Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Ivan Antonio
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Costa, Ricardo Simm
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/19790
Resumo: Um dos traços mais marcantes na história recente da política brasileira é a ascensão do Partido dos Trabalhadores; crescimento, em parte, sustentado em promessas de promover mudanças. Se o ideário do Partido, calcado na justiça social, inclusão, participação, entre outros aspectos, assim como suas propostas de ordem mais abrangente são conhecidas, o mesmo não se pode afirmar quanto às suas práticas internas de gestão, a exemplo do relacionamento dos dirigentes com a estrutura administrativa representada pelo qua dro de servidores efetivos, permanentes. Neste escopo se incluem, entre outras, a valorização profissional do servidor público, o tratamento sempre à margem do posicionamento e engajamento partidário, pautado na igualdade e na transparência de critérios, os programas de qualificação, a maior participação no processo decisório, iniciativas em defesa do emprego (por ser contrário à privatização e à terceirização dos serviços), a redução das desigualdades salariais (através de reajustes por categorias ao invés dos reajustes lineares), todas, não raro, veiculadas como promessas em tempo de campanha. A questão que ora se levanta é: haveria um conjunto de práticas internas de gestão genuinamente identificadas com o PT, portanto diferentes de outras? É possível fugir dos cânones da burocracia, assim como da administração gerencial proposta no projeto de Reforma do Estado de Bresser Pereira? As divergências – Tendências -, de alguma maneira se projetam na prática de gestão? O que significa ser "contra tudo isto que está aí" quando se têm em foco as práticas internas de gestão? Se existe este modo próprio de gerenciar, ele estaria sendo percebido pela "máquina"? Seria possível compará-lo com as práticas da gestão anterior? Para estas, entre outras questões, este trabalho, procura trazer respostas. A abordagem ao problema de pesquisa foi eminentemente quantitativa, tendo sido os dados coletados em uma amostra de servidores da Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2002. Os resultados da pesquisa sugerem que, se existe, o referido conjunto não é uma unanimidade entre os servidores. A pesquisa, ainda que focalizada, em certa medida espelha a situação atualmente enfrentada pelo PT à frente do Executivo Federal: não é possível “ser contra tudo isto que está aí”. Os dados levantados, no mínimo, recomendam maior cautela à classe política quando dirigir promessas ao eleitorado, tendo sido identificadas questões estruturais e institucionais que condicionam, quando não limitam, o ritmo e até mesmo a natureza das mudanças acenadas no palanque eleitoral. Por outro lado, neste caso específico, as mudanças e as diferenças, quando constatadas, foram consistentes com o discurso e as promessas do Partido.
id UFRGS-2_e203513ab358f282897f67752b747a87
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/19790
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Pinheiro, Ivan AntonioCosta, Ricardo Simm2010-04-16T09:11:37Z20041413-2311http://hdl.handle.net/10183/19790000415013Um dos traços mais marcantes na história recente da política brasileira é a ascensão do Partido dos Trabalhadores; crescimento, em parte, sustentado em promessas de promover mudanças. Se o ideário do Partido, calcado na justiça social, inclusão, participação, entre outros aspectos, assim como suas propostas de ordem mais abrangente são conhecidas, o mesmo não se pode afirmar quanto às suas práticas internas de gestão, a exemplo do relacionamento dos dirigentes com a estrutura administrativa representada pelo qua dro de servidores efetivos, permanentes. Neste escopo se incluem, entre outras, a valorização profissional do servidor público, o tratamento sempre à margem do posicionamento e engajamento partidário, pautado na igualdade e na transparência de critérios, os programas de qualificação, a maior participação no processo decisório, iniciativas em defesa do emprego (por ser contrário à privatização e à terceirização dos serviços), a redução das desigualdades salariais (através de reajustes por categorias ao invés dos reajustes lineares), todas, não raro, veiculadas como promessas em tempo de campanha. A questão que ora se levanta é: haveria um conjunto de práticas internas de gestão genuinamente identificadas com o PT, portanto diferentes de outras? É possível fugir dos cânones da burocracia, assim como da administração gerencial proposta no projeto de Reforma do Estado de Bresser Pereira? As divergências – Tendências -, de alguma maneira se projetam na prática de gestão? O que significa ser "contra tudo isto que está aí" quando se têm em foco as práticas internas de gestão? Se existe este modo próprio de gerenciar, ele estaria sendo percebido pela "máquina"? Seria possível compará-lo com as práticas da gestão anterior? Para estas, entre outras questões, este trabalho, procura trazer respostas. A abordagem ao problema de pesquisa foi eminentemente quantitativa, tendo sido os dados coletados em uma amostra de servidores da Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2002. Os resultados da pesquisa sugerem que, se existe, o referido conjunto não é uma unanimidade entre os servidores. A pesquisa, ainda que focalizada, em certa medida espelha a situação atualmente enfrentada pelo PT à frente do Executivo Federal: não é possível “ser contra tudo isto que está aí”. Os dados levantados, no mínimo, recomendam maior cautela à classe política quando dirigir promessas ao eleitorado, tendo sido identificadas questões estruturais e institucionais que condicionam, quando não limitam, o ritmo e até mesmo a natureza das mudanças acenadas no palanque eleitoral. Por outro lado, neste caso específico, as mudanças e as diferenças, quando constatadas, foram consistentes com o discurso e as promessas do Partido.application/pdfporREAd : revista eletrônica de administração. Porto Alegre. Edição 38, vol. 10, n. 2 (mar/abr 2004), documento eletrônicoPartido dos Trabalhadores (Brasil)Mudança organizacionalAdministração públicaGestão públicaMudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000415013.pdf000415013.pdfTexto completoapplication/pdf88692http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/19790/1/000415013.pdff2a525e13479b3b71a3de81f59959c8eMD51TEXT000415013.pdf.txt000415013.pdf.txtExtracted Texttext/plain53165http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/19790/2/000415013.pdf.txtcfd05d7539f91ebb1097c025bfb98ce0MD52THUMBNAIL000415013.pdf.jpg000415013.