A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Eros Moreira de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/215405
Resumo: A tese da mente estendida sustenta que alguns estados mentais e processos cognitivos se estendem para além do cérebro e do corpo do indivíduo. Itens externos ao organismo ou ações envolvendo a exploração ou manipulação do ambiente externo podem constituir, em parte, alguns estados mentais ou processos cognitivos. No artigo inaugural de Clark e Chalmers, “The Extended Mind”, essa tese recebe apoio do princípio da paridade e do externismo ativo. No artigo dos filósofos, é dada maior ênfase ao princípio da paridade, o qual é apresentado como neutro em relação à natureza da cognição. Seria uma vantagem que as extensões propostas não envolvessem uma reforma da nossa concepção pré-teórica de cognição. Neste texto, propõe-se que maior ênfase seja dada ao externismo ativo, o qual não é neutro em relação à natureza da cognição. A cognição é elaborada como adaptação bem-sucedida a uma tarefa específica. Embora esse movimento possa parecer desvantajoso, ele é necessário para a correta compreensão e defesa do caso Otto. Além disso, o princípio da paridade não dá conta da crítica de Weiskopf de que os registros no caderno de notas de Otto não são responsivos a razões. Para responder a essa crítica, é necessário mobilizar o externismo ativo e a consequente compreensão da cognição que ele envolve.
id UFRGS-2_dd542e5b596d342a4a6726d007a1cab8
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/215405
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Carvalho, Eros Moreira de2020-11-24T04:11:37Z20200101-3173http://hdl.handle.net/10183/215405001118384A tese da mente estendida sustenta que alguns estados mentais e processos cognitivos se estendem para além do cérebro e do corpo do indivíduo. Itens externos ao organismo ou ações envolvendo a exploração ou manipulação do ambiente externo podem constituir, em parte, alguns estados mentais ou processos cognitivos. No artigo inaugural de Clark e Chalmers, “The Extended Mind”, essa tese recebe apoio do princípio da paridade e do externismo ativo. No artigo dos filósofos, é dada maior ênfase ao princípio da paridade, o qual é apresentado como neutro em relação à natureza da cognição. Seria uma vantagem que as extensões propostas não envolvessem uma reforma da nossa concepção pré-teórica de cognição. Neste texto, propõe-se que maior ênfase seja dada ao externismo ativo, o qual não é neutro em relação à natureza da cognição. A cognição é elaborada como adaptação bem-sucedida a uma tarefa específica. Embora esse movimento possa parecer desvantajoso, ele é necessário para a correta compreensão e defesa do caso Otto. Além disso, o princípio da paridade não dá conta da crítica de Weiskopf de que os registros no caderno de notas de Otto não são responsivos a razões. Para responder a essa crítica, é necessário mobilizar o externismo ativo e a consequente compreensão da cognição que ele envolve.The extended mind thesis claims that some mental states and cognitive processes extend onto the environment. Items external to the organism or exploratory actions may constitute in part mental states and cognitive processes. In Clark and Chalmers’ original paper, ‘The Extended Mind’, this thesis receives support from the parity principle and from the active externalism. In their paper, more emphasis is given to the parity principle, which is presented as neutral regarding the nature of cognition. It would be advantageous to maintain that extended mental states and processes do not require a reform of our pre-theoretical view of cognition. In the present paper, I submit that we should give more emphasis on the active externalism, which, I argue, is not neutral regarding the nature of cognition. Cognition is viewed as successful adaptation to a specific task. Although this move may seem at first disadvantageous, it is necessary for the correct understanding and justification of Otto case as an example of extended mental state. Additionally, the parity principle cannot handle Weiskopf ’s criticism that information registered in Otto’s notebook is not responsive to reasons. In order to address this criticism, we need to appeal to active externalism and its corresponding view of cognition.application/pdfporTrans-form-ação : revista de filosofia. Marília, SP. Vol. 43, n. 3 (jul./set. 2020), p. 143-165CogniçãoMenteTeoria da menteFilosofiaExtended mind thesisParity principleActive externalismThe mark of cognitionResponsive beliefsA Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?The extended mind thesis in light of active externalism : how to render Otto responsive to reasons?info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001118384.pdf.txt001118384.pdf.txtExtracted Texttext/plain67247http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/215405/2/001118384.pdf.txt9234edfb556cef9299d36d87cfcf8747MD52ORIGINAL001118384.pdfTexto completoapplication/pdf221044http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/215405/1/001118384.pdf5fcb3f85669489b588b4429e8f86a0a9MD5110183/2154052023-08-18 03:40:15.808753oai:www.lume.ufrgs.br:10183/215405Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-08-18T06:40:15Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
dc.title.alternative.en.fl_str_mv The extended mind thesis in light of active externalism : how to render Otto responsive to reasons?
title A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
spellingShingle A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
Carvalho, Eros Moreira de
Cognição
Mente
Teoria da mente
Filosofia
Extended mind thesis
Parity principle
Active externalism
The mark of cognition
Responsive beliefs
title_short A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
title_full A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
title_fullStr A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
title_full_unstemmed A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
title_sort A Tese da mente estendida à luz do externismo ativo : como tornar Otto responsivo a razões?
author Carvalho, Eros Moreira de
author_facet Carvalho, Eros Moreira de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Carvalho, Eros Moreira de
dc.subject.por.fl_str_mv Cognição
Mente
Teoria da mente
Filosofia
topic Cognição
Mente
Teoria da mente
Filosofia
Extended mind thesis
Parity principle
Active externalism
The mark of cognition
Responsive beliefs
dc.subject.eng.fl_str_mv Extended mind thesis
Parity principle
Active externalism
The mark of cognition
Responsive beliefs
description A tese da mente estendida sustenta que alguns estados mentais e processos cognitivos se estendem para além do cérebro e do corpo do indivíduo. Itens externos ao organismo ou ações envolvendo a exploração ou manipulação do ambiente externo podem constituir, em parte, alguns estados mentais ou processos cognitivos. No artigo inaugural de Clark e Chalmers, “The Extended Mind”, essa tese recebe apoio do princípio da paridade e do externismo ativo. No artigo dos filósofos, é dada maior ênfase ao princípio da paridade, o qual é apresentado como neutro em relação à natureza da cognição. Seria uma vantagem que as extensões propostas não envolvessem uma reforma da nossa concepção pré-teórica de cognição. Neste texto, propõe-se que maior ênfase seja dada ao externismo ativo, o qual não é neutro em relação à natureza da cognição. A cognição é elaborada como adaptação bem-sucedida a uma tarefa específica. Embora esse movimento possa parecer desvantajoso, ele é necessário para a correta compreensão e defesa do caso Otto. Além disso, o princípio da paridade não dá conta da crítica de Weiskopf de que os registros no caderno de notas de Otto não são responsivos a razões. Para responder a essa crítica, é necessário mobilizar o externismo ativo e a consequente compreensão da cognição que ele envolve.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-11-24T04:11:37Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/215405
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0101-3173
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001118384
identifier_str_mv 0101-3173
001118384
url http://hdl.handle.net/10183/215405
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Trans-form-ação : revista de filosofia. Marília, SP. Vol. 43, n. 3 (jul./set. 2020), p. 143-165
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/215405/2/001118384.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/215405/1/001118384.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 9234edfb556cef9299d36d87cfcf8747
5fcb3f85669489b588b4429e8f86a0a9
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1815447725170229248