Política externa brasileira e posicionamento do Brasil no regime de mudanças climáticas : arranjo institucional nos governos Lula II e Bolsonaro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fabris, Francisco Silva
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/265269
Resumo: Este trabalho analisa os arranjos institucionais utilizados para implementar a política externa brasileira referente às mudanças climáticas nos governos Lula II (2007-2010) e Bolsonaro (2019-2022). A pesquisa tratou de responder a seguinte pergunta: por que os arranjos institucionais importam para o nível de sucesso de diferentes governos brasileiros na implementação de sua agenda internacional em um tema crítico como as mudanças climáticas? A resposta hipotética para essa pergunta supunha que quanto mais institucionalizado for o processo de implementação da política, maior o sucesso que cada governo obterá na consecução de seus objetivos internacionais. Ao comparar os governos Lula II e Bolsonaro, por meio da análise de documentos e discursos, bem como investigando aspectos organizacionais, verificou-se que no governo Lula II as preferências programáticas do governo brasileiro eram intensas a respeito das mudanças climáticas, apesar do peso do desenvolvimentismo no governo. O governo Lula II também caracterizou-se por uma maior horizontalização dos processos de decisão e implementação de política externa, tendo procurado robustecer o arranjo institucional, e amparou a participação do Brasil no regime de mudanças climáticas. Em contraste, no governo Bolsonaro, o caráter fortemente ideológico e a intensidade de preferências negacionistas das mudanças climáticas foram acompanhados por uma acentuada desorganização das instituições e capacidades de implementação de políticas ambientais e de política externa. Em conclusão, o governo Lula II conseguiu um maior protagonismo internacional no regime de mudanças climáticas porque contou com arranjo e implementação mais institucionalizados.
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