Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852019000300139 |
Resumo: | RESUMO Objetivo Avaliar o efeito do internato em saúde mental nas atitudes dos alunos de medicina quanto ao portador de transtorno mental (PTM). Métodos Atitudes foram avaliadas por questionário antes e depois do internato, por meio dos fatores: “aceitação social de PTM” (F1), “não acreditar em causas sobrenaturais para doença mental” (F2), “papéis sociais comuns para PTM” (F3), “acreditar em causas psicossociais para doença mental” (F4), “intimidade” (F5). Diferenças foram avaliadas por meio de testes t, fatores confundidores por ANOVA e correlações entre expectativa de melhora e fatores por Pearson. Resultados 74 de 85 alunos responderam ao questionário. Houve redução significativa em quatro fatores avaliados (F1, p < 0,001, F2, p = 0,002, F3, p = 0,04, F5, p < 0,001). Uma associação entre ter um amigo PTM e F3 foi identificada antes do curso (p = 0,04), porém não após (p = 0,13). Houve correlação positiva entre crenças de melhora e atitudes negativas com o F2 antes do curso (p = 0,01), mas não após. F5 esteve relacionado com a expectativa de melhora (p < 0,001) após o curso, indicando melhores atitudes quando melhor expectativa. Observou-se a melhora da expectativa quanto a resposta ao tratamento da esquizofrenia (p = 0,02), transtorno bipolar (p = 0,03) e transtorno de ansiedade (p = 0,03). Conclusões O internato esteve associado à redução de atitudes negativas com relação aos PTMs. O contato direto com o paciente parece ter influência direta nessa redução. Acreditamos que, mais importante do que possíveis efeitos de esclarecimento sobre causas do adoecimento, a desconstrução do mito sobre o louco violento é essencial para a melhora das atitudes. Estudos com populações de outras regiões do Brasil e voltadas para avaliação do medo de violência são necessários para a confirmação dessa hipótese e do efeito do internato sobre os alunos. |
id |
UFRJ-6_942d7dbd5fe9a5242282624b8217e38f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0047-20852019000300139 |
network_acronym_str |
UFRJ-6 |
network_name_str |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentaisEstudantes de medicinaatitudetranstornos mentaispacientesinternato e residênciaRESUMO Objetivo Avaliar o efeito do internato em saúde mental nas atitudes dos alunos de medicina quanto ao portador de transtorno mental (PTM). Métodos Atitudes foram avaliadas por questionário antes e depois do internato, por meio dos fatores: “aceitação social de PTM” (F1), “não acreditar em causas sobrenaturais para doença mental” (F2), “papéis sociais comuns para PTM” (F3), “acreditar em causas psicossociais para doença mental” (F4), “intimidade” (F5). Diferenças foram avaliadas por meio de testes t, fatores confundidores por ANOVA e correlações entre expectativa de melhora e fatores por Pearson. Resultados 74 de 85 alunos responderam ao questionário. Houve redução significativa em quatro fatores avaliados (F1, p < 0,001, F2, p = 0,002, F3, p = 0,04, F5, p < 0,001). Uma associação entre ter um amigo PTM e F3 foi identificada antes do curso (p = 0,04), porém não após (p = 0,13). Houve correlação positiva entre crenças de melhora e atitudes negativas com o F2 antes do curso (p = 0,01), mas não após. F5 esteve relacionado com a expectativa de melhora (p < 0,001) após o curso, indicando melhores atitudes quando melhor expectativa. Observou-se a melhora da expectativa quanto a resposta ao tratamento da esquizofrenia (p = 0,02), transtorno bipolar (p = 0,03) e transtorno de ansiedade (p = 0,03). Conclusões O internato esteve associado à redução de atitudes negativas com relação aos PTMs. O contato direto com o paciente parece ter influência direta nessa redução. Acreditamos que, mais importante do que possíveis efeitos de esclarecimento sobre causas do adoecimento, a desconstrução do mito sobre o louco violento é essencial para a melhora das atitudes. Estudos com populações de outras regiões do Brasil e voltadas para avaliação do medo de violência são necessários para a confirmação dessa hipótese e do efeito do internato sobre os alunos.Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro2019-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852019000300139Jornal Brasileiro de Psiquiatria v.68 n.3 2019reponame:Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ10.1590/0047-2085000000239info:eu-repo/semantics/openAccessRocha Neto,Helio Gomes daSerra,Rosana DenobileStefanovics,ElinaRosenheck,RobertCavalcanti,Maria Tavarespor2019-10-17T00:00:00Zoai:scielo:S0047-20852019000300139Revistahttp://portalrev.enfermagem.bvs.br/index.php?issn=0047-2085&lang=ptONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||editora@ipub.ufrj.br1982-02080047-2085opendoar:2019-10-17T00:00Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais |
