Editorial Português

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: De Castro, Lucia Rabello
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento:
Idioma: por
Título da fonte: Desidades
Texto Completo: https://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/article/view/16888
Resumo: Frequentemente as injustiças se disfarçam na trama social, quando é mais difícil se darconta de algumas situações injustas que clamam por mudanças na sociedade. O processode “familialização” das crianças e jovens, termo usado para descrever a invisibilidade destesatores na dinâmica social a não ser pela ótica de seu pertencimento familiar, determina também a “familialização” das responsabilidades e de uma ética de cuidado em relação à população de crianças e jovens. Seria o caso, por exemplo, de circunscrever as responsabilidades de cuidado àqueles que se gerou -- os próprios filhos e filhas, os descendentes. As “outras” crianças e jovens, assim se crê, devem ser responsabilidade de suas próprias famílias, ou do Estado. Se o fato de ter filhos/as pode até se constituir como uma decisão individual, vir ao mundo significa, de um modo muito mais amplo, tornar-se parte da comunidade humana compartilhando com ela uma longa história, ao mesmo tempo trágica e aventurosa, e um destino. Cada nascimento, como diria Hannah Arendt, instaura a possibilidade de um outro começo para toda a humanidade. Assim sendo, a nova geração representa para todos e todas, um verdadeiro cataclismo de vida e esperança e, portanto, faz sentido perguntar: a quem cabe o cuidado das crianças e jovens a despeito de quem as pôs no mundo?
id UFRJ-20_b4f2ccb0f7da79307b789ccf524bcfc4
oai_identifier_str oai:www.revistas.ufrj.br:article/16888
network_acronym_str UFRJ-20
network_name_str Desidades
repository_id_str
spelling Editorial PortuguêsFrequentemente as injustiças se disfarçam na trama social, quando é mais difícil se darconta de algumas situações injustas que clamam por mudanças na sociedade. O processode “familialização” das crianças e jovens, termo usado para descrever a invisibilidade destesatores na dinâmica social a não ser pela ótica de seu pertencimento familiar, determina também a “familialização” das responsabilidades e de uma ética de cuidado em relação à população de crianças e jovens. Seria o caso, por exemplo, de circunscrever as responsabilidades de cuidado àqueles que se gerou -- os próprios filhos e filhas, os descendentes. As “outras” crianças e jovens, assim se crê, devem ser responsabilidade de suas próprias famílias, ou do Estado. Se o fato de ter filhos/as pode até se constituir como uma decisão individual, vir ao mundo significa, de um modo muito mais amplo, tornar-se parte da comunidade humana compartilhando com ela uma longa história, ao mesmo tempo trágica e aventurosa, e um destino. Cada nascimento, como diria Hannah Arendt, instaura a possibilidade de um outro começo para toda a humanidade. Assim sendo, a nova geração representa para todos e todas, um verdadeiro cataclismo de vida e esperança e, portanto, faz sentido perguntar: a quem cabe o cuidado das crianças e jovens a despeito de quem as pôs no mundo?DESIDADES - Revista Científica da Infância, Adolescência e JuventudeDESIDADES - Revista de la Infancia, Adolescencia y JuventudDe Castro, Lucia Rabello2018-04-19info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/article/view/16888DESIDADES - Revista Científica da Infância, Adolescência e Juventude; n. 18 (2018): Janeiro/Enero - Março/MarzoDESIDADES - Revista de la Infancia, Adolescencia y Juventud; n. 18 (2018): Janeiro/Enero - Março/Marzo2318-9282reponame:Desidadesinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJporhttps://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/article/view/16888/10300Direitos autorais 2018 DESIDADES - Revista Eletrônica de Divulgação Científica da Infância e Juventudehttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2020-07-10T21:28:01ZRevistahttps://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/PUB
dc.title.none.fl_str_mv Editorial Português
title Editorial Português
spellingShingle Editorial Português
De Castro, Lucia Rabello
title_short Editorial Português
title_full Editorial Português
title_fullStr Editorial Português
title_full_unstemmed Editorial Português
title_sort Editorial Português
author De Castro, Lucia Rabello
author_facet De Castro, Lucia Rabello
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv De Castro, Lucia Rabello
dc.subject.none.fl_str_mv
description Frequentemente as injustiças se disfarçam na trama social, quando é mais difícil se darconta de algumas situações injustas que clamam por mudanças na sociedade. O processode “familialização” das crianças e jovens, termo usado para descrever a invisibilidade destesatores na dinâmica social a não ser pela ótica de seu pertencimento familiar, determina também a “familialização” das responsabilidades e de uma ética de cuidado em relação à população de crianças e jovens. Seria o caso, por exemplo, de circunscrever as responsabilidades de cuidado àqueles que se gerou -- os próprios filhos e filhas, os descendentes. As “outras” crianças e jovens, assim se crê, devem ser responsabilidade de suas próprias famílias, ou do Estado. Se o fato de ter filhos/as pode até se constituir como uma decisão individual, vir ao mundo significa, de um modo muito mais amplo, tornar-se parte da comunidade humana compartilhando com ela uma longa história, ao mesmo tempo trágica e aventurosa, e um destino. Cada nascimento, como diria Hannah Arendt, instaura a possibilidade de um outro começo para toda a humanidade. Assim sendo, a nova geração representa para todos e todas, um verdadeiro cataclismo de vida e esperança e, portanto, faz sentido perguntar: a quem cabe o cuidado das crianças e jovens a despeito de quem as pôs no mundo?
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-04-19
dc.type.none.fl_str_mv
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format
status_str
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/article/view/16888
url https://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/article/view/16888
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.ufrj.br/index.php/desidades/article/view/16888/10300
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv DESIDADES - Revista Científica da Infância, Adolescência e Juventude
DESIDADES - Revista de la Infancia, Adolescencia y Juventud
publisher.none.fl_str_mv DESIDADES - Revista Científica da Infância, Adolescência e Juventude
DESIDADES - Revista de la Infancia, Adolescencia y Juventud
dc.source.none.fl_str_mv DESIDADES - Revista Científica da Infância, Adolescência e Juventude; n. 18 (2018): Janeiro/Enero - Março/Marzo
DESIDADES - Revista de la Infancia, Adolescencia y Juventud; n. 18 (2018): Janeiro/Enero - Março/Marzo
2318-9282
reponame:Desidades
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Desidades
collection Desidades
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1731820607213928448