'Filho/a perfeita/a (…) é resultado de muito trabalho corporal da mãe'
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/218312 |
Resumo: | O presente artigo é parte de uma pesquisa inspirada nos campos dos Estudos de Gênero. Nele discutimos a emergência de uma lógica, segundo a qual a educação dos corpos maternos se intensifica, introduzindo uma nova “economia dos corpos”, na qual as disciplinas, as eficácias dos saberes densos e constritos passam a ser alvo de investimentos, pela racionalidade e controle dos profissionais da saúde. Assim, as pedagogias midiáticas assumem um papel central nesse movimento moral de educação dos corpos das mulheres-gestantes no Brasil. Tem-se definido esse processo educativo contemporâneo mais amplo como “politização do feminino e da maternidade” (MEYER, 2003a). Para realizar essa discussão, examinamos a revista Pais e Filhos, no período de 1968 a 2004, utilizando estratégias metodológicas da análise de discurso. Das análises que resultaram dessa investigação focalizamos, aqui, um movimento que permite visualizar posições maternas, dentre elas a de um corpo “desassossegado”, por conta do aperfeiçoamento e da otimização da saúde mediante autovigilância. No concernente à saúde, trata-se agora de desenvolver uma saúde, mais forte, autoaperfeiçoada, alerta, firme e mais audaz; quanto à estética, trata-se de dar provas de “boa” auto-observância e de otimização de um corpo enxuto, compacto e firme, sem excesso de gorduras, sem rasuras (fissuras) musculares. |
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