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1772http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/19790/3/000415013.pdf.jpg20b77ad4e0faca5ad4a110d15aad0f9fMD5310183/197902018-10-08 09:10:45.12oai:www.lume.ufrgs.br:10183/19790Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-08T12:10:45Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
title Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
spellingShingle Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
Pinheiro, Ivan Antonio
Partido dos Trabalhadores (Brasil)
Mudança organizacional
Administração pública
Gestão pública
title_short Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
title_full Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
title_fullStr Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
title_full_unstemmed Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
title_sort Mudanças nas estruturas e nos processos internos de gestão : o caso do Partido dos Trabalhadores no governo do Estado do Rio Grande do Sul
author Pinheiro, Ivan Antonio
author_facet Pinheiro, Ivan Antonio
Costa, Ricardo Simm
author_role author
author2 Costa, Ricardo Simm
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pinheiro, Ivan Antonio
Costa, Ricardo Simm
dc.subject.por.fl_str_mv Partido dos Trabalhadores (Brasil)
Mudança organizacional
Administração pública
Gestão pública
topic Partido dos Trabalhadores (Brasil)
Mudança organizacional
Administração pública
Gestão pública
description Um dos traços mais marcantes na história recente da política brasileira é a ascensão do Partido dos Trabalhadores; crescimento, em parte, sustentado em promessas de promover mudanças. Se o ideário do Partido, calcado na justiça social, inclusão, participação, entre outros aspectos, assim como suas propostas de ordem mais abrangente são conhecidas, o mesmo não se pode afirmar quanto às suas práticas internas de gestão, a exemplo do relacionamento dos dirigentes com a estrutura administrativa representada pelo qua dro de servidores efetivos, permanentes. Neste escopo se incluem, entre outras, a valorização profissional do servidor público, o tratamento sempre à margem do posicionamento e engajamento partidário, pautado na igualdade e na transparência de critérios, os programas de qualificação, a maior participação no processo decisório, iniciativas em defesa do emprego (por ser contrário à privatização e à terceirização dos serviços), a redução das desigualdades salariais (através de reajustes por categorias ao invés dos reajustes lineares), todas, não raro, veiculadas como promessas em tempo de campanha. A questão que ora se levanta é: haveria um conjunto de práticas internas de gestão genuinamente identificadas com o PT, portanto diferentes de outras? É possível fugir dos cânones da burocracia, assim como da administração gerencial proposta no projeto de Reforma do Estado de Bresser Pereira? As divergências – Tendências -, de alguma maneira se projetam na prática de gestão? O que significa ser "contra tudo isto que está aí" quando se têm em foco as práticas internas de gestão? Se existe este modo próprio de gerenciar, ele estaria sendo percebido pela "máquina"? Seria possível compará-lo com as práticas da gestão anterior? Para estas, entre outras questões, este trabalho, procura trazer respostas. A abordagem ao problema de pesquisa foi eminentemente quantitativa, tendo sido os dados coletados em uma amostra de servidores da Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2002. Os resultados da pesquisa sugerem que, se existe, o referido conjunto não é uma unanimidade entre os servidores. A pesquisa, ainda que focalizada, em certa medida espelha a situação atualmente enfrentada pelo PT à frente do Executivo Federal: não é possível “ser contra tudo isto que está aí”. Os dados levantados, no mínimo, recomendam maior cautela à classe política quando dirigir promessas ao eleitorado, tendo sido identificadas questões estruturais e institucionais que condicionam, quando não limitam, o ritmo e até mesmo a natureza das mudanças acenadas no palanque eleitoral. Por outro lado, neste caso específico, as mudanças e as diferenças, quando constatadas, foram consistentes com o discurso e as promessas do Partido.
publishDate 2004
dc.date.issued.fl_str_mv 2004
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2010-04-16T09:11:37Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/19790
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 1413-2311
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000415013
identifier_str_mv 1413-2311
000415013
url http://hdl.handle.net/10183/19790
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv REAd : revista eletrônica de administração. Porto Alegre. Edição 38, vol. 10, n. 2 (mar/abr 2004), documento eletrônico
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/19790/1/000415013.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/19790/2/000415013.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/19790/3/000415013.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv f2a525e13479b3b71a3de81f59959c8e
cfd05d7539f91ebb1097c025bfb98ce0
20b77ad4e0faca5ad4a110d15aad0f9f
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224703998689280