Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lin,Jaime
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Peruchi,Mirella M., Souza,Luciana Hammes de, Furlanetto,Leticia M., Langdon,Esther Jean
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852008000100002
Resumo: OBJETIVOS: Comparar a percepção da depressão, incluindo a percepção dos sintomas e dos tratamentos considerados apropriados, pelos membros de três grupos étnicos (descendentes de açorianos, italianos e alemães residentes em Santa Catarina, Estado da Região Sul do Brasil), assim como a expressão de depressão por meio do Inventário Beck de Depressão nestes grupos. METÓDO: Em um estudo transversal, com uma parte quantitativa e uma qualitativa, foram avaliados 60 indivíduos, sendo 20 de cada uma das comunidades étnicas escolhidas: açoriana, italiana e alemã. Realizou-se uma entrevista semi-aberta, tendo como questões orientadoras: Para você, o que é depressão?; O que pessoas deprimidas devem fazer?; e Qual atividade de lazer você mais gosta de fazer? Depois, foi aplicado o Inventário Beck de Depressão (BDI). Os escores do BDI (subescalas: cognitiva-afetiva e somática) foram comparados entre os diferentes grupos por meio do método ANOVA. No estudo qualitativo, verificaram-se as percepções compartilhadas no discurso dos indivíduos de cada grupo, quanto à depressão e seu tratamento. RESULTADOS: Os principais sintomas relatados por descendência foram: irritabilidade (açorianos), autopunição (italianos) e falta de energia (alemães). Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à freqüência de sintomas cognitivos e somáticos nas diferentes comunidades. O padrão de percepção da depressão caracterizou-se nos descendentes de açorianos por isolamento ("... a gente não quer ver ninguém"). Nos italianos, a depressão esteve relacionada a afastamento da família ("Depressão é vontade até de deixar o filho, o marido"), sendo esta vista como a responsável por ajudar na melhora. Já entre os alemães, a depressão esteve relacionada à dificuldade no trabalho ("Depressão é... não ter mais vontade de trabalhar") e este foi relatado como a solução. CONCLUSÃO: De acordo com o grupo étnico, a expressão, a percepção e a busca de tratamento para a depressão relacionou-se: à comunidade (açoriana), à família (italiana) e ao trabalho (alemã).
id UFRJ-6_989a0024e0dab3bcd7b095d0d2c30bb5
oai_identifier_str oai:scielo:S0047-20852008000100002
network_acronym_str UFRJ-6
network_name_str Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online)
repository_id_str
spelling Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemãesDepressãopercepçãoculturaetnicidadediagnósticoOBJETIVOS: Comparar a percepção da depressão, incluindo a percepção dos sintomas e dos tratamentos considerados apropriados, pelos membros de três grupos étnicos (descendentes de açorianos, italianos e alemães residentes em Santa Catarina, Estado da Região Sul do Brasil), assim como a expressão de depressão por meio do Inventário Beck de Depressão nestes grupos. METÓDO: Em um estudo transversal, com uma parte quantitativa e uma qualitativa, foram avaliados 60 indivíduos, sendo 20 de cada uma das comunidades étnicas escolhidas: açoriana, italiana e alemã. Realizou-se uma entrevista semi-aberta, tendo como questões orientadoras: Para você, o que é depressão?; O que pessoas deprimidas devem fazer?; e Qual atividade de lazer você mais gosta de fazer? Depois, foi aplicado o Inventário Beck de Depressão (BDI). Os escores do BDI (subescalas: cognitiva-afetiva e somática) foram comparados entre os diferentes grupos por meio do método ANOVA. No estudo qualitativo, verificaram-se as percepções compartilhadas no discurso dos indivíduos de cada grupo, quanto à depressão e seu tratamento. RESULTADOS: Os principais sintomas relatados por descendência foram: irritabilidade (açorianos), autopunição (italianos) e falta de energia (alemães). Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à freqüência de sintomas cognitivos e somáticos nas diferentes comunidades. O padrão de percepção da depressão caracterizou-se nos descendentes de açorianos por isolamento ("... a gente não quer ver ninguém"). Nos italianos, a depressão esteve relacionada a afastamento da família ("Depressão é vontade até de deixar o filho, o marido"), sendo esta vista como a responsável por ajudar na melhora. Já entre os alemães, a depressão esteve relacionada à dificuldade no trabalho ("Depressão é... não ter mais vontade de trabalhar") e este foi relatado como a solução. CONCLUSÃO: De acordo com o grupo étnico, a expressão, a percepção e a busca de tratamento para a depressão relacionou-se: à comunidade (açoriana), à família (italiana) e ao trabalho (alemã).Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro2008-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852008000100002Jornal Brasileiro de Psiquiatria v.57 n.1 2008reponame:Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ10.1590/S0047-20852008000100002info:eu-repo/semantics/openAccessLin,JaimePeruchi,Mirella M.Souza,Luciana Hammes deFurlanetto,Leticia M.Langdon,Esther Jeanpor2008-06-26T00:00:00Zoai:scielo:S0047-20852008000100002Revistahttp://portalrev.enfermagem.bvs.br/index.php?issn=0047-2085&lang=ptONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||editora@ipub.ufrj.br1982-02080047-2085opendoar:2008-06-26T00:00Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.none.fl_str_mv Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
title Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
spellingShingle Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
Lin,Jaime
Depressão
percepção
cultura
etnicidade
diagnóstico
title_short Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
title_full Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
title_fullStr Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
title_full_unstemmed Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
title_sort Percepção e expressão de sintomas depressivos em três grupos culturais catarinenses: açorianos, italianos e alemães
author Lin,Jaime
author_facet Lin,Jaime
Peruchi,Mirella M.
Souza,Luciana Hammes de
Furlanetto,Leticia M.
Langdon,Esther Jean
author_role author
author2 Peruchi,Mirella M.
Souza,Luciana Hammes de
Furlanetto,Leticia M.
Langdon,Esther Jean
author2_role author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lin,Jaime
Peruchi,Mirella M.
Souza,Luciana Hammes de
Furlanetto,Leticia M.
Langdon,Esther Jean
dc.subject.por.fl_str_mv Depressão
percepção
cultura
etnicidade
diagnóstico
topic Depressão
percepção
cultura
etnicidade
diagnóstico
description OBJETIVOS: Comparar a percepção da depressão, incluindo a percepção dos sintomas e dos tratamentos considerados apropriados, pelos membros de três grupos étnicos (descendentes de açorianos, italianos e alemães residentes em Santa Catarina, Estado da Região Sul do Brasil), assim como a expressão de depressão por meio do Inventário Beck de Depressão nestes grupos. METÓDO: Em um estudo transversal, com uma parte quantitativa e uma qualitativa, foram avaliados 60 indivíduos, sendo 20 de cada uma das comunidades étnicas escolhidas: açoriana, italiana e alemã. Realizou-se uma entrevista semi-aberta, tendo como questões orientadoras: Para você, o que é depressão?; O que pessoas deprimidas devem fazer?; e Qual atividade de lazer você mais gosta de fazer? Depois, foi aplicado o Inventário Beck de Depressão (BDI). Os escores do BDI (subescalas: cognitiva-afetiva e somática) foram comparados entre os diferentes grupos por meio do método ANOVA. No estudo qualitativo, verificaram-se as percepções compartilhadas no discurso dos indivíduos de cada grupo, quanto à depressão e seu tratamento. RESULTADOS: Os principais sintomas relatados por descendência foram: irritabilidade (açorianos), autopunição (italianos) e falta de energia (alemães). Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à freqüência de sintomas cognitivos e somáticos nas diferentes comunidades. O padrão de percepção da depressão caracterizou-se nos descendentes de açorianos por isolamento ("... a gente não quer ver ninguém"). Nos italianos, a depressão esteve relacionada a afastamento da família ("Depressão é vontade até de deixar o filho, o marido"), sendo esta vista como a responsável por ajudar na melhora. Já entre os alemães, a depressão esteve relacionada à dificuldade no trabalho ("Depressão é... não ter mais vontade de trabalhar") e este foi relatado como a solução. CONCLUSÃO: De acordo com o grupo étnico, a expressão, a percepção e a busca de tratamento para a depressão relacionou-se: à comunidade (açoriana), à família (italiana) e ao trabalho (alemã).
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852008000100002
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852008000100002
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0047-20852008000100002
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv Jornal Brasileiro de Psiquiatria v.57 n.1 2008
reponame:Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online)
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online)
collection Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online)
repository.name.fl_str_mv Jornal Brasileiro de Psiquiatria (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv ||editora@ipub.ufrj.br
_version_ 1750128244991983616