Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Fagner de Azevedo
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/245546
Resumo: O presente trabalho visa um exame da definição aristotélica de tempo. Uma vez que Aristóteles define o tempo como medida de mudança, cabe-nos explicar o por que isso é assim. Por um lado, a questão surge internamente, pois o próprio texto de Aristóteles sugere outras definições. Por outro lado, externamente essa definição conflita com a de outros autores. Assim, procura-se encontrar as razões que levaram Aristóteles a tomar esta definição como padrão. Primeiramente, enfrentaremos os problemas internos e, uma vez esclarecidas as razões e mantida a definição, usa-se esta como fio condutor através do qual investigaremos a noção de tempo de Santo Agostinho e de Sidney Shoemaker a fim de que o estudo dessas diferentes noções reforce o conjunto de razões para aceitarmos a definição aristotélica. Resulta desta investigação que quaisquer outras definições de tempo dentro do texto aristotélico surgem apenas secundariamente, como consequências da definição dada pelo autor e assim devem ser entendidas. Também que a mudança tem papel fundamental, e aquilo que Agostinho toma por reações causadas em nossa mente, não passa de uma mudança mental para Aristóteles. E embora Shoemaker pense que seja concebível tempo sem mudança, quebrando essa relação necessária, ele só consegue fazer isso apelando para uma definição aristotélica de tempo, que envolve mudança, durante todo seu argumento. A hipótese é que a mudança é a única coisa que funciona como um “marcador”, o restante só funciona assim depois de já estarmos inseridos em um mundo com seres, medidas, mudanças e repouso. Segundo a hipótese, tempo é medida de mudança porque esta é a única coisa que funciona como marcador, entender isso é também entender que há uma relação e entre mente e mudança. A medida, portanto o tempo, só existe enquanto há mudanças mensuráveis e mentes com capacidade de mensuração. A medida, portanto o tempo, só existe enquanto há mudanças mensuráveis e mentes com capacidade de mensuração. A medida só existe se a mudança pode ser medida por uma mente, e se a mente pode medir alguma mudança.
id UFRGS-2_e302e53dd7088c6a34dc15f5918a14e9
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/245546
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Nunes, Fagner de AzevedoZillig, Raphael2022-07-26T04:41:25Z2019http://hdl.handle.net/10183/245546001145999O presente trabalho visa um exame da definição aristotélica de tempo. Uma vez que Aristóteles define o tempo como medida de mudança, cabe-nos explicar o por que isso é assim. Por um lado, a questão surge internamente, pois o próprio texto de Aristóteles sugere outras definições. Por outro lado, externamente essa definição conflita com a de outros autores. Assim, procura-se encontrar as razões que levaram Aristóteles a tomar esta definição como padrão. Primeiramente, enfrentaremos os problemas internos e, uma vez esclarecidas as razões e mantida a definição, usa-se esta como fio condutor através do qual investigaremos a noção de tempo de Santo Agostinho e de Sidney Shoemaker a fim de que o estudo dessas diferentes noções reforce o conjunto de razões para aceitarmos a definição aristotélica. Resulta desta investigação que quaisquer outras definições de tempo dentro do texto aristotélico surgem apenas secundariamente, como consequências da definição dada pelo autor e assim devem ser entendidas. Também que a mudança tem papel fundamental, e aquilo que Agostinho toma por reações causadas em nossa mente, não passa de uma mudança mental para Aristóteles. E embora Shoemaker pense que seja concebível tempo sem mudança, quebrando essa relação necessária, ele só consegue fazer isso apelando para uma definição aristotélica de tempo, que envolve mudança, durante todo seu argumento. A hipótese é que a mudança é a única coisa que funciona como um “marcador”, o restante só funciona assim depois de já estarmos inseridos em um mundo com seres, medidas, mudanças e repouso. Segundo a hipótese, tempo é medida de mudança porque esta é a única coisa que funciona como marcador, entender isso é também entender que há uma relação e entre mente e mudança. A medida, portanto o tempo, só existe enquanto há mudanças mensuráveis e mentes com capacidade de mensuração. A medida, portanto o tempo, só existe enquanto há mudanças mensuráveis e mentes com capacidade de mensuração. A medida só existe se a mudança pode ser medida por uma mente, e se a mente pode medir alguma mudança.The present work aims at an examination of the Aristotelian definition of time. Aristotle defines time as a measure of change and it is our task to explain why it is so. On the one hand, this question arises from the text of Aristotle itself, as alternative definitions are suggested by him. On the other hand, this definition conflict with that of other authors. Thus we will try to find the reasons on the basis of which Aristotle took the measure of change to be the appropriate definiens for time. We will first discuss the problems that arise form Aristotle’s text itself and once these are solved, the retained definition will be used as a guiding line for the investigation of Augustine’s and Shoemakrer’s understandings of time. This broader discussion will eventually reinforce the reasons identified for accepting Aristotle’s definition. As a result, it will be shown that any other definition of time within the Aristotelian text is secondary and dependant upon the primary definition as a measure of change. The centrality of change for the understanding of time will also