Anfibolitos do Greenstone Belt Rio das Mortes e Diques de Metagabro-diabásio da Região de Resende Costa, Estado de Minas Gerais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/4361 |
Resumo: | O presente trabalho teve como objetivo o estudo das rochas anfibolíticas do greenstone belt Rio das Mortes e dos diques de metagabro-diabásio de uma área de cerca de 120 Km². Para se alcançar o objetivo proposto foi realizado o mapeamento geológico na escala de 1:25.000 entre as cidades de Ritápolis e Resende Costa, bem como os estudo petrográfico e químico. A evolução da borda meridional do cráton São Francisco pode ser explicada como a estabilização de uma massa continental arqueana, que no Paleoproterozóico começou a sofrer um processo de subducção, culminando com a formação de arcos magmáticos, que foram incluídos no Cinturão Mineiro. Este cinturão é composto principalmente por terrenos gnáissicos parcialmente migmatizados e por rochas vulcânicas máficas-ultramáficas e sedimentares (faixas greenstone), que foram metamorfisadas em fácies anfibolito, destacandose dentre estas o greenstone belt Barbacena, que foi subdividido em três faixas diferentes (greenstone belts Rio das Mortes, Nazareno e Dores do Campo). Essas rochas são intrudidas por diversos corpos máficos e félsicos, relacionados ao plutonismo da fase de subducção deste cinturão. De modo geral, a área mapeada é composta por um embasamento, que é representado por: um pacote de rochas anfibolíticas, que ocorrem intercaladas com raras rochas metassedimentares, que compõe o greenstone belt Rio das Mortes; e pelo gnaisse tonalítico Ramos, de posição estratigráfica indefinida. As rochas do citado greenstone belt são intrudidas por corpos plutônicos, deformados ou não, representados pelo granitóide Ritápolis e pelo ortognaisse Resende Costa. Diques de metagabro-diabásio cortam todas essas unidades citadas, sendo portanto mais novos. O gnaisse tonalítico Ramos é composto por bandas de coloração ora mais clara, ora mais escura, formados por biotita, quartzo, plagioclásio, hornblenda, epidoto, clinozoisita, allanita, apatita, titanita, rutilo e minerais opacos. A diferença de coloração das bandas é dada principalmente pela quantidade de minerais máficos. Este gnaisse é cortado por diversas rochas, dentre as quais: diques tonalíticos; pegmatitos concordantes a foliação, isto é, dobrados juntamente com o gnaisse; diques tonalíticos que cortam a foliação da rocha em baixo ângulo; e diques granodioríticos e pegmatíticos que cortam discordantemente a foliação do gnaisse, sendo esses dois últimos possivelmente relacionados ao granitóide Ritápolis. O greenstone belt Rio das Mortes foi subdividido em três unidades: metassedimentar, metaultramáfica e metamáfica. A unidade metassedimentar é composta por gonditos intercalados com filitos avermelhados a acinzentados e raros quartzitos. A unidade metaultramáfica é representada um corpo cumulático composto por hornblenda + diopsídio + epidoto + plagioclásio + titanita + zircão + sericita ± olivina (fayalita) ± quartzo. A unidade metamáfica é dividida em duas subunidades: a primeira, denominada unidade anfibolítica fina a média é composta por hornblenda verde a castanha + andesina (An32–36) +epidoto + zircão + opacos + apatita + titanita + clinozoisita ± granada ± quartzo; e a segunda corresponde a subunidade anfibolítica com piroxênio, que é composta de hornblenda verde a castanha + andesina (An40–42) + diosídio incolor a verde-pálido + epidoto + zircão + apatita + rutilo + titanita. ± quartzo. As paragêneses impressas nessas rochas apontaram para condições levemente diferentes para as duas subunidades citadas: a subunidade anfibolítica fina a média estaria em condições equivalentes a facies anfibolito baixo/médio, enquanto a subunidade