A Seca de 2013/2014 na Região Sudeste do Brasil
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Anuário do Instituto de Geociências (Online) |
Texto Completo: | https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/27682 |
Resumo: | A afirmação propalada na mídia de que as secas da Região Sudeste estão sendo causadas pelo desmatamento da Amazônia não tem base científica e não sobrevive a uma análise de dados climáticos. A estiagem pela qual o Sudeste passou em 2013 e 2014 - e que causou grandes transtornos sociais notadamente pela falta de água para consumo humano especialmente nas grandes cidades - é decorrente da variabilidade natural do clima e já ocorreu, até com intensidade maior, no passado, notadamente nas décadas de 1930 e 1960, quando o desmatamento da Amazônia era incipiente. A umidade para as chuvas do Sudeste não é produzida na Amazônia. Ela vem do Atlântico Tropical, apenas passa sobre a Amazônia e interage com a floresta. A partir de uma caixa virtual inscrita entre 0º e 12,5ºS, 45ºW e 75ºW, calculou-se a divergência do fluxo de umidade no período 1999 a 2014 utilizando o conjunto de dados de Reanálises disponíveis no ESRL/PDS/ NOAA. Os resultados indicam que os anos de 2013 e 2014 apresentaram os maiores valores de fluxo de umidade média anual exportado para região Sul/Sudeste, 2014[3,45x108kg/s] e 2013[3,08x108kg/s] respectivamente, durante o período estudado. Este estudo, portanto, demonstra que não houve falta de umidade atmosférica sobre o Sudeste. E, ainda, as análises dos campos de velocidade vertical Ômega e ROLE observados no verão austral mostram a permanência de um sistema de alta pressão atmosférica sobre a Região que produziu intensa estabilidade atmosférica particularmente em 2014. Apesar do forte aquecimento continental nessa estação do ano, esse sistema de alta pressão foi o responsável pela seca severa, pois inibiu a formação de nuvens e o desenvolvimento de nuvens de tempestades e, simultaneamente, bloqueou a entrada dos sistemas frontais vindos do sul do Continente Sul-Americano, que é um mecanismo fundamental na produção do total pluviométrico regional durante o verão austral. Conclui-se que a estiagem na Região Sudeste nos anos de 2013-2014 não foi provocada pela falta de umidade atmosférica e sim pela falta de um mecanismo dinâmico capaz de converter em chuva a umidade proveniente do Atlântico Tropical. |
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A Seca de 2013/2014 na Região Sudeste do BrasilDivergência do fluxo de umidade; Variabilidade interanual; PrecipitaçãoA afirmação propalada na mídia de que as secas da Região Sudeste estão sendo causadas pelo desmatamento da Amazônia não tem base científica e não sobrevive a uma análise de dados climáticos. A estiagem pela qual o Sudeste passou em 2013 e 2014 - e que causou grandes transtornos sociais notadamente pela falta de água para consumo humano especialmente nas grandes cidades - é decorrente da variabilidade natural do clima e já ocorreu, até com intensidade maior, no passado, notadamente nas décadas de 1930 e 1960, quando o desmatamento da Amazônia era incipiente. A umidade para as chuvas do Sudeste não é produzida na Amazônia. Ela vem do Atlântico Tropical, apenas passa sobre a Amazônia e interage com a floresta. A partir de uma caixa virtual inscrita entre 0º e 12,5ºS, 45ºW e 75ºW, calculou-se a divergência do fluxo de umidade no período 1999 a 2014 utilizando o conjunto de dados de Reanálises disponíveis no ESRL/PDS/ NOAA. Os resultados indicam que os anos de 2013 e 2014 apresentaram os maiores valores de fluxo de umidade média anual exportado para região Sul/Sudeste, 2014[3,45x108kg/s] e 2013[3,08x108kg/s] respectivamente, durante o período estudado. Este estudo, portanto, demonstra que não houve falta de umidade atmosférica sobre o Sudeste. E, ainda, as análises dos campos de velocidade vertical Ômega e ROLE observados no verão austral mostram a permanência de um sistema de alta pressão atmosférica sobre a Região que produziu intensa estabilidade atmosférica particularmente em 2014. Apesar do forte aquecimento continental nessa estação do ano, esse sistema de alta pressão foi o responsável pela seca severa, pois inibiu a formação de nuvens e o desenvolvimento de nuvens de tempestades e, simultaneamente, bloqueou a entrada dos sistemas frontais vindos do sul do Continente Sul-Americano, que é um mecanismo fundamental na produção do total pluviométrico regional durante o verão austral. Conclui-se que a estiagem na Região Sudeste nos anos de 2013-2014 não foi provocada pela falta de umidade atmosférica e sim pela falta de um mecanismo dinâmico capaz de converter em chuva a umidade proveniente do Atlântico Tropical.Universidade Federal do Rio de JaneiroBraga, Hugo AlvesMolion, Luiz Carlos Baldicero2019-09-09info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/2768210.11137/2018_1_100_107Anuário do Instituto de Geociências; Vol 41, No 1 (2018); 100-107Anuário do Instituto de Geociências; Vol 41, No 1 (2018); 100-1071982-39080101-9759reponame:Anuário do Instituto de Geociências (Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJporhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/27682/15104Copyright (c) 2019 Anuário do Instituto de Geociênciashttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2019-09-09T22:35:21Zoai:www.revistas.ufrj.br:article/27682Revistahttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/indexPUBhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/oaianuario@igeo.ufrj.br||1982-39080101-9759opendoar:2019-09-09T22:35:21Anuário do Instituto de Geociências (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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