A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/252581 |
Resumo: | Introdução: O transplante de córneas é o principal tratamento para pessoas que apresentam distúrbios de curvatura ou transparência da córnea. No Brasil, não há protocolo unifcado para meios de preservação, tempo de armazenamento e antibióticos utilizados. A preocupação é a de que patógenos possam ser transferidos aos receptores de transplantes. Objetivo: Realizar o levantamento da microbiota ocular de doadores de córneas a fm de verifcar uma possível correlação com infecções em receptores e, dessa forma, auxiliar na melhoria de metodologias e protocolos de armazenamento de córneas. Método: Foi conduzido a partir de revisão da literatura, nas bases de dados PubMed, SciELO e nos portais: periódicos da CAPES, Anvisa, Ministério da Saúde e ABTO, entre 2018 e 2020. Resultados: Estudos baseados em cultivo de microrganismos trazem Staphylococcus coagulase negativa (SCN) de 30% a 100% das amostras isoladas de conjuntivas. Em menor quantidade estão Streptococcus, Corynebacterium e Propionibacterium. Bactérias Gramnegativas aparecem em número inferior, representadas pelos gêneros Haemophilus, Neisseria, Pseudomonas, Enterobacter, Escherichia, Proteus e Acinetobacter. Já as técnicas independentes de cultivo trazem Pseudomonas como a principal colonizadora da conjuntiva. Também apresentam uma diversidade maior de colonizadores, mostrando um potencial campo de estudos, no qual a superfície ocular pode ter uma diversidade muito maior de espécies e potenciais agentes patogênicos. Os principais meios de preservação utilizados no Brasil levam os antimicrobianos gentamicina e estreptomicina em sua composição, porém estudos têm mostrado que as bactérias presentes nos meios de preservação são resistentes a esses antibióticos. Conclusões: Os dados apontam para a necessidade de reavaliação da efciência desses meios de preservação na descontaminação das córneas para transplante. |
id |
UFRGS-2_de3da6b07a3995e08c1a37346991e5d2 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/252581 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Reali, CatiuscaPagnussato, FernandoGeimba, Mercedes Passos2022-12-09T04:59:54Z20222317-269Xhttp://hdl.handle.net/10183/252581001154276Introdução: O transplante de córneas é o principal tratamento para pessoas que apresentam distúrbios de curvatura ou transparência da córnea. No Brasil, não há protocolo unifcado para meios de preservação, tempo de armazenamento e antibióticos utilizados. A preocupação é a de que patógenos possam ser transferidos aos receptores de transplantes. Objetivo: Realizar o levantamento da microbiota ocular de doadores de córneas a fm de verifcar uma possível correlação com infecções em receptores e, dessa forma, auxiliar na melhoria de metodologias e protocolos de armazenamento de córneas. Método: Foi conduzido a partir de revisão da literatura, nas bases de dados PubMed, SciELO e nos portais: periódicos da CAPES, Anvisa, Ministério da Saúde e ABTO, entre 2018 e 2020. Resultados: Estudos baseados em cultivo de microrganismos trazem Staphylococcus coagulase negativa (SCN) de 30% a 100% das amostras isoladas de conjuntivas. Em menor quantidade estão Streptococcus, Corynebacterium e Propionibacterium. Bactérias Gramnegativas aparecem em número inferior, representadas pelos gêneros Haemophilus, Neisseria, Pseudomonas, Enterobacter, Escherichia, Proteus e Acinetobacter. Já as técnicas independentes de cultivo trazem Pseudomonas como a principal colonizadora da conjuntiva. Também apresentam uma diversidade maior de colonizadores, mostrando um potencial campo de estudos, no qual a superfície ocular pode ter uma diversidade muito maior de espécies e potenciais agentes patogênicos. Os principais meios de preservação utilizados no Brasil levam os antimicrobianos gentamicina e estreptomicina em sua composição, porém estudos têm mostrado que as bactérias presentes nos meios de preservação são resistentes a esses antibióticos. Conclusões: Os dados apontam para a necessidade de reavaliação da efciência desses meios de preservação na descontaminação das córneas para transplante.Introduction: Corneal transplantation it is the main treatment for people who have corneal curvature or transparency disorders. In Brazil, there is no unified protocol on the means of preservation, storage time and antibiotics used. The concern is that pathogens are transferred to transplant recipients, causing eye infections after transplantation. Objective: Examine ocular microbiota of corneal donors, to verify a possible correlation with infections in recipients and thus assist in improving corneal storage methodologies and protocols. Method: Literature review conducted in PubMed, SciELO and the following websites: CAPES Journals, Anvisa, Brazilian Ministry of Health and ABTO, between 2018 and 2020. Results: Studies based on microorganism’s cultivation show coagulase negative Staphylococcus in 30% to 100% of samples isolated from conjunctiva. In lesser quantities are Streptococcus, Corynebacterium and Propionibacterium. Gram-negative bacteria appear in much lower numbers, represented by the genera Haemophilus, Neisseria, Pseudomonas, Enterobacter, Escherichia, Proteus and Acinetobacter. On the other hand, results based on independent cultivation techniques bring Pseudomonas as the main colonizer of the conjunctiva. Also, they have a much greater diversity of colonizers, showing a potential field of study. The ocular surface may have a much greater diversity of species and potential pathogens than was expected. The main means of preservation used in Brazil contain the antimicrobials gentamicin and streptomycin in their composition; however, several studies have shown that bacteria present in the means of preservation are resistant to these antibiotics. Conclusions: These data point to the need for a reassessment of the efficiency of these