anfibolítica com piroxênio estaria nas facies anfibolito médio/alto. A geoquímica mostrou que as rochas estudadas correspondem a basaltos andesíticos, de filiação toleítica, semelhantes aos MORBs e poderiam ter se formado em arco vulcânico ou em fundo oceânico. Os diques de metagabro–diabásio foram subdivididos em corpos metamorfisados compostos por plagioclásio + hornblenda + apatita + minerais opacos + epidoto + titanita + quartzo + actinolita ± augita, e em diques de diabásio, com mineralogia formada por plagioclásio + augita + ortopiroxênio + apatita + minerais opacos ± uralita ± iddingsita. A família dos diques de metagabro estaria relacionada a um intervalo temporal muito grande entre 2121 ± 7 Ma e 567 Ma, enquanto seu metamorfismo estaria relacionado ao evento da orogenia Brasiliana. Já os diques de diabásio, sem qualquer feição metamórfica ou deformacional, estariam relacionados a algum evento posterior ao evento Brasiliano, provavelmente o magmatismo relativo à abertura do oceano Atlântico. |
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Anfibolitos do Greenstone Belt Rio das Mortes e Diques de Metagabro-diabásio da Região de Resende Costa, Estado de Minas GeraisAnfibolitosDiques de metagabro-diabásioGreenstone belt Rio das MortesPetrografiaGeoquímicaCinturão MineiroCráton São FranciscoCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIAO presente trabalho teve como objetivo o estudo das rochas anfibolíticas do greenstone belt Rio das Mortes e dos diques de metagabro-diabásio de uma área de cerca de 120 Km². Para se alcançar o objetivo proposto foi realizado o mapeamento geológico na escala de 1:25.000 entre as cidades de Ritápolis e Resende Costa, bem como os estudo petrográfico e químico. A evolução da borda meridional do cráton São Francisco pode ser explicada como a estabilização de uma massa continental arqueana, que no Paleoproterozóico começou a sofrer um processo de subducção, culminando com a formação de arcos magmáticos, que foram incluídos no Cinturão Mineiro. Este cinturão é composto principalmente por terrenos gnáissicos parcialmente migmatizados e por rochas vulcânicas máficas-ultramáficas e sedimentares (faixas greenstone), que foram metamorfisadas em fácies anfibolito, destacandose dentre estas o greenstone belt Barbacena, que foi subdividido em três faixas diferentes (greenstone belts Rio das Mortes, Nazareno e Dores do Campo). Essas rochas são intrudidas por diversos corpos máficos e félsicos, relacionados ao plutonismo da fase de subducção deste cinturão. De modo geral, a área mapeada é composta por um embasamento, que é representado por: um pacote de rochas anfibolíticas, que ocorrem intercaladas com raras rochas metassedimentares, que compõe o greenstone belt Rio das Mortes; e pelo gnaisse tonalítico Ramos, de posição estratigráfica indefinida. As rochas do citado greenstone belt são intrudidas por corpos plutônicos, deformados ou não, representados pelo granitóide Ritápolis e pelo ortognaisse Resende Costa. Diques de metagabro-diabásio cortam todas essas unidades citadas, sendo portanto mais novos. O gnaisse tonalítico Ramos é composto por bandas de coloração ora mais clara, ora mais escura, formados por biotita, quartzo, plagioclásio, hornblenda, epidoto, clinozoisita, allanita, apatita, titanita, rutilo e minerais opacos. A diferença de coloração das bandas é dada principalmente pela quantidade de minerais máficos. Este gnaisse é cortado por diversas rochas, dentre as quais: diques tonalíticos; pegmatitos concordantes a foliação, isto é, dobrados juntamente com o gnaisse; diques tonalíticos que cortam a foliação da rocha em baixo ângulo; e diques granodioríticos e pegmatíticos que cortam discordantemente a foliação do gnaisse, sendo esses dois últimos possivelmente relacionados