A CULTURA DA BATATA-DOCE: CULTIVO, PARENTESCO E RITUAL ENTRE OS KRAHÔ

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima,Ana Gabriela Morim de
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Mana (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132017000200455
Resumo: Resumo O artigo tematiza as relações de parentesco cotidianas e rituais entre humanos e plantas por meio de uma etnografia do ciclo de vida da batata-doce, cultivada pelos Krahô: desde o plantio, passando pelo crescimento, até a colheita, quando ocorre a “Festa da Batata”. O “aparentamento” mútuo entre as batatas e seus donos humanos envolve engajamentos corporais, afetivos e estéticos, implicando relações sociais de criação, troca, predação, transmissão de conhecimento xamânico e ritual. As plantas cultivadas são sujeitos vivos e não meras entidades biológicas passivas às intervenções humanas. Elas fazem parte de emaranhados relacionais que abarcam outras plantas, animais e seres, o que se torna visível na vivência cotidiana nas roças e, particularmente, nos cantos e nas performances rituais. Os saberes e as práticas krahô revelam uma outra compreensão do cultivo das plantas, reflexão esta que acompanha a reconceitualização das noções de humanidade, natureza e cultura pela etnologia à luz das teorias indígenas.
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