Regimes de acumulação, distribuição de renda e utilização da capacidade produtiva: um modelo pós-keynesiano de crescimento com grau desejado de utilização endógeno

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gottlieb, Daniel
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Oreiro, José Luís
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Texto Completo: https://revistas.ufrj.br/index.php/rec/article/view/19738
Resumo: Este artigo apresenta um modelo pós-keynesiano de crescimento do tipo Kalecki-Steindl, ou seja, um modelo no qual (i) as firmas determinam os preços de seus produtos com base em um mark-up fixo sobre os custos diretos de produção, (ii) existe capacidade excedente planejada e (iii) o investimento em capital fixo é induzido pela divergência entre os graus desejado e efetivo de utilização da capacidade produtiva. Existe, contudo, uma diferença fundamental entre o modelo canônico Kalecki-Steindl e o modelo apresentado neste artigo, a saber: o grau desejado de utilização da capacidade produtiva não é exógeno — tal como ocorre no modelo canônico —, mas endógeno, ou seja, é determinado pela estrutura do modelo de crescimento. A endogeinização do grau desejado de utilização da capacidade produtiva permite a obtenção de uma série de resultados interessantes. Em primeiro lugar, no que se refere ao equilíbrio de curto prazo, um aumento da participação dos salários na renda pode produzir uma redução do grau efetivo de utilização da capacidade produtiva, dependendo do efeito que tal variação tenha sobre a capacidade excedente planejada. Em segundo lugar, no que se refere à configuração de equilíbrio de longo prazo, a taxa de crescimento do estoque de capital torna-se independente da distribuição funcional da renda; aquela passa a ser determinada inteiramente pelo animal spirits dos capitalistas. Por fim, o efeito que um aumento da taxa de crescimento do estoque de capital tem sobre a participação dos salários na renda depende do valor inicial dessa variável. Se a participação dos salários na renda for inicialmente alta, então uma aceleração do crescimento irá resultar numa redução da participação dos salários na renda. Por outro lado, se a participação dos salários na renda for inicialmente baixa, segue-se que haverá uma redistribuição de renda em favor dos trabalhadores. Como corolário desse resultado, segue-se que uma maior taxa de crescimento do estoque de capital nem sempre será de interesse dos trabalhadores. 
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