A palmada na relação pais e filhos sob a ótica de acadêmicos de enfermagem
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/178782 |
Resumo: | Introdução: O uso da palmada contra a criança tem-se mostrado como prática frequente e aprovada socialmente. A Lei da Não Palmada (13.010/14) foi aprovada em 27 de junho de 2014 e levantou questionamentos sobre a atuação do enfermeiro frente a tais casos. Os profissionais de saúde não trabalhavam na prevenção, detecção e também não atuavam nas situações de violência como sendo problema de saúde. A importância da intervenção do enfermeiro não se restringe somente à identificação da violência, mas também se volta para a identificação das famílias com maior risco para desenvolver o fenômeno. Objetivo: O estudo objetiva conhecer o significado do uso da palmada na relação pais e filhos sob a ótica dos acadêmicos de enfermagem de uma Universidade Pública. Método: O estudo é de natureza qualitativa do tipo exploratório descritivo, e foi desenvolvido em uma Universidade Pública no decorrer do semestre 2017/1. A amostra do estudo foi composta pelos primeiros 20 acadêmicos de enfermagem matriculados em uma disciplina de Cuidado em Enfermagem à Criança e Adolescente, escolhidos de forma intencional. A coleta de dados se deu através de entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas, realizadas pela autora em dois momentos no decorrer da disciplina: a primeira no início do semestre e a segunda ao final das atividades do semestre. A análise das informações ocorreu de acordo com a temática de Minayo, a qual consiste em três passos: ordenação dos dados, que é composto da transcrição das gravações, releitura e organização; classificação dos dados, onde foi realizada a leitura das entrevistas identificando a relevância, as ideias centrais bem como pontos convergentes e divergentes; análise final, articulação dos dados com o referencial teórico e o objetivo do trabalho O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e seguiu as recomendações das Normas de Pesquisa em Saúde. Resultados: Dos entrevistados, 92.8% eram do sexo feminino e 92.8% não possuíam filhos. A idade dos alunos variou entre 20 e 35 anos. Em uma análise do significado da palmada na relação pais e filhos, ela foi identificada por todos alunos entrevistados como um tipo de violência praticada; 42,8% dos alunos nunca receberam a palmada como punição física, tais relatos corroboram com o fato de 100% dos alunos identificarem a palmada como violência. Alguns depoimentos justificam o uso desse método como utilizado de forma educativa. Evidenciou-se também que a academia não forma profissionais preparados para manejar cuidados a crianças vítimas de violência, pois foram relatados por grande parte dos acadêmicos a falta de subsídios e o desconhecimento de recursos. É visto, a partir das vivências, que o cuidar de uma criança vítima de violência causava receio nos alunos, pois os alunos sentiam-se parcialmente preparados para atuar como futuros enfermeiros Porém, alguns relatos evidenciam que alguns alunos acreditavam saber atuar somente com subsídios teóricos passados em aula. Conclusão: Foi constatado no estudo o significado da palmada na relação pais e filhos como uma violência praticada contra crianças e adolescentes. Vê-se também que a disciplina de Cuidado em Enfermagem à Criança e Adolescente de uma Universidade Pública traz o tema violência em aula estipulada, porém, apesar de presente no cronograma, o tema palmada é passado de forma sucinta. Foi constatado também que os acadêmicos de enfermagem conheciam as consequências do uso da palmada na vida das crianças, mas essas consequências foram apresentadas de forma generalista como consequências de uma violência em geral. Portanto, é necessária melhor capacitação dos acadêmicos sobre os recursos e subsídios utilizados pelos enfermeiros para uma devida atuação nos casos de violência e do uso da palmada. |
