Laboratório de química : de caixa-preta à teoria ator-rede
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/234714 |
Resumo: | A construção da ciência e do conhecimento científico, bem como a identidade científica perpassa por muitos espaços e campos heterogêneos, imbuídos em práticas discursivas e não discursivas, a formação do sujeito-professor-pesquisador inicia desde a escolarização básica, passando por narrativas cotidianas, como as midiáticas, até sua inserção no ambiente universitário específico. Neste ethos, o aspirante a cientista precisa vivenciar rituais de passagem, nas quais ele será agenciado, normatizado e arregimentado a compor a comunidade científica. A necessidade de formação de uma comunidade (ou especificamente um coletivo), decorre das relações sociais contemporâneas, bem como os medos e inseguranças da condição pós-moderna (ou da modernidade líquida como proposto por Zygmunt Bauman). Como explicita Michael Foucault, existem práticas e relações de poder que agenciam e normalizam os indivíduos, exercendo controle, e após, ou ao mesmo tempo, estes indivíduos são aliciados e alistados na perspectiva de alcançar a posição e status social, no caso, o profissional químico. Neste viés, nos aproximamos da Teoria Ator-Rede do filósofo e sociólogo da ciência Bruno Latour, que nos permite refletir sobre as práticas (não)(pós) modernas nas ciências. Neste contexto, identificamos o Laboratório Químico como um ator, capaz de agenciar humanos e não humanos, bem como os híbridos, por meio de conexões heterogêneas, formando redes. Nestes espaços acadêmicos, repletos de práticas de mediação e purificação, ao percorrermos o fluxo sanguíneo da ciência, observamos quais são os desdobramentos da ciência e o modo como os construtores de fatos contribuem para a Educação em Química, bem como se constituí a identidade científica. Nossa análise se pautou em entrevistas e questionários com os docentes universitários, denominados professores-pesquisadores, do Instituto de Química, das quais se identificou que há arregimentações e também falhas nos fluxos dessas redes, promovendo desconexão entre a ciência de ponta produzida em laboratório com a ciência desenvolvida na sala de aula, no período de graduação. Interpelados pelo olhar foucaultiano, os discursos possuem seus próprios controles, como os comentários, evidenciados na hereditariedade e na produção cultural que perpassa verticalmente do docente ao estudante e, além disso, os controles também ocorrem no conhecimento advindo das disciplinas e metodologias retrógradas e não contemplativas de todo o macro espectro de técnicas e tecnologias criadas dentro do Instituto de Química. As teorias latourianas aliadas à análise foucaultiana, nos ajudaram a evidenciar as translações, bem como as relações e os procedimentos de controle discursivo dentro do Instituto e o modo como (não) refletem do laboratório à sala de aula, limitando a Educação Química e a formação da identidade científica. |
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Candido, Jorge Goulart deLoguercio, Rochele de Quadros2022-02-01T04:29:20Z2019http://hdl.handle.net/10183/234714001104010A construção da ciência e do conhecimento científico, bem como a identidade científica perpassa por muitos espaços e campos heterogêneos, imbuídos em práticas discursivas e não discursivas, a formação do sujeito-professor-pesquisador inicia desde a escolarização básica, passando por narrativas cotidianas, como as midiáticas, até sua inserção no ambiente universitário específico. Neste ethos, o aspirante a cientista precisa vivenciar rituais de passagem, nas quais ele será agenciado, normatizado e arregimentado a compor a comunidade científica. A necessidade de formação de uma comunidade (ou especificamente um coletivo), decorre das relações sociais contemporâneas, bem como os medos e inseguranças da condição pós-moderna (ou da modernidade líquida como proposto por Zygmunt Bauman). Como explicita Michael Foucault, existem práticas e relações de poder que agenciam e normalizam os indivíduos, exercendo controle, e após, ou ao mesmo tempo, estes indivíduos são aliciados e alistados na perspectiva de alcançar a posição e status social, no caso, o profissional químico. Neste viés, nos aproximamos da Teoria Ator-Rede do filósofo e sociólogo da ciência Bruno Latour, que nos permite refletir sobre as práticas (não)(pós) modernas nas ciências. Neste contexto, identificamos o Laboratório Químico como um ator, capaz de agenciar humanos e não humanos, bem como os híbridos, por meio de conexões heterogêneas, formando redes. Nestes espaços acadêmicos, repletos de práticas de mediação e purificação, ao percorrermos o fluxo sanguíneo da ciência, observamos quais são os desdobramentos da ciência e o modo como os construtores de fatos contribuem para a Educação em Química, bem como se constituí a identidade científica. Nossa análise se pautou em entrevistas e questionários