Escritura na convergência de mídias
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Informática na Educação: teoria & prática |
DOI: | 10.22456/1982-1654.11582 |
Texto Completo: | https://seer.ufrgs.br/index.php/InfEducTeoriaPratica/article/view/11582 |
Resumo: | Esta tese é o resultado de uma análise sobre como um grupo de professoras em condições perceptivas distintas escreve, quando se envolvem em uma experiência de escritura na convergência de mídias. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa que busca produzir uma análise exploratória embasado principalmente nas Teorias da Biologia do Conhecer de Humberto Maturana e na Teoria da enação de Francisco Varela, no que se referem ao modo de observar e explicar um fenômeno a partir de uma experiência de escritura. A recursividade constitutiva entre escrita e tecnologia é descrita por vários autores, demonstrando que as tecnologias se transformam em ferramentas que modulam os modos de escrever. Situamos o trabalho no campo da Antropologia da Escritura, ao mantermos um diálogo entre alguns de seus autores, dentre os quais destacamos Jack Goody, Jacques Derrida, Roger Chartier e Béatrice Fraenkel. A discussão sobre os modos de viver-conhecer no encontro com diferenças perceptivas visuais e auditivas está embasada principalmente nas obras de Bernard Mottez, Brigitte Garcia, Yves Delaporte e Zina Weygand. O principal foco da investigação foi acompanhar as modalidades de escritura que as professoras – ouvintes e videntes, no encontro com uma professora cega e uma professora surda – realizaram ao se propor a produzir um hiperdocumento coletivo. Para análise da experiência, foi produzido um mapeamento da rede de escrituras tecida pelas professoras em fóruns e salas de bate-papo em ambiente virtual. Os principais marcadores dessa análise qualitativa e exploratória foram as escritas recorrentes e, principalmente, as questões que as professoras formulavam a si e ao grupo na atividade de escrita ou de comentar sobre a escrita feita. Uma diversidade de fonte de informações compõe este mapeamento e subsidiou a análise: filmagens de oficinas organizadas durante a experiência de criação de uma escritura digital, conversações escritas em fóruns e salas de bate-papo na Internet, recortes de diferentes versões da produção de escritas para o hiperdocumento e anotações de campo. As práticas de composição escrita na Internet provocam mudanças nas coordenações de ações, permitindo o encontro entre pessoas que antes não poderiam produzir algo juntas. Estas mudanças nas coordenações de ações, ao envolver um trabalho de manipulação e edição de diferentes mídias - imagens, sons, textos e a Língua de Sinais – faz com que surja uma nova experiência de escritura, implicando em mudanças cognitivas, afetivas e estéticas. Atos de escritura coletiva e digital podem produzir uma convergência interativa na qual existem grandes possibilidades de interlocução entre pessoas com diferentes condições perceptivas, pois mudam os modos sensório-motores de acoplamento com a escrita e as coordenações de ações na rede de conversações escritas tecidas pelas professoras. |
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Esta tese é o resultado de uma análise sobre como um grupo de professoras em condições perceptivas distintas escreve, quando se envolvem em uma experiência de escritura na convergência de mídias. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa que busca produzir uma análise exploratória embasado principalmente nas Teorias da Biologia do Conhecer de Humberto Maturana e na Teoria da enação de Francisco Varela, no que se referem ao modo de observar e explicar um fenômeno a partir de uma experiência de escritura. A recursividade constitutiva entre escrita e tecnologia é descrita por vários autores, demonstrando que as tecnologias se transformam em ferramentas que modulam os modos de escrever. Situamos o trabalho no campo da Antropologia da Escritura, ao mantermos um diálogo entre alguns de seus autores, dentre os quais destacamos Jack Goody, Jacques Derrida, Roger Chartier e Béatrice Fraenkel. A discussão sobre os modos de viver-conhecer no encontro com diferenças perceptivas visuais e auditivas está embasada principalmente nas obras de Bernard Mottez, Brigitte Garcia, Yves Delaporte e Zina Weygand. O principal foco da investigação foi acompanhar as modalidades de escritura que as professoras – ouvintes e videntes, no encontro com uma professora cega e uma professora surda – realizaram ao se propor a produzir um hiperdocumento coletivo. Para análise da experiência, foi produzido um mapeamento da rede de escrituras tecida pelas professoras em fóruns e salas de bate-papo em ambiente virtual. Os principais marcadores dessa análise qualitativa e exploratória foram as escritas recorrentes e, principalmente, as questões que as professoras formulavam a si e ao grupo na atividade de escrita ou de comentar sobre a escrita feita. Uma diversidade de fonte de informações compõe este mapeamento e subsidiou a análise: filmagens de oficinas organizadas durante a experiência de criação de uma escritura digital, conversações escritas em fóruns e salas de bate-papo na Internet, recortes de diferentes versões da produção de escritas para o hiperdocumento e anotações de campo. As práticas de composição escrita na Internet provocam mudanças nas coordenações de ações, permitindo o encontro entre pessoas que antes não poderiam produzir algo juntas. Estas mudanças nas coordenações de ações, ao envolver um trabalho de manipulação e edição de diferentes mídias - imagens, sons, textos e a Língua de Sinais – faz com que surja uma nova experiência de escritura, implicando em mudanças cognitivas, afetivas e estéticas. Atos de escritura coletiva e digital podem produzir uma convergência interativa na qual existem grandes possibilidades de interlocução entre pessoas com diferentes condições perceptivas, pois mudam os modos sensório-motores de acoplamento com a escrita e as coordenações de ações na rede de conversações escritas tecidas pelas professoras. |
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