DE RICOEUR À ROSSET: SOBRE A HERMENÊUTICA TRÁGICA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Trágica |
Texto Completo: | https://revistas.ufrj.br/index.php/tragica/article/view/27232 |
Resumo: | Este artigo propõe, na esteira da filosofia trágica desenvolvida por Clément Rosset, a definição de uma “hermenêutica trágica”. Para tanto, a hermenêutica de Paul Ricoeur é aqui apresentada de modo a, primeiro, evidenciar sua relação inconciliável para com o pensamento trágico e, em seguida, conduzir a reflexão para o horizonte hermenêutico do trágico, bem como à dimensão trágica da hermenêutica. Por sua vez, partindo do postulado segundo o qual o trágico falado é preferível ao trágico silencioso, a hermenêutica trágica começa por reconhecer que a fala não anula o silêncio (os significados não interferem no real), tanto quanto o silêncio não exclui a fala (a ausência de sentido inerente ao real não impede a existência e a circulação dos significados humanos). Sendo assim, ao colocar em evidência a maneira excedente pela qual interpretamos um mundo que prescinde de interpretação, a hermenêutica trágica põe-se a operar de duas maneiras subsequentes: pela desestabilização, que silencia o pensamento não trágico, e pela intensificação, que dá voz ao silêncio do mundo e do pensamento, como aprovação incondicional da existência. |
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Este artigo propõe, na esteira da filosofia trágica desenvolvida por Clément Rosset, a definição de uma “hermenêutica trágica”. Para tanto, a hermenêutica de Paul Ricoeur é aqui apresentada de modo a, primeiro, evidenciar sua relação inconciliável para com o pensamento trágico e, em seguida, conduzir a reflexão para o horizonte hermenêutico do trágico, bem como à dimensão trágica da hermenêutica. Por sua vez, partindo do postulado segundo o qual o trágico falado é preferível ao trágico silencioso, a hermenêutica trágica começa por reconhecer que a fala não anula o silêncio (os significados não interferem no real), tanto quanto o silêncio não exclui a fala (a ausência de sentido inerente ao real não impede a existência e a circulação dos significados humanos). Sendo assim, ao colocar em evidência a maneira excedente pela qual interpretamos um mundo que prescinde de interpretação, a hermenêutica trágica põe-se a operar de duas maneiras subsequentes: pela desestabilização, que silencia o pensamento não trágico, e pela intensificação, que dá voz ao silêncio do mundo e do pensamento, como aprovação incondicional da existência. |
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