Estudo etnobiológico sobre a captura acidental de Pontoporia blainvillei (Gervais: D'Orbigny, 1844), Toninha, em comunidades pesqueiras no Litoral Norte do Rio Grande do Sul
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/107642 |
Resumo: | A pescaria com redes de emalhe é preocupante no mundo todo, por apresentar altas taxas de captura acidental de animais que não são de interesse da pesca. Esta captura acidental de espécies não-alvo é chamada de bycatch, e constitui a maior ameaça à sobrevivência da toninha, Pontoporia blainvillei (Gervais; D’Orbigny, 1844), a espécie de golfinho mais ameaçada na América do Sul. A intensa atividade pesqueira, somada ao fato de o Rio Grande do Sul ser uma importante área do habitat das toninhas, propicia a esta região uma elevada interação entre a pesca e este cetáceo. Estudos etnobiológicos dedicam-se a investigar o conhecimento ecológico local (CEL), mantido por comunidades que utilizam e manejam ecossistemas naturais. O presente trabalho consiste em um estudo etnobiológico com pescadores artesanais, sobre a captura acidental de toninhas no Litoral Norte do Rio Grande do Sul (LNRS). O objetivo do trabalho foi descrever a interação existente entre a pesca costeira artesanal de pequena e média escala que ocorre no sul do Brasil com a toninha, com base na percepção de pescadores locais. Para tanto, foram realizadas entrevistas com pescadores da frota de média escala, bem como da pesca de bote e pesca de cabo, nas comunidades de Passo de Torres (SC) e Torres (n=47), Capão da Canoa (n=3), Imbé e Tramandaí (n=8) (RS). Este estudo atende a uma recomendação de ação para a conservação da toninha, contida no Plano de Ação Nacional para a Conservação do Pequeno Cetáceo Toninha. A maioria dos pescadores entrevistados já capturou toninhas acidentalmente no RS ao menos uma vez na vida. A época na qual ocorrem a maioria das capturas é a estação quente (verão). A profundidade até 30 metros é onde ocorre a maior parte das capturas acidentais de toninhas, segundo os pescadores. A média de toninhas capturadas relatada pelos entrevistados ao longo de todo o seu tempo de pesca foi de 56,8 indivíduos, e a média do maior número de toninhas capturadas em um único dia de pesca foi de 3,75 indivíduos. Estes são números expressivos de captura acidental, o que indica a necessidade de um plano de manejo. A maioria dos pescadores entrevistados acredita que as toninhas estão ameaçadas de extinção, sendo que o principal motivo citado foi a captura acidental. Os dados obtidos a partir deste estudo com os pescadores podem ser úteis para realizar novas estimativas desta mortalidade por captura acidental da toninha, bem como fornecer dados que poderão contribuir para futuras ações de manejo que considerem a realidade da pesca artesanal. |
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Castilhos, Greta Gastaldo deSilvano, Renato Azevedo Matias2014-12-02T02:20:56Z2014http://hdl.handle.net/10183/107642000933817A pescaria com redes de emalhe é preocupante no mundo todo, por apresentar altas taxas de captura acidental de animais que não são de interesse da pesca. Esta captura acidental de espécies não-alvo é chamada de bycatch, e constitui a maior ameaça à sobrevivência da toninha, Pontoporia blainvillei (Gervais; D’Orbigny, 1844), a espécie de golfinho mais ameaçada na América do Sul. A intensa atividade pesqueira, somada ao fato de o Rio Grande do Sul ser uma importante área do habitat das toninhas, propicia a esta região uma elevada interação entre a pesca e este cetáceo. Estudos etnobiológicos dedicam-se a investigar o conhecimento ecológico local (CEL), mantido por comunidades que utilizam e manejam ecossistemas naturais. O presente trabalho consiste em um estudo etnobiológico com pescadores artesanais, sobre a captura acidental de toninhas no Litoral Norte do Rio Grande do Sul (LNRS). O objetivo do trabalho foi descrever a interação existente entre a pesca costeira artesanal de pequena e média escala que ocorre no sul do Brasil com a toninha, com base na percepção de pescadores locais. Para tanto, foram realizadas entrevistas com pescadores da frota de média escala, bem como da pesca de bote e pesca de cabo, nas comunidades de Passo de Torres (SC) e Torres (n=47), Capão da Canoa (n=3), Imbé e Tramandaí (n=8) (RS). Este estudo atende a uma recomendação de ação para a conservação da toninha, contida no Plano de Ação Nacional para a Conservação do Pequeno Cetáceo Toninha. A maioria dos pescadores entrevistados já capturou toninhas acidentalmente no RS ao menos uma vez na vida. A época na qual ocorrem a maioria das capturas é a estação quente (verão). A profundidade até 30 metros é onde ocorre a maior parte das capturas acidentais de toninhas, segundo os pescadores. A média de toninhas capturadas relatada pelos entrevistados ao longo de todo o seu tempo de pesca foi de 56,8 indivíduos, e a média do maior número de toninhas capturadas em um único dia de pesca foi de 3,75 indivíduos. Estes são números expressivos de captura acidental, o que indica a necessidade de um plano de manejo. A maioria dos pescadores entrevistados acredita que as toninhas estão ameaçadas de extinção, sendo que o principal motivo citado foi a captura acidental. Os dados obtidos a partir deste estudo com os pescadores podem ser úteis para realizar novas estimativas desta mortalidade por captura acidental da toninha, bem como fornecer dados que poderão contribuir para futuras ações de manejo que considerem a realidade da pesca artesanal.Gillnet fishing raises concerns worldwide, because it presents high rates of accidental capture of animals that are of no interest for fisheries. This accidental capture of non-target species is called bycatch and it consists in the main threat to the survival of the La Plata dolphin, Pontoporia blainvillei (Gervais; D’Orbigny, 1844), the most threatened dolphin species in South America. The intense fishing activity, added to the fact that there is an important area of the La Plata dolphin habitat, makes