emerge from the discussion of Augustine’s and Shoemaker’s views. In fact, what Augustine takes as reactions caused in our minds will be shown to be understandable in terms of what Aristotle frames as mental changes. It will also be shown that Shoemaker’s suggestion that time can be conceived without change ultimately depends upon Aristotle’s definition of time. Our general hypothesis is that change is the only factor that is able to operate as a suitable “marker”, so that definitions of time that do not directly involve change will ultimately be shown to depend upon our existence in a world endowed with objects, measures, change and rest. According to this hypothesis, appropriately understanding the way in which change operates as a marker involves understanding a certain relation between mind and change. In fact, measurement of time exists only as long as there are measurable changes and minds that are able to measure them. Measure only exists inasmuch some changes are intrinsically measurable by minds and inasmuch minds are able to measure some changes.application/pdfporTempo (Filosofia)Mudança (Filosofia)Filosofia aristotélicaTimeMeasureChangeRestPor que Aristóteles define tempo como medida de mudança?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPorto Alegre, BR-RS2019Filosofia: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001145999.pdf.txt001145999.pdf.txtExtracted Texttext/plain78285http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/245546/2/001145999.pdf.txt5998a74840842cbfcc83af5df642b658MD52ORIGINAL001145999.pdfTexto completoapplication/pdf566807http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/245546/1/001145999.pdf2fc0863bc56e11be910f3cded48c952fMD5110183/2455462022-08-06 04:52:59.427024oai:www.lume.ufrgs.br:10183/245546Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-08-06T07:52:59Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
title Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
spellingShingle Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
Nunes, Fagner de Azevedo
Tempo (Filosofia)
Mudança (Filosofia)
Filosofia aristotélica
Time
Measure
Change
Rest
title_short Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
title_full Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
title_fullStr Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
title_full_unstemmed Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
title_sort Por que Aristóteles define tempo como medida de mudança?
author Nunes, Fagner de Azevedo
author_facet Nunes, Fagner de Azevedo
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Nunes, Fagner de Azevedo
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Zillig, Raphael
contributor_str_mv Zillig, Raphael
dc.subject.por.fl_str_mv Tempo (Filosofia)
Mudança (Filosofia)
Filosofia aristotélica
topic Tempo (Filosofia)
Mudança (Filosofia)
Filosofia aristotélica
Time
Measure
Change
Rest
dc.subject.eng.fl_str_mv Time
Measure
Change
Rest
description O presente trabalho visa um exame da definição aristotélica de tempo. Uma vez que Aristóteles define o tempo como medida de mudança, cabe-nos explicar o por que isso é assim. Por um lado, a questão surge internamente, pois o próprio texto de Aristóteles sugere outras definições. Por outro lado, externamente essa definição conflita com a de outros autores. Assim, procura-se encontrar as razões que levaram Aristóteles a tomar esta definição como padrão. Primeiramente, enfrentaremos os problemas internos e, uma vez esclarecidas as razões e mantida a definição, usa-se esta como fio condutor através do qual investigaremos a noção de tempo de Santo Agostinho e de Sidney Shoemaker a fim de que o estudo dessas diferentes noções reforce o conjunto de razões para aceitarmos a definição aristotélica. Resulta desta investigação que quaisquer outras definições de tempo dentro do texto aristotélico surgem apenas secundariamente, como consequências da definição dada pelo autor e assim devem ser entendidas. Também que a mudança tem papel fundamental, e aquilo que Agostinho toma por reações causadas em nossa mente, não passa de uma mudança mental para Aristóteles. E embora Shoemaker pense que seja concebível tempo sem mudança, quebrando essa relação necessária, ele só consegue fazer isso apelando para uma definição aristotélica de tempo, que envolve mudança, durante todo seu argumento. A hipótese é que a mudança é a única coisa que funciona como um “marcador”, o restante só funciona assim depois de já estarmos inseridos em um mundo com seres, medidas, mudanças e repouso. Segundo a hipótese, tempo é medida de mudança porque esta é a única coisa que funciona como marcador, entender isso é também entender que há uma relação e entre mente e mudança. A medida, portanto o tempo, só existe enquanto há mudanças mensuráveis e mentes com capacidade de mensuração. A medida, portanto o tempo, só existe enquanto há mudanças mensuráveis e mentes com capacidade de mensuração. A medida só existe se a mudança pode ser medida por uma mente, e se a mente pode medir alguma mudança.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-07-26T04:41:25Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/245546
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001145999
url http://hdl.handle.net/10183/245546
identifier_str_mv 001145999
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/245546/2/001145999.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/245546/1/001145999.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 5998a74840842cbfcc83af5df642b658
2fc0863bc56e11be910f3cded48c952f
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1815447317025652736