Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Perutti,Daniela Carolina
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Mana (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132021000200202
Resumo: Resumo Neste artigo, exploro as variações semânticas da noção de deserto e sua relação com movimento entre os quilombolas de Família Magalhães (Nova Roma, GO). O grupo é originário dos kalungas, negros escravizados em fuga que viviam, desde o século 17, escondidos pelos vales do rio Paranã. A dose de invisibilidade que a região lhes proporcionava foi essencial para garantir sua existência em liberdade. Se hoje a região é tida pelos munícipes como lugar de falta, um deserto em vias de desaparecer, os Magalhães fazem dela potência criativa. É sob a iminência do deserto que tais quilombolas percorrem suas trilhas, entrelaçam movimentos, se produzem continuamente enquanto povo “amigueiro”, cultivam relações de vizinhança, intervêm nas políticas públicas sobre suas terras. Cultivar relações de amizade é, por um lado, condição necessária para que saiam do deserto e, por outro, o deserto é necessário para manterem o seu modo ser.
id UFRJ-9_e8c025dec60824b3a57a49e2431796bb
oai_identifier_str oai:scielo:S0104-93132021000200202
network_acronym_str UFRJ-9
network_name_str Mana (Rio de Janeiro. Online)
repository_id_str
spelling Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de GoiásMobilidadeGoiásQuilomboTerritórioAmizadeResumo Neste artigo, exploro as variações semânticas da noção de deserto e sua relação com movimento entre os quilombolas de Família Magalhães (Nova Roma, GO). O grupo é originário dos kalungas, negros escravizados em fuga que viviam, desde o século 17, escondidos pelos vales do rio Paranã. A dose de invisibilidade que a região lhes proporcionava foi essencial para garantir sua existência em liberdade. Se hoje a região é tida pelos munícipes como lugar de falta, um deserto em vias de desaparecer, os Magalhães fazem dela potência criativa. É sob a iminência do deserto que tais quilombolas percorrem suas trilhas, entrelaçam movimentos, se produzem continuamente enquanto povo “amigueiro”, cultivam relações de vizinhança, intervêm nas políticas públicas sobre suas terras. Cultivar relações de amizade é, por um lado, condição necessária para que saiam do deserto e, por outro, o deserto é necessário para manterem o seu modo ser.Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ2021-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132021000200202Mana v.27 n.2 2021reponame:Mana (Rio de Janeiro. Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ10.1590/1678-49442021v27n2a202info:eu-repo/semantics/openAccessPerutti,Daniela Carolinapor2021-08-31T00:00:00Zoai:scielo:S0104-93132021000200202Revistahttp://www.scielo.br/manaONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevistamana@bighost.com.br||revistamanappgas@gmail.com1678-49440104-9313opendoar:2021-08-31T00:00Mana (Rio de Janeiro. Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.none.fl_str_mv Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
title Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
spellingShingle Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
Perutti,Daniela Carolina
Mobilidade
Goiás
Quilombo
Território
Amizade
title_short Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
title_full Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
title_fullStr Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
title_full_unstemmed Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
title_sort Movimentos e(m) desertos: as trilhas da existência entre quilombolas de Goiás
author Perutti,Daniela Carolina
author_facet Perutti,Daniela Carolina
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Perutti,Daniela Carolina
dc.subject.por.fl_str_mv Mobilidade
Goiás
Quilombo
Território
Amizade
topic Mobilidade
Goiás
Quilombo
Território
Amizade
description Resumo Neste artigo, exploro as variações semânticas da noção de deserto e sua relação com movimento entre os quilombolas de Família Magalhães (Nova Roma, GO). O grupo é originário dos kalungas, negros escravizados em fuga que viviam, desde o século 17, escondidos pelos vales do rio Paranã. A dose de invisibilidade que a região lhes proporcionava foi essencial para garantir sua existência em liberdade. Se hoje a região é tida pelos munícipes como lugar de falta, um deserto em vias de desaparecer, os Magalhães fazem dela potência criativa. É sob a iminência do deserto que tais quilombolas percorrem suas trilhas, entrelaçam movimentos, se produzem continuamente enquanto povo “amigueiro”, cultivam relações de vizinhança, intervêm nas políticas públicas sobre suas terras. Cultivar relações de amizade é, por um lado, condição necessária para que saiam do deserto e, por outro, o deserto é necessário para manterem o seu modo ser.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132021000200202
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132021000200202
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/1678-49442021v27n2a202
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
publisher.none.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
dc.source.none.fl_str_mv Mana v.27 n.2 2021
reponame:Mana (Rio de Janeiro. Online)
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Mana (Rio de Janeiro. Online)
collection Mana (Rio de Janeiro. Online)
repository.name.fl_str_mv Mana (Rio de Janeiro. Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv revistamana@bighost.com.br||revistamanappgas@gmail.com
_version_ 1750128184426233856