ao granitóide Ritápolis. O greenstone belt Rio das Mortes foi subdividido em três unidades: metassedimentar, metaultramáfica e metamáfica. A unidade metassedimentar é composta por gonditos intercalados com filitos avermelhados a acinzentados e raros quartzitos. A unidade metaultramáfica é representada um corpo cumulático composto por hornblenda + diopsídio + epidoto + plagioclásio + titanita + zircão + sericita ± olivina (fayalita) ± quartzo. A unidade metamáfica é dividida em duas subunidades: a primeira, denominada unidade anfibolítica fina a média é composta por hornblenda verde a castanha + andesina (An32–36) +epidoto + zircão + opacos + apatita + titanita + clinozoisita ± granada ± quartzo; e a segunda corresponde a subunidade anfibolítica com piroxênio, que é composta de hornblenda verde a castanha + andesina (An40–42) + diosídio incolor a verde-pálido + epidoto + zircão + apatita + rutilo + titanita. ± quartzo. As paragêneses impressas nessas rochas apontaram para condições levemente diferentes para as duas subunidades citadas: a subunidade anfibolítica fina a média estaria em condições equivalentes a facies anfibolito baixo/médio, enquanto a subunidade anfibolítica com piroxênio estaria nas facies anfibolito médio/alto. A geoquímica mostrou que as rochas estudadas correspondem a basaltos andesíticos, de filiação toleítica, semelhantes aos MORBs e poderiam ter se formado em arco vulcânico ou em fundo oceânico. Os diques de metagabro–diabásio foram subdivididos em corpos metamorfisados compostos por plagioclásio + hornblenda + apatita + minerais opacos + epidoto + titanita + quartzo + actinolita ± augita, e em diques de diabásio, com mineralogia formada por plagioclásio + augita + ortopiroxênio + apatita + minerais opacos ± uralita ± iddingsita. A família dos diques de metagabro estaria relacionada a um intervalo temporal muito grande entre 2121 ± 7 Ma e 567 Ma, enquanto seu metamorfismo estaria relacionado ao evento da orogenia Brasiliana. Já os diques de diabásio, sem qualquer feição metamórfica ou deformacional, estariam relacionados a algum evento posterior ao evento Brasiliano, provavelmente o magmatismo relativo à abertura do oceano Atlântico.Universidade Federal do Rio de JaneiroBrasilInstituto de GeociênciasUFRJÁvila, Ciro Alexandrehttp://lattes.cnpq.br/1281397426132157Teixeira, WilsonAlmeida, Cícera Neysi dehttp://lattes.cnpq.br/0878609222243870Guimarães, Eduardo Henrique Andrade de2018-07-17T17:06:00Z2023-12-21T03:03:20Z2010-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://hdl.handle.net/11422/4361porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJ2023-12-21T03:03:20Zoai:pantheon.ufrj.br:11422/4361Repositório InstitucionalPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestpantheon@sibi.ufrj.bropendoar:2023-12-21T03:03:20Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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O presente trabalho teve como objetivo o estudo das rochas anfibolíticas do greenstone belt Rio das Mortes e dos diques de metagabro-diabásio de uma área de cerca de 120 Km². Para se alcançar o objetivo proposto foi realizado o mapeamento geológico na escala de 1:25.000 entre as cidades de Ritápolis e Resende Costa, bem como os estudo petrográfico e químico. A evolução da borda meridional do cráton São Francisco pode ser explicada como a estabilização de uma massa continental arqueana, que no Paleoproterozóico começou a sofrer um processo de subducção, culminando com a formação de arcos magmáticos, que foram incluídos no Cinturão Mineiro. Este cinturão é composto principalmente por terrenos gnáissicos parcialmente migmatizados e por rochas vulcânicas máficas-ultramáficas e sedimentares (faixas greenstone), que foram metamorfisadas em fácies anfibolito, destacandose