title |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais |
spellingShingle |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais Rocha Neto,Helio Gomes da Estudantes de medicina atitude transtornos mentais pacientes internato e residência |
title_short |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais |
title_full |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais |
title_fullStr |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais |
title_full_unstemmed |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais |
title_sort |
Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais |
author |
Rocha Neto,Helio Gomes da |
author_facet |
Rocha Neto,Helio Gomes da Serra,Rosana Denobile Stefanovics,Elina Rosenheck,Robert Cavalcanti,Maria Tavares |
author_role |
author |
author2 |
Serra,Rosana Denobile Stefanovics,Elina Rosenheck,Robert Cavalcanti,Maria Tavares |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rocha Neto,Helio Gomes da Serra,Rosana Denobile Stefanovics,Elina Rosenheck,Robert Cavalcanti,Maria Tavares |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Estudantes de medicina atitude transtornos mentais pacientes internato e residência |
topic |
Estudantes de medicina atitude transtornos mentais pacientes internato e residência |
description |
RESUMO Objetivo Avaliar o efeito do internato em saúde mental nas atitudes dos alunos de medicina quanto ao portador de transtorno mental (PTM). Métodos Atitudes foram avaliadas por questionário antes e depois do internato, por meio dos fatores: “aceitação social de PTM” (F1), “não acreditar em causas sobrenaturais para doença mental” (F2), “papéis sociais comuns para PTM” (F3), “acreditar em causas psicossociais para doença mental” (F4), “intimidade” (F5). Diferenças foram avaliadas por meio de testes t, fatores confundidores por ANOVA e correlações entre expectativa de melhora e fatores por Pearson. Resultados 74 de 85 alunos responderam ao questionário. Houve redução significativa em quatro fatores avaliados (F1, p < 0,001, F2, p = 0,002, F3, p = 0,04, F5, p < 0,001). Uma associação entre ter um amigo PTM e F3 foi identificada antes do curso (p = 0,04), porém não após (p = 0,13). Houve correlação positiva entre crenças de melhora e atitudes negativas com o F2 antes do curso (p = 0,01), mas não após. F5 esteve relacionado com a expectativa de melhora (p < 0,001) após o curso, indicando melhores atitudes quando melhor expectativa. Observou-se a melhora da expectativa quanto a resposta ao tratamento da esquizofrenia (p = 0,02), transtorno bipolar (p = 0,03) e transtorno de ansiedade (p = 0,03). Conclusões O internato esteve associado à redução de atitudes negativas com relação aos PTMs. O contato direto com o paciente parece ter influência direta nessa redução. Acreditamos que, mais importante do que possíveis efeitos de esclarecimento sobre causas do adoecimento, a desconstrução do mito sobre o louco violento é essencial para a melhora das atitudes. Estudos com populações de outras regiões do Brasil e voltadas para avaliação do medo de violência são necessários para a confirmação dessa hipótese e do efeito do internato sobre os alunos. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-09-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852019000300139 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852019000300139 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/0047-2085000000239 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria v.68 n.3 2019 reponame:Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) instacron:UFRJ |
instname_str |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
instacron_str |
UFRJ |
institution |
UFRJ |
reponame_str |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) |
collection |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
||editora@ipub.ufrj.br |
_version_ |
1750128247093329920 |