the coastal region of the Rio Grande do Sul state an area of high interaction between fisheries and this cetacean. Ethnobiological studies dedicate to investigate the local ecological knowledge (LEK), maintained by communities that utilize and manage natural ecosystems. This research is an ethnobiological study with artisanal fishers about the accidental capture of La Plata dolphins in the north coast of the Rio Grande do Sul state. It aimed to describe the existing interaction between small and medium scale coastal artisanal fishers and this dolphin in the southern Brazilian coast, based on perceptions and LEK of local fishers. For that purpose, interviews were conducted with medium-scale fleet, boat and cable fishermen, in the communities of Passo de Torres (SC) and Torres (n= 47), Capão da Canoa (n= 3), Imbé and Tramandaí (n= 8) (RS). This study addresses a recommendation of action for the conservancy of the La Plata dolphin, within the “Plano Nacional para a Conservação do Pequeno Cetáceo Toninha”. Most of the interviewed fishermen have accidentally captured individuals of the La Plata dolphin in RS at least once in their lives. The time of the year in which most captures occur was the warm season (summer). According to the interviewed fishers, most accidental captures of these dolphins occur in depths up to 30 meters. The average number of captured dolphins mentioned by the interviewed fishermen during their lifetime was 56.8 individuals, and the average number of the highest capture of dolphin in a single day was 3.75 individuals. These can be considered high capture rates, which indicate the need for a management plan. Most of the interviewed fishers believe that the La Plata dolphins are endangered of extinction and the most cited reason was related to accidental capture. The data obtained from this study with fishers can be useful to make new estimates of mortality by accidental capture of the La Plata dolphin, besides being an important source of data that can contribute for future management actions.application/pdfporEtnobiologiaOdontoceti : Golfinhos : Pontoporia blainvilleiPesca : Captura incidentalRio Grande do Sul, Litoral norteEthnobiologyFisheries managementConservation of aquatic mammalsArtisanal fishersCetaceansGillnetsSouthern brazilian coastEstudo etnobiológico sobre a captura acidental de Pontoporia blainvillei (Gervais: D'Orbigny, 1844), Toninha, em comunidades pesqueiras no Litoral Norte do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPorto Alegre, BR-RS2014Ciências Biológicas: Ênfase em Biologia Marinha e Costeira: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000933817.pdf000933817.pdfTexto completoapplication/pdf845489http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/107642/1/000933817.pdfe154654e614d7bb72349785a0c64fdccMD51TEXT000933817.pdf.txt000933817.pdf.txtExtracted Texttext/plain89638http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/107642/2/000933817.pdf.txt63231b391c41436980670a704aa859d6MD52THUMBNAIL000933817.pdf.jpg000933817.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1102http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/107642/3/000933817.pdf.jpg5b1ebda0a9f395f450b54514baab3672MD5310183/1076422022-09-24 04:59:11.411788oai:www.lume.ufrgs.br:10183/107642Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-09-24T07:59:11Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A pescaria com redes de emalhe é preocupante no mundo todo, por apresentar altas taxas de captura acidental de animais que não são de interesse da pesca. Esta captura acidental de espécies não-alvo é chamada de bycatch, e constitui a maior ameaça à sobrevivência da toninha, Pontoporia blainvillei (Gervais; D’Orbigny, 1844), a espécie de golfinho mais ameaçada na América do Sul. A intensa atividade pesqueira, somada ao fato de o Rio Grande do Sul ser uma importante área do habitat das toninhas, propicia a esta região uma elevada interação entre a pesca e este cetáceo. Estudos etnobiológicos dedicam-se a investigar o conhecimento ecológico local (CEL), mantido por comunidades que utilizam e manejam ecossistemas naturais. O presente trabalho consiste em um estudo etnobiológico com pescadores artesanais, sobre a captura acidental de toninhas no Litoral Norte do Rio Grande do Sul (LNRS). O objetivo do trabalho foi descrever a interação existente entre a pesca costeira artesanal de pequena e média escala que ocorre no sul do Brasil com a toninha, com base na percepção de pescadores locais. Para tanto, foram realizadas entrevistas com pescadores da frota de média escala, bem como da pesca de bote e pesca de cabo, nas comunidades de Passo de Torres (SC) e Torres (n=47), Capão da Canoa (n=3), Imbé e Tramandaí (n=8) (RS). Este estudo atende a uma recomendação de ação para a conservação da toninha, contida no Plano de Ação Nacional para a Conservação do Pequeno Cetáceo Toninha. A maioria dos pescadores entrevistados já capturou toninhas acidentalmente no RS ao menos uma vez na vida. A época na qual ocorrem a maioria das capturas é a estação quente (verão). A profundidade até 30 metros é onde ocorre a maior parte das capturas acidentais de toninhas, segundo os pescadores. A média de toninhas capturadas relatada pelos entrevistados ao longo de todo o seu tempo de pesca foi de 56,8 indivíduos, e a média do maior número de toninhas capturadas em um único dia de pesca foi de 3,75 indivíduos. Estes são números expressivos de captura acidental, o que indica a necessidade de um plano de manejo. A maioria dos pescadores entrevistados acredita que as toninhas estão ameaçadas de extinção, sendo que o principal motivo citado foi a captura acidental. Os dados obtidos a partir deste estudo com os pescadores podem ser úteis para realizar novas estimativas desta mortalidade por captura acidental da toninha, bem como fornecer dados que poderão contribuir para futuras ações de manejo que considerem a realidade da pesca artesanal. |
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