dentre estas o greenstone belt Barbacena, que foi subdividido em três faixas diferentes (greenstone belts Rio das Mortes, Nazareno e Dores do Campo). Essas rochas são intrudidas por diversos corpos máficos e félsicos, relacionados ao plutonismo da fase de subducção deste cinturão. De modo geral, a área mapeada é composta por um embasamento, que é representado por: um pacote de rochas anfibolíticas, que ocorrem intercaladas com raras rochas metassedimentares, que compõe o greenstone belt Rio das Mortes; e pelo gnaisse tonalítico Ramos, de posição estratigráfica indefinida. As rochas do citado greenstone belt são intrudidas por corpos plutônicos, deformados ou não, representados pelo granitóide Ritápolis e pelo ortognaisse Resende Costa. Diques de metagabro-diabásio cortam todas essas unidades citadas, sendo portanto mais novos. O gnaisse tonalítico Ramos é composto por bandas de coloração ora mais clara, ora mais escura, formados por biotita, quartzo, plagioclásio, hornblenda, epidoto, clinozoisita, allanita, apatita, titanita, rutilo e minerais opacos. A diferença de coloração das bandas é dada principalmente pela quantidade de minerais máficos. Este gnaisse é cortado por diversas rochas, dentre as quais: diques tonalíticos; pegmatitos concordantes a foliação, isto é, dobrados juntamente com o gnaisse; diques tonalíticos que cortam a foliação da rocha em baixo ângulo; e diques granodioríticos e pegmatíticos que cortam discordantemente a foliação do gnaisse, sendo esses dois últimos possivelmente relacionados ao granitóide Ritápolis. O greenstone belt Rio das Mortes foi subdividido em três unidades: metassedimentar, metaultramáfica e metamáfica. A unidade metassedimentar é composta por gonditos intercalados com filitos avermelhados a acinzentados e raros quartzitos. A unidade metaultramáfica é representada um corpo cumulático composto por hornblenda + diopsídio + epidoto + plagioclásio + titanita + zircão + sericita ± olivina (fayalita) ± quartzo. A unidade metamáfica é dividida em duas subunidades: a primeira, denominada unidade anfibolítica fina a média é composta por hornblenda verde a castanha + andesina (An32–36) +epidoto + zircão + opacos + apatita + titanita + clinozoisita ± granada ± quartzo; e a segunda corresponde a subunidade anfibolítica com piroxênio, que é composta de hornblenda verde a castanha + andesina (An40–42) + diosídio incolor a verde-pálido + epidoto + zircão + apatita + rutilo + titanita. ± quartzo. As paragêneses impressas nessas rochas apontaram para condições levemente diferentes para as duas subunidades citadas: a subunidade anfibolítica fina a média estaria em condições equivalentes a facies anfibolito baixo/médio, enquanto a subunidade anfibolítica com piroxênio estaria nas facies anfibolito médio/alto. A geoquímica mostrou que as rochas estudadas correspondem a basaltos andesíticos, de filiação toleítica, semelhantes aos MORBs e poderiam ter se formado em arco vulcânico ou em fundo oceânico. Os diques de metagabro–diabásio foram subdivididos em corpos metamorfisados compostos por plagioclásio + hornblenda + apatita + minerais opacos + epidoto + titanita + quartzo + actinolita ± augita, e em diques de diabásio, com mineralogia formada por plagioclásio + augita + ortopiroxênio + apatita + minerais opacos ± uralita ± iddingsita. A família dos diques de metagabro estaria relacionada a um intervalo temporal muito grande entre 2121 ± 7 Ma e 567 Ma, enquanto seu metamorfismo estaria relacionado ao evento da orogenia Brasiliana. Já os diques de diabásio, sem qualquer feição metamórfica ou deformacional, estariam relacionados a algum evento posterior ao evento Brasiliano, provavelmente o magmatismo relativo à abertura do oceano Atlântico. |
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