereotipos.application/pdfporColonialidadeRap (Música)Ensino e aprendizagemMúsica e linguagemSociologiaColonialidadRAPTranscreación didácticaResidencia Pedagógica"“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPorto Alegre, BR-RS2021Ciências Sociais: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001135905.pdf.txt001135905.pdf.txtExtracted Texttext/plain103560http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234207/2/001135905.pdf.txt1023590d153e700fea183153f8f42229MD52ORIGINAL001135905.pdfTexto completoapplication/pdf408865http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234207/1/001135905.pdf65d9ff8d7caa6b8d826b7bb8e4363b82MD5110183/2342072022-02-22 05:00:15.820482oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234207Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-02-22T08:00:15Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
title "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
spellingShingle "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
Ornelas, Ana Beatriz Ribeiro
Colonialidade
Rap (Música)
Ensino e aprendizagem
Música e linguagem
Sociologia
Colonialidad
RAP
Transcreación didáctica
Residencia Pedagógica
title_short "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
title_full "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
title_fullStr "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
title_full_unstemmed "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
title_sort "“Não somos só figura pra ser estudado, somos ruptura de colonizado" : o rap e a descolonização do currículo sociológico
author Ornelas, Ana Beatriz Ribeiro
author_facet Ornelas, Ana Beatriz Ribeiro
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ornelas, Ana Beatriz Ribeiro
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Costa, Cristiano Bedin da
contributor_str_mv Costa, Cristiano Bedin da
dc.subject.por.fl_str_mv Colonialidade
Rap (Música)
Ensino e aprendizagem
Música e linguagem
Sociologia
topic Colonialidade
Rap (Música)
Ensino e aprendizagem
Música e linguagem
Sociologia
Colonialidad
RAP
Transcreación didáctica
Residencia Pedagógica
dc.subject.spa.fl_str_mv Colonialidad
RAP
Transcreación didáctica
Residencia Pedagógica
description Esta pesquisa discute como o RAP, enquanto produção de saber periférico, atua na descolonização do currículo sociológico no Ensino Médio. São analisados materiais coletados (planos de aula, avaliações e observações) no campo empírico da pesquisa, delimitado a partir de uma prática de regência da Residência Pedagógica, em contexto pandêmico, com estudantes do ensino médio de uma escola municipal de Porto Alegre, onde se apresentou o trabalho da rapper Souto MC, "Retorno". Partindo das reflexões contidas na letra da música, atrelou-se questõesmotivadoras fundamentadas em conceitos sociológicos – como colonialidade do ser, saber e poder –, tecendo, por meio da transcriação curricular, conhecimentos que são gestados em lugares socialmente distintos – o RAP e a sociologia – mas que compartilham um mesmo objeto de observação e reflexão, a sociedade. Conclui-se que as reflexões e produções dos estudantes que participaram dessa exploração sonora, apontam para uma descolonização curricular a partir da junção entre RAP e sociologia. Tal descolonização é apresentada a partir de categorias analíticas que surgiram durante os encontros, que versam sobre as representações simbólicas das populações indígenas, disputas de narrativas coloniais e processos de exotização que permeiam os currículos escolares. Em todas as categorias que emergiram da prática, surgiram críticas direcionadas ao papel da própria escola na perpetuação da colonialidade. Através de currículos que cristalizam as populações indígenas, vistas por lentes enviesadas e estereotipadas, encerradas num passado colonial romantizado e que exotiza a alteridade segundo um ideal imaginado e etnocêntrico. Foram propostas algumas reflexões dialógicas buscando a desconstrução deste estereótipos.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-01-19T04:36:55Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/234207
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001135905
url http://hdl.handle.net/10183/234207
identifier_str_mv 001135905
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234207/2/001135905.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234207/1/001135905.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 1023590d153e700fea183153f8f42229
65d9ff8d7caa6b8d826b7bb8e4363b82
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224618417061888