Aprendizados adicionais aceleram a reorganização de memórias aversivas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/31114 |
Resumo: | Introdução e objetivo: Após os períodos iniciais de aquisição e consolidação, as memórias passam por um lento processo de reorganização conhecido como consolidação sistêmica. O hipocampo é apenas necessário para a evocação da memória da tarefa de Esquiva Inibitória (EI) até cerca de 30 dias pós-treino - após isso a evocação se torna independente do hipocampo e dependente de estruturas corticais. O objetivo deste estudo foi avaliar se aprendizados adicionais aceleram o processo de reorganização da memória e a sua independência do hipocampo. Métodos: 50 ratos Wistar machos foram treinados na tarefa de EI (2 choques de 0,7 mA/2s), e divididos em dois grupos, Multitarefas (MT) e Sem Multitarefas (SMT). A canulação estereotáxica bilateral no hipocampo foi feita 5 dias antes do teste, que ocorreu 20 dias após o treino. Durante o intervalo entre o treino e o teste da EI, apenas os animais do grupo MT foram submetidos às tarefas adicionais de Reconhecimento de Objetos e Labirinto Aquático de Morris. Em ambos os grupos, os animais foram infundidos com TFS (tampão fosfato-salina) ou muscimol 1ug/lado 20 min. pré-teste. Resultados: Os tempos de latência (medida de memória) dos ratos do grupo SMT tratados com TFS foram significativamente superiores no teste em relação ao treino (N = 10; p = 0,01 - Teste de Wilcoxon), indicando que os ratos aprenderam com sucesso a tarefa, mas nos animais do grupo SMT tratados com muscimol não houve diferença entre treino e teste (N = 7; p = 0,8 - Teste de Wilcoxon), indicando um efeito amnésico da droga. Já no grupo MT, os ratos tratados tanto com veículo quanto com Muscimol apresentaram tempo de latência no teste significativamente superior ao treino (N = 25 e N = 17; p = 0,001 e p = 0,002, respectivamente – Teste de Wilcoxon). Análise das latências do teste por Kruskal-Wallis revelou diferença significativa entre grupos (p=0,02). Comparações individuais por Mann-Whitney entre todos os grupos revelaram diferença significativa entre o grupo SMT tratado com muscimol com os grupos SMT tratado com TFS (p=0,001), MT tratado com TFS (p=0,002) e MT tratado com muscimol (p=0,003). Conclusão: O muscimol intrahipocampal foi amnésico na evocação da memória de EI 20 dias pós-treino apenas nos animais que não passaram pelo protocolo MT, o que sugere que os aprendizados adicionais de alguma forma aceleraram o processo de reorganização da memória, fazendo com que seu traço original se torne independente do hipocampo mais rapidamente. |
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