com os docentes universitários, denominados professores-pesquisadores, do Instituto de Química, das quais se identificou que há arregimentações e também falhas nos fluxos dessas redes, promovendo desconexão entre a ciência de ponta produzida em laboratório com a ciência desenvolvida na sala de aula, no período de graduação. Interpelados pelo olhar foucaultiano, os discursos possuem seus próprios controles, como os comentários, evidenciados na hereditariedade e na produção cultural que perpassa verticalmente do docente ao estudante e, além disso, os controles também ocorrem no conhecimento advindo das disciplinas e metodologias retrógradas e não contemplativas de todo o macro espectro de técnicas e tecnologias criadas dentro do Instituto de Química. As teorias latourianas aliadas à análise foucaultiana, nos ajudaram a evidenciar as translações, bem como as relações e os procedimentos de controle discursivo dentro do Instituto e o modo como (não) refletem do laboratório à sala de aula, limitando a Educação Química e a formação da identidade científica.The construction of science and scientific knowledge as well as scientific identity permeates many spaces and heterogeneous fields, imbued with discursive and non-discursive practices, the formation of the subject-teacher-researcher starts from primary education, through quotidian narratives, as the mediated, until its insertion in the specific university environment. In this ethos, the aspiring scientist must experience rites of passage, in which he will be agencyed, normalized and regimented to compose the scientific community. The need to form a community (or specifically a collective) stems from contemporary social relations, as well as the fears and insecurities of the postmodern condition (or liquid modernity as proposed by Zygmunt Bauman). As Michael Foucault makes explicit, there are practices and power relations that agency and normalize individuals, exercising control, and after, or at the same time, these individuals are attracted and enrolled in the perspective of achieving social degree and social status, in this case, the professional chemist. In this bias, we approach the Actor-Network Theory of the philosopher and sociologist of science Bruno Latour, which allows us to reflect on (non)(post) modern practices in the sciences. In this context, we identified the Chemical Laboratory as an actor, capable of agency human and nonhuman, as well as hybrids, through heterogeneous connections, creating networks. In these academic spaces, filled with practices of mediation and purification, as we traverse the science’s blood flow, we observe the unfolding of science and the mode how the fact-builder contribute to Chemical Education, as well as scientific identity. Our analysis was based on interviews and questionnaires with the professors, called professors-researchers, of the Institute of Chemistry, which identified that there are regiments and also flaws in the fluxes of these networks, promoting disconnection between the leading science produced in the laboratory with the developed in the classroom, during the graduation period. Interpellated by the Foucauldian view, the discourses have their own controls, such as the commentaries, evidenced in the hereditary and the cultural production that vertically passes from the teacher to the student and, in addition, the controls also occur in the knowledge coming from the disciplines and retrograde methodologies and non-contemplative of the entire macro spectrum of techniques and technologies created within the Institute of Chemistry. The Latin American theories associated with the Foucaultian analysis helped us to evidence the translations, as well as the relations and procedures of discursive control within the Institute and how they (not) reflect the laboratory to the classroom, limiting Chemical Education and the construction of scientific identity.application/pdfporModernidadeTeoria ator-redeFilosofia da ciênciaSociologia da ciênciaEnsino de quimicaModernismActor-network theoryPhilosophy of scienceSociology of scienceChemical educationLaboratório de química : de caixa-preta à teoria ator-redeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de QuímicaPorto Alegre, BR-RS2019Química: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001104010.pdf.txt001104010.pdf.txtExtracted Texttext/plain166178http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234714/2/001104010.pdf.txtc4f44ec79d78d9dd1ee842259eee686fMD52ORIGINAL001104010.pdfTexto completoapplication/pdf1463968http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234714/1/001104010.pdf3f48a0a1be2dff3ce7cc7d5880f97accMD5110183/2347142022-02-22 05:09:02.855122oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234714Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-02-22T08:09:02Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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