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Bartz, Tassiane MarquesAlgeri, Simone2018-05-25T11:11:25Z2017http://hdl.handle.net/10183/178782001063373Introdução: O uso da palmada contra a criança tem-se mostrado como prática frequente e aprovada socialmente. A Lei da Não Palmada (13.010/14) foi aprovada em 27 de junho de 2014 e levantou questionamentos sobre a atuação do enfermeiro frente a tais casos. Os profissionais de saúde não trabalhavam na prevenção, detecção e também não atuavam nas situações de violência como sendo problema de saúde. A importância da intervenção do enfermeiro não se restringe somente à identificação da violência, mas também se volta para a identificação das famílias com maior risco para desenvolver o fenômeno. Objetivo: O estudo objetiva conhecer o significado do uso da palmada na relação pais e filhos sob a ótica dos acadêmicos de enfermagem de uma Universidade Pública. Método: O estudo é de natureza qualitativa do tipo exploratório descritivo, e foi desenvolvido em uma Universidade Pública no decorrer do semestre 2017/1. A amostra do estudo foi composta pelos primeiros 20 acadêmicos de enfermagem matriculados em uma disciplina de Cuidado em Enfermagem à Criança e Adolescente, escolhidos de forma intencional. A coleta de dados se deu através de entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas, realizadas pela autora em dois momentos no decorrer da disciplina: a primeira no início do semestre e a segunda ao final das atividades do semestre. A análise das informações ocorreu de acordo com a temática de Minayo, a qual consiste em três passos: ordenação dos dados, que é composto da transcrição das gravações, releitura e organização; classificação dos dados, onde foi realizada a leitura das entrevistas identificando a relevância, as ideias centrais bem como pontos convergentes e divergentes; análise final, articulação dos dados com o referencial teórico e o objetivo do trabalho O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e seguiu as recomendações das Normas de Pesquisa em Saúde. Resultados: Dos entrevistados, 92.8% eram do sexo feminino e 92.8% não possuíam filhos. A idade dos alunos variou entre 20 e 35 anos. Em uma análise do significado da palmada na relação pais e filhos, ela foi identificada por todos alunos entrevistados como um tipo de violência praticada; 42,8% dos alunos nunca receberam a palmada como punição física, tais relatos corroboram com o fato de 100% dos alunos identificarem a palmada como violência. Alguns depoimentos justificam o uso desse método como utilizado de forma educativa. Evidenciou-se também que a academia não forma profissionais preparados para manejar cuidados a crianças vítimas de violência, pois foram relatados por grande parte dos acadêmicos a falta de subsídios e o desconhecimento de recursos. É visto, a partir das vivências, que o cuidar de uma criança vítima de violência causava receio nos alunos, pois os alunos sentiam-se parcialmente preparados para atuar como futuros enfermeiros Porém, alguns relatos evidenciam que alguns alunos acreditavam saber atuar somente com subsídios teóricos passados em aula. Conclusão: Foi constatado no estudo o significado da palmada na relação pais e filhos como uma violência praticada contra crianças e adolescentes. Vê-se também que a disciplina de Cuidado em Enfermagem à Criança e Adolescente de uma Universidade Pública traz o tema violência em aula estipulada, porém, apesar de presente no cronograma, o tema palmada é passado de forma sucinta. Foi constatado também que os acadêmicos de enfermagem conheciam as consequências do uso da palmada na vida das crianças, mas essas consequências foram apresentadas de forma generalista como consequências de uma violência em geral. Portanto, é necessária melhor capacitação dos acadêmicos sobre os recursos e subsídios utilizados pelos enfermeiros para uma devida atuação nos casos de violência e do uso da palmada.application/pdfporCriançaRelações pais-filhoPunição : CriançaViolência domésticaA palmada na relação pais e filhos sob a ótica de acadêmicos de enfermageminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2017Enfermagemgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001063373.pdf.txt001063373.pdf.txtExtracted Texttext/plain122272http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178782/2/001063373.pdf.txt09837a44bce0533b560546f1175c2ed8MD52ORIGINAL001063373.pdfTexto completoapplication/pdf1233455http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178782/1/001063373.pdf0410f1bc9db7c6a6447741141242079aMD5110183/1787822021-03-09 04:46:08.332534oai:www.lume.ufrgs.br:10183/178782Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-03-09T07:46:08Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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