De homens, árvores e sapos: forma, espaço e tempo em Tapirapé
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Mana (Rio de Janeiro. Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131998000200004 |
Resumo: | Em várias línguas não-indo-européias, categorias gramaticais como nome, verbo, numerais etc. são classificadas segundo propriedades ou características físicas de seus referentes. Apresenta-se aqui a classificação que expressa, em tapirapé (família tupi-guarani, Brasil), as propriedades de forma ("chata", "redonda", "alta") que se aliam, com restrições combinatórias, à posição ("deitado", "sentado", "de pé") do objeto referenciado. A comparação feita com sistemas de classificação de línguas sul-americanas indica que, apesar da diversidade categorial aparente, é possível detectar não só um número reduzido de componentes semânticos geométricos sempre atuantes, mas também coincidências na inclusão ou exclusão dos membros nas diferentes classes. O exame, mesmo superficial, parece contrariar os pressupostos das versões, moderada ou extremada, do relativismo lingüístico ou de uma infinidade de recortes de um mundo que lá está. No caso tapirapé, o que está em jogo não é a expressão culturalmente filtrada de um mundo preexistente, mas antes a apreensão de uma realidade que se constrói a partir da perspectiva que o falante tem de um evento, de um fato ou de uma existência, que se consubstancia através de uma geometria extremamente simples, mas altamente rentável, em que forma, espaço, tempo/aspecto são interdependentes. |
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De homens, árvores e sapos: forma, espaço e tempo em TapirapéEm várias línguas não-indo-européias, categorias gramaticais como nome, verbo, numerais etc. são classificadas segundo propriedades ou características físicas de seus referentes. Apresenta-se aqui a classificação que expressa, em tapirapé (família tupi-guarani, Brasil), as propriedades de forma ("chata", "redonda", "alta") que se aliam, com restrições combinatórias, à posição ("deitado", "sentado", "de pé") do objeto referenciado. A comparação feita com sistemas de classificação de línguas sul-americanas indica que, apesar da diversidade categorial aparente, é possível detectar não só um número reduzido de componentes semânticos geométricos sempre atuantes, mas também coincidências na inclusão ou exclusão dos membros nas diferentes classes. O exame, mesmo superficial, parece contrariar os pressupostos das versões, moderada ou extremada, do relativismo lingüístico ou de uma infinidade de recortes de um mundo que lá está. No caso tapirapé, o que está em jogo não é a expressão culturalmente filtrada de um mundo preexistente, mas antes a apreensão de uma realidade que se constrói a partir da perspectiva que o falante tem de um evento, de um fato ou de uma existência, que se consubstancia através de uma geometria extremamente simples, mas altamente rentável, em que forma, espaço, tempo/aspecto são interdependentes.Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ1998-10-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131998000200004Mana v.4 n.2 1998reponame:Mana (Rio de Janeiro. Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ10.1590/S0104-93131998000200004info:eu-repo/semantics/openAccessLeite,Yonnepor2000-08-31T00:00:00Zoai:scielo:S0104-93131998000200004Revistahttp://www.scielo.br/manaONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevistamana@bighost.com.br||revistamanappgas@gmail.com1678-49440104-9313opendoar:2000-08-31T00:00Mana (Rio de Janeiro. Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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