means of preservation in decontaminating corneas for transplantation.application/pdfporVigilância Sanitária em Debate. Rio de Janeiro. Vol. 10, n. 1 (Fev. 2022), p. 44-54Transplante de córneaCórneaMicrobiotaResistência microbiana a medicamentosMicrobiotaCorneal transplantationMean of preservationAntibiotic resistanceA influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córneaInfluence of donor microbiota and of graft storage on corneal transplantation info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001154276.pdf.txt001154276.pdf.txtExtracted Texttext/plain61128http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/3/001154276.pdf.txteb1fc0518f6273027f6d4c4bf8947498MD53001154276-02.pdf.txt001154276-02.pdf.txtExtracted Texttext/plain58222http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/4/001154276-02.pdf.txtfb21918be30dbd82d1f48e095a9153c7MD54ORIGINAL001154276.pdfTexto completoapplication/pdf300565http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/1/001154276.pdf63e39f4841979a6dd604eed2bee08f74MD51001154276-02.pdfTexto completo (inglês)application/pdf270122http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/2/001154276-02.pdf22de9fd8051ad6fe4d29fc226bb621c9MD5210183/2525812022-12-10 06:06:43.935642oai:www.lume.ufrgs.br:10183/252581Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2022-12-10T08:06:43Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Influence of donor microbiota and of graft storage on corneal transplantation |
title |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea |
spellingShingle |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea Reali, Catiusca Transplante de córnea Córnea Microbiota Resistência microbiana a medicamentos Microbiota Corneal transplantation Mean of preservation Antibiotic resistance |
title_short |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea |
title_full |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea |
title_fullStr |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea |
title_full_unstemmed |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea |
title_sort |
A influência da microbiota de doadores e do armazenamento do enxerto no transplante de córnea |
author |
Reali, Catiusca |
author_facet |
Reali, Catiusca Pagnussato, Fernando Geimba, Mercedes Passos |
author_role |
author |
author2 |
Pagnussato, Fernando Geimba, Mercedes Passos |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Reali, Catiusca Pagnussato, Fernando Geimba, Mercedes Passos |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Transplante de córnea Córnea Microbiota Resistência microbiana a medicamentos |
topic |
Transplante de córnea Córnea Microbiota Resistência microbiana a medicamentos Microbiota Corneal transplantation Mean of preservation Antibiotic resistance |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Microbiota Corneal transplantation Mean of preservation Antibiotic resistance |
description |
Introdução: O transplante de córneas é o principal tratamento para pessoas que apresentam distúrbios de curvatura ou transparência da córnea. No Brasil, não há protocolo unifcado para meios de preservação, tempo de armazenamento e antibióticos utilizados. A preocupação é a de que patógenos possam ser transferidos aos receptores de transplantes. Objetivo: Realizar o levantamento da microbiota ocular de doadores de córneas a fm de verifcar uma possível correlação com infecções em receptores e, dessa forma, auxiliar na melhoria de metodologias e protocolos de armazenamento de córneas. Método: Foi conduzido a partir de revisão da literatura, nas bases de dados PubMed, SciELO e nos portais: periódicos da CAPES, Anvisa, Ministério da Saúde e ABTO, entre 2018 e 2020. Resultados: Estudos baseados em cultivo de microrganismos trazem Staphylococcus coagulase negativa (SCN) de 30% a 100% das amostras isoladas de conjuntivas. Em menor quantidade estão Streptococcus, Corynebacterium e Propionibacterium. Bactérias Gramnegativas aparecem em número inferior, representadas pelos gêneros Haemophilus, Neisseria, Pseudomonas, Enterobacter, Escherichia, Proteus e Acinetobacter. Já as técnicas independentes de cultivo trazem Pseudomonas como a principal colonizadora da conjuntiva. Também apresentam uma diversidade maior de colonizadores, mostrando um potencial campo de estudos, no qual a superfície ocular pode ter uma diversidade muito maior de espécies e potenciais agentes patogênicos. Os principais meios de preservação utilizados no Brasil levam os antimicrobianos gentamicina e estreptomicina em sua composição, porém estudos têm mostrado que as bactérias presentes nos meios de preservação são resistentes a esses antibióticos. Conclusões: Os dados apontam para a necessidade de reavaliação da efciência desses meios de preservação na descontaminação das córneas para transplante. |
publishDate |
2022 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-12-09T04:59:54Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/252581 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
2317-269X |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001154276 |
identifier_str_mv |
2317-269X 001154276 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/252581 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Vigilância Sanitária em Debate. Rio de Janeiro. Vol. 10, n. 1 (Fev. 2022), p. 44-54 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/3/001154276.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/4/001154276-02.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/1/001154276.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/252581/2/001154276-02.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
eb1fc0518f6273027f6d4c4bf8947498 fb21918be30dbd82d1f48e095a9153c7 63e39f4841979a6dd604eed2bee08f74 22de9fd8051ad6fe4d29fc226bb621c9 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br |
_version_ |
1817725151790235648 |