Exame clínico dos pés de pacientes com diabetes melito tipo 2 na Atenção Primária à Saúde por teleconsulta durante a pandemia COVID-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Masiero, Franciéle de Souza
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234901
Resumo: Diabetes melito (DM) é considerado uma epidemia mundial. Está associado a alterações no metabolismo de gorduras, proteínas e carboidratos. Entre as diferentes complicações associadas ao DM estão retinopatia, doença renal do diabetes e neuropatia. O pé diabético é um dos mais sérios desfechos do DM. As taxas de amputações de membros inferiores relacionadas a este acometimento são indicadores importantes da eficácia dos cuidados de saúde prestados aos pacientes com DM, incluindo prevenção e tratamento de úlceras nos pés. Para este fim, identificar precocemente alterações nos pés de portadores de DM permite que os profissionais de saúde implementem melhores programas de prevenção, que resultam na melhoria da qualidade de vida do paciente e, na redução da carga econômica para o paciente e sistema de saúde. Condições clínicas como o DM requerem contato regular, para que se evitem as complicações decorrentes dessa doença. No entanto, a necessidade de isolamento social para minimizar a disseminação da infecção pelo Sars-CoV-2, tendo em vista que o DM é um reconhecido fator de risco para morbidade, fez com que a prestação de tais cuidados de saúde fosse feita por meio de telessaúde. Dessa forma, esse estudo se propôs a avaliar os pés de pacientes com DM tipo 2 na Atenção Primária à Saúde (APS) por meio de telemedicina, verificando a factibilidade dessa ferramenta para detecção de pés em risco. Foram incluídos 87 pacientes com DM tipo 2 atendidos em uma Unidade Básica de Saúde de Porto Alegre, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Foi aplicado questionário semi-estruturado, elaborado, a partir de instrumento validado, por telefone e um guia de como tirar fotos dos pés foi enviado aos pacientes. As fotos dos pés foram avaliadas quanto a qualidade, presença de anormalidades e necessidade de consulta presencial. Dos pacientes incluídos, 60% eram mulheres, com idade média de 64,25±11,8, e DM tipo 2 há cerca 11,7 ±9,2 anos. A maioria dos pacientes (85,1%) possuiam celular com câmera, 63,2% usavam o celular sem ajuda, 88,5% possuiam aplicativo de mensagens. Dos pacientes incluídos, 69% tiveram os pés examinados por um profissional de saúde em consultas presenciais prévias e 58,6% não lembravam de ter recebido orientações quanto aos cuidados com os pés, durante as consultas. A maioria 95,4% dos pacientes se consideravam capazes de examinar seus pés em busca de alterações e 54% examinam diariamente seus pés. A presença de neuropatia periférica, diagnosticada pelo instrumento de Michigan foi verificada em nove pacientes (10,3%). Somente 41 (47,1%) pacientes enviaram as fotos dos pés. Dos que enviaram, 87,8% adquiriram as fotos conforme o guia, sendo a maioria das fotos enviadas consideradas de qualidade excelente, muito boa ou boa. Foram verificadas alterações no exame físico remoto em 28 pacientes (68,3%). Houve necessidade de encaminhamento para atendimento presencial de somente dois casos. Na reavaliação de um mês, um maior número de pacientes passou a realizar o autoexame dos pés diariamente. Como conclusão, é factível avaliar a saúde dos pés de pacientes com DM por telemedicina. No entanto, uma parcela importante dos pacientes não enviou as fotos, impedindo a avaliação completa dos mesmos. O incentivo e as orientações na APS, quanto a importância do cuidado com os pés, evita a busca por serviços de urgência e/ou emergência, podem estimular o autocuidado e o protagonismo do paciente, além de prevenir acometimentos mais graves.
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