A conquista da autonomia através dos mercados : como pequenos agricultores mudaram sua forma de produzir e comercializar a produção em Ipê (RS)
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Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/188593 |
Resumo: | Este artigo foi elaborado a partir de um estudo comparativo entre famílias de agricultores ecologistas e famílias não ecologistas do município de Ipê/RS, município que se destaca no Sul do Brasil no que se refere à produção com base nos princípios da agroecologia. A partir de um referencial teórico que destaca a capacidade de os agricultores agirem socialmente e mediarem o estabelecimento de relações capitalistas no campo, mostramos que a construção de autonomia social na agricultura depende não somente da propriedade dos dois principais meios de produção (terra e trabalho), mas também da construção de relações menos dependentes e subjugadas no universo dos mercados. Comparando relações entre unidades de produção e mercados, foi possível identificar, em ambos os grupos (ecologistas e não ecologistas), a presença de estratégias de distanciamento dos mercados de insumos para a agricultura, do mercado financeiro e do mercado de alimentos, sendo que no grupo de ecologistas o afastamento destes mercados foi mais significativo. Também identificamos que os ecologistas têm sido mais proativos em construir canais de comercialização, reduzindo a intermediação e aumentando a capacidade de gerenciamento das famílias sobre preços e condições de pagamento dos seus produtos. Juntos, o afastamento dos mercados de insumos e a construção de novos canais de comercialização possibilitaram aos ecologistas uma melhoria significativa nos rendimentos familiares, nos investimentos e na diversificação das unidades produtivas. Os resultados parecem indicar que na agricultura familiar a busca de autonomia social não requer necessariamente uma recusa pelos mercados, mas pode ser construída a partir de novas e estratégicas relações com estes, tais como o afastamento do mercado de insumos e o domínio dos canais de venda de produtos. |
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Oliveira, DanielaSilva, Marcelo KunrathSchneider, Sergio2019-02-08T02:32:38Z20101414-7378http://hdl.handle.net/10183/188593000826548Este artigo foi elaborado a partir de um estudo comparativo entre famílias de agricultores ecologistas e famílias não ecologistas do município de Ipê/RS, município que se destaca no Sul do Brasil no que se refere à produção com base nos princípios da agroecologia. A partir de um referencial teórico que destaca a capacidade de os agricultores agirem socialmente e mediarem o estabelecimento de relações capitalistas no campo, mostramos que a construção de autonomia social na agricultura depende não somente da propriedade dos dois principais meios de produção (terra e trabalho), mas também da construção de relações menos dependentes e subjugadas no universo dos mercados. Comparando relações entre unidades de produção e mercados, foi possível identificar, em ambos os grupos (ecologistas e não ecologistas), a presença de estratégias de distanciamento dos mercados de insumos para a agricultura, do mercado financeiro e do mercado de alimentos, sendo que no grupo de ecologistas o afastamento destes mercados foi mais significativo. Também identificamos que os ecologistas têm sido mais proativos em construir canais de comercialização, reduzindo a intermediação e aumentando a capacidade de gerenciamento das famílias sobre preços e condições de pagamento dos seus produtos. Juntos, o afastamento dos mercados de insumos e a construção de novos canais de comercialização possibilitaram aos ecologistas uma melhoria significativa nos rendimentos familiares, nos investimentos e na diversificação das unidades produtivas. Os resultados parecem indicar que na agricultura familiar a busca de autonomia social não requer necessariamente uma recusa pelos mercados, mas pode ser construída a partir de novas e estratégicas relações com estes, tais como o afastamento do mercado de insumos e o domínio dos canais de venda de produtos.This article was drawn from a comparative study of farm families ecologists and environmentalists families not in the municipality of Ipe/RS, the municipality which stands in southern Brazil in relation to production based on the principles of agroecology. From a theoretical framework that highlights the ability of farmers to act socially and mediate the establishment of capitalist relations in the field, we show that the construction of social autonomy in agriculture depends not only ownership of the two main means of production (land and labor) but also building relationships and less dependent on world markets subdued. Comparing relationships between production units and markets could be identified in both groups (ecologists and environmentalists do not), the presence of distancing strategies of markets for agricultural inputs, financial market and food market, while in group Ecologists removal of these markets was more significant. We also found that the ecologists have been more proactive in building sales channels, reducing the intermediation and increasing the manageability of families on price and payment conditions of their products. Together the removal of input markets and building new sales channels enabled ecologists to a significant improvement in family income, investment and diversification of productive units. The results seem to indicate that the family farm in search of social autonomy does not necessarily require a refusal by the markets, but that can be built from new and strategic relations with them, such as the removal of market inputs and the field of sales channels products.application/pdfporAntropolítica : revista contemporânea de antropologia e ciência política. Niterói, RJ. N. 28 (2010), p. 249-282Agricultura familiarAutonomiaAgroecologiaMercadoFamily farmingAgroecologyMarketsSocial autonomyA conquista da autonomia através dos mercados : como pequenos agricultores mudaram sua forma de produzir e comercializar a produção em Ipê (RS)info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000826548.pdf.txt000826548.pdf.txtExtracted Texttext/plain89903http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188593/2/000826548.pdf.txt1ef9a434b4330e5259d390697e9539e7MD52ORIGINAL000826548.pdfTexto completoapplication/pdf459064http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188593/1/000826548.pdfe22e6494a21e47f66450667e971df2f4MD5110183/1885932022-10-09 04:56:01.552388oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188593Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-10-09T07:56:01Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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