Um "nós" intercessor: quando a etnografia também é magia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Mana (Rio de Janeiro. Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132020000200201 |
Resumo: | Resumo O material que aqui apresento constituiu parte de minha pesquisa junto à Comunidade Kilombola Morada da Paz, situada em Triunfo/RS, formada majoritariamente por mulheres negras. As pessoas que lá residem são consideradas filhas de uma preta velha, Mãe Preta, e de um exu, Seu Sete, que guiam e orientam os caminhos da comunidade e de suas integrantes. Tudo o que ocorre no mundo faz parte do que chamam espiritualidade e participa do que chamam guerra cósmica. Minha presença no local e a escrita da tese não foram percebidas como externas a isso. Dessa forma, tanto o trabalho de campo quanto a escrita foram acompanhados minuciosamente pelas cinco mais velhas e fundadoras da comunidade, conhecidas como as Yas (as mães) e o Baba (o pai). Na medida em que entendem que “a palavra é magia”, o processo de escrita da tese produzia efeitos na comunidade que, por sua vez, interferia diretamente nele. Nesse processo, produziu-se um intercessor ao clássico recurso textual ‘nós e outros’ da Antropologia. Criou-se um outro “nós e outros” no texto, a convite das Yas, tendo em vista a “guerra cósmica” em curso. Coube a mim traduzir, para a Antropologia, os efeitos experimentais dessa criação. |
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Um "nós" intercessor: quando a etnografia também é magiaEtnografiaCosmopolíticaMulheres negrasQuilomboResumo O material que aqui apresento constituiu parte de minha pesquisa junto à Comunidade Kilombola Morada da Paz, situada em Triunfo/RS, formada majoritariamente por mulheres negras. As pessoas que lá residem são consideradas filhas de uma preta velha, Mãe Preta, e de um exu, Seu Sete, que guiam e orientam os caminhos da comunidade e de suas integrantes. Tudo o que ocorre no mundo faz parte do que chamam espiritualidade e participa do que chamam guerra cósmica. Minha presença no local e a escrita da tese não foram percebidas como externas a isso. Dessa forma, tanto o trabalho de campo quanto a escrita foram acompanhados minuciosamente pelas cinco mais velhas e fundadoras da comunidade, conhecidas como as Yas (as mães) e o Baba (o pai). Na medida em que entendem que “a palavra é magia”, o processo de escrita da tese produzia efeitos na comunidade que, por sua vez, interferia diretamente nele. Nesse processo, produziu-se um intercessor ao clássico recurso textual ‘nós e outros’ da Antropologia. Criou-se um outro “nós e outros” no texto, a convite das Yas, tendo em vista a “guerra cósmica” em curso. Coube a mim traduzir, para a Antropologia, os efeitos experimentais dessa criação.Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ2020-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132020000200201Mana v.26 n.2 2020reponame:Mana (Rio de Janeiro. Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ10.1590/1678-49442020v26n2a201info:eu-repo/semantics/openAccessFlores,Luiza Diaspor2020-09-04T00:00:00Zoai:scielo:S0104-93132020000200201Revistahttp://www.scielo.br/manaONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevistamana@bighost.com.br||revistamanappgas@gmail.com1678-49440104-9313opendoar:2020-09-04T00:00Mana (Rio